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fabio parente
A Polícia Federal (PF) revelou novos detalhes sobre a Operação Overclean, em conversas interceptadas pela PF sugerem que integrantes do grupo, liderado pelos empresários Alex e Fábio Parente, tinham acesso privilegiado à administração municipal da prefeitura de Washington Quaquá (PT), que por sua vez, é defensor de Domingos Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco.
Quaquá, em uma postagem nas redes sociais, criticou a prisão de Brazão, alegando que não havia provas concretas contra ele e chamando a detenção de “desumana”. O prefeito também condenou a delação premiada de Ronnie Lessa, réu confesso no caso, e acusou a Justiça de manipular as provas. As informações foram pegas pelo portal Metrópoles.
Além da descoberta de relações com a administração municipal, a Operação Overclean também revelou o esquema de corrupção envolvendo empresas fantasmas e a movimentação de grandes quantias de dinheiro por meio de contratos superfaturados, especialmente no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
A investigação aponta Alex e Fábio Parente como os principais responsáveis pela coordenação e operação do esquema, enquanto outros envolvidos, como José Marcos de Moura, conhecido como "Rei do Lixo", e Lucas Maciel Lobão Vieira, atuavam politicamente e gerenciavam obras e contratos.
O município de Barreiras, no extremo oeste da Bahia, se junta a Juazeiro, Jequié, Campo Formoso e outros municípios, em que os irmãos Alex e Fábio Parente protagonizaram um esquema de lavagem de dinheiro e superfaturamento de contratos junto às prefeituras. Investigados no âmbito da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na última terça-feira (10), os irmãos Parente seriam os principais líderes de uma organização que desviava dinheiro dos cofres públicos.
Nos autos do inquérito obtido pelo Bahia Notícias, a Polícia Federal já sinaliza que “similar aos demais contratos, o grupo criminoso, através de operadores centrais e regionais, coopta servidores públicos, com a finalidade de obter diversas vantagens, seja no direcionamento, seja na execução dos contratos”. O detalhamento das operações aponta, por sua vez, que o esquema em Barreiras chegou a movimentar R$ 14 milhões em contratos e contava com a participação de, pelo menos, um secretário municipal e uma servidora chamada Maria.
No extremo oeste, o esquema utilizou uma das empresas de fachada, Qualymulti Serviços Eireli, para conseguir cerca de 24 contratos com a prefeitura de Barreiras, segundo levantamento junto ao site Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA). Por meio de uma escuta ambiental, a Polícia interceptou uma conversa entre Alex e um interlocutor não identificado, em que este último “reporta uma liberação de pagamentos de contratos firmados com a Prefeitura de Barreiras, mediante ajuste e pagamento de propina”.
O diálogo foi registrado em 06 de agosto de 2024 e, segundo a conversa, uma servidora de prenome Maria, vinculada ao setor financeiro da Prefeitura, seria uma das envolvidas na liberação dos valores contratuais. Os suspeitos afirmam ainda que ainda haveria valores a serem pagos pelo Executivo Municipal, por meio da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra). A promessa é que os pagamentos fossem priorizados na “fila” para quitação até o décimo dia do mês.
“Noutra senda, apontamos também, informação obtida por fonte humana, que a servidora Maria Valdeci teria recebido em 05/08/2024, propina cujo valor ainda é desconhecido, como ajuste pelo empenho dos valores em benefício da empresa Qualymulti Serviços”, diz o inquérito da PF.
A Polícia Federal sugere ainda que a fonte não identificada possa ser Fábio Netto do Espírito Santo, também integrante do esquema dos irmãos parente, mas não necessariamente ligado à Prefeitura. Na conversa, ambos citam um outro suspeito, de codinome “Sequeta”, que as investigações apuram ser um secretário de Infraestrutura ou Meio Ambiente de Barreiras. Este secretário teria então sugerido uma conta jurídica, com nome de GMD Borba Distribuidora Ltda., onde teria recebido R$ 20.000,00 na conta corrente, em valor de propina no dia 07 de agosto.
No dia seguinte, 08 de agosto, foram liberados oito pagamentos de ambas as secretarias direcionados aos contratos com a Qualymulti Serviços, dos irmãos Parente. Os pagamentos, somados, chegam a R$ 800 mil reais. Por meio da quebra de sigilo bancário, a PF descobriu ainda que a empresa utilizada pelo servidor municipal para o pagamento da propina, GMD, recebeu “aproximadamente 330.000,00 mil reais em repasses sucessivos e mensais no valor de R$ 20.000,00 vinte mil reais” vindos da empresa BRA TELES, utilizada como “fachada” pelo esquema de Alex e Fábio para pagamento das propinas.
O esquema do grupo em Barreiras venceu licitação para prestar, sob demanda, serviços de engenharia na Prefeitura de Barreiras, num total de até R$10 milhões, sendo que já teria arrecadado um valor de R$ 4.380.000,00 pelos serviços prestados em 24 contratos. Ao total, a movimentação de recursos no município chega a mais de R$ 14 milhões.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Bruno Reis
"Infelizmente Brasília virou política, só se faz política e já anteciparam a eleição. Imagino que a cabeça do governador Tarcísio de Freitas seja um pouco parecida com a minha. É óbvio que, se ele for uma opção e for do desejo de todos, que ele possa tentar unificar o país, pode ser que lá na frente ele avalie a possibilidade de deixar de ser candidato à reeleição a governador de São Paulo e tope o desafio, se for conclamado, se for da vontade de todos, para disputar a eleição presidencial".
Disse o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União) ao comentar a declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que descartou concorrer à Presidência da República em 2026.