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evandro teixeira
A quinta edição especial da Feira Literária Internacional de Canudos (Flican), no Norte baiano, vai prestar homenagem ao fotojornalista Evandro Teixeira. Falecido em novembro do ano passado, Teixeira é reconhecido pela contribuição ao jornalismo e à documentação fotográfica do Brasil. Marcada para ocorrer entre 23 e 26 de julho, a Flican tem como tema “Literatura e tradições populares: outros sertões, outros olhares”.
Foto: Evandro Teixeira
Natural de Irajuba, no Vale do Jiquiriçá, Evandro Teixeira nasceu em 1935 e construiu uma carreira de quase sete décadas, sendo 47 anos dedicados ao Jornal do Brasil. Tornou-se referência ao registrar momentos históricos como o golpe militar de 1964 e as manifestações estudantis de 1968.
Pelas lentes, captou personalidades como Pelé, Ayrton Senna, a Rainha Elizabeth II e o Papa João Paulo 2°, além de retratar a fome, o carnaval, a pobreza e manifestações culturais populares. Um dos trabalhos mais emblemáticos dele é o livro Canudos 100 anos, publicado em 1997. A obra consolidou ligação com o local, que ele visitou anualmente desde a década de 1970 até o fim da vida.
Foto: Evandro Teixeira
A curadoria da feira é do professor Luiz Paulo Neiva, do Campus Avançado da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) em Canudos. Segundo ele, a proposta desta edição é “um mergulho profundo nas narrativas do sertão, valorizando a memória, a resistência e as expressões culturais que moldam a identidade do povo nordestino”. Neiva acrescenta: “Homenagear Evandro Teixeira é também reconhecer a potência da imagem na preservação da nossa história”.
A Flican 2025 mantém a tradição de participação comunitária, especialmente das escolas de Canudos e de cidades vizinhas, envolvendo estudantes, educadores e uma rede colaborativa que garante a presença de um público jovem e engajado.
Artistas e produtores culturais também atuam na organização e têm espaço para apresentar suas criações. O evento inclui estandes com artesanato e produtos da agricultura familiar, incentivando a economia local.
A feira foi contemplada pelo Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários, por meio do programa Bahia Literária, com recursos do governo do Estado da Bahia, por intermédio das Secretarias de Educação e de Cultura, via Fundação Pedro Calmon.
O projeto também conta com apoio cultural do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), Rádio Educadora FM e TVE Bahia. A realização da Flican envolve ainda o Instituto Popular Memorial de Canudos (IPMC), a Uneb e a prefeitura de Canudos.
O fotojornalista baiano Evandro Teixeira morreu aos 88 anos por falência múltipla dos órgãos nesta segunda-feira (4), no Rio de Janeiro. Ele estava internado na Clínica São Vicente, no bairro da Gávea, por causa de complicações de uma pneumonia. Teixeira era considerado um dos grandes nomes da categoria, acompanhando momentos históricos na política, no esporte e na cultura.
Nascido em Irajuba, na Bahia, o profissional foi para Salvador em 1954 para um curso de fotografia. Iniciou a carreira no fotojornalismo em 1957, no jornal Diário da Noite, no Rio de Janeiro.
Poucos anos depois, em 1963, se juntou ao Jornal do Brasil, onde permaneceu até 2010. Por lá, ficou marcado pelo trabalho de registros de momentos de repressão em ditaduras ao redor da América do Sul.
Teixeira acompanhou nomes como Ayrton Senna, Pelé, Vinícius de Moraes, Tom Jobim e Cartola.
Segundo o Terra, o acervo de mais de 150 mil está desde 2019 no Instituto Moreira Salles (IMS). A obra conta com imagens como a Tomada do Forte de Copacabana, Chico, Tom e Vinícius, Enterro de Pablo Neruda, Caça ao estudante. Sexta-feira Sangrenta, entre outras.
O Instituto Moreira Salles (IMS) repudiu o uso sem autorização da fotografia do baiano Evandro Teixeira em uma montagem publicada pelo primo dos filhos de Jair Bolsonaro, Léo Índio. Em nota divulgada das redes sociais nesta quarta-feira (30), a instituição, que é titular dos direitos patrimoniais do fotógrafo baiano, argumentou que a utilização da obra pelo familiar do presidente se trata de "uma violação do direito moral do autor".
"O IMS informa que está tomando as providências necessárias para que a imagem produzida a partir da obra, deturpada em seu sentido e intenção originais, seja imediatamente retirada das plataformas e meios digitais em que está sendo divulgada", relatou o IMS.
"A imagem original de Evandro Teixeira foi usada numa fotomontagem não autorizada publicada nas redes sociais por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Nela, o presidente aparece, de uniforme de futebol, tomando a frente dos soldados da PM para chutar e agredir o manifestante em fuga", continuou.
A obra em questão se trata da fotografia "Caça ao estudante", clicada por Evandro em 21 de junho de 1968, quando trabalhava no Jornal do Brasil. Na ocasião, durante a ditadura militar, policiais perseguiram estudantes que protestavam contra o regime na região Cinelândia, no Rio de Janeiro. Vinte e oito pessoas foram mortas naquele dia que ficou conhecido como "sexta-feira sangrenta".
"Evandro Teixeira é um dos mais renomados fotojornalistas do Brasil e sua obra completa, de mais de 150 mil imagens, integra hoje o acervo do Instituto Moreira Salles. A preservação de seu legado como artista e fotógrafo é nosso dever absoluto, seja em relação à integridade de seu trabalho autoral como também ao significado histórico e cultural de sua obra para o país", concluiu o IMS no comunicado, defendendo o fotógrafo baiano.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.