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Após o mergulho na diversidade e vibração dos esportes de verão baianos, o Bahia Notícias finaliza a série de matérias que exploravam as modalidades mais praticadas no maior litoral do país. Inspirados no Verão Costa a Costa, projeto do Governo da Bahia, por meio da Setre, com auxílio da Sudesb, passamos por esportes como futevôlei, surf, vôlei de praia e beach tennis, acompanhando os principais destaques dessa jornada esportiva, além de refletir sobre o impacto do projeto que perpassa por esporte, saúde, economia e turismo.
Depois de ter passado por Alcobaça, Porto Seguro e Itacaré, a terceira edição do projeto chegou a Salvador na última quinta-feira (13) e vai permanecer até o próximo domingo (16), no Parque dos Ventos, na Boca do Rio.
Os quatro dias de festival contarão com diversas atividades gratuitas, incluindo as modalidades de: baleado, basquete 3x3, beach soccer, beach tennis, capoeira, corrida, escalada, futevôlei, hapkido, judô, kickboxing, taekwondo e vôlei de praia.
O Bahia Notícias conversou com Augusto Vasconcelos, titular da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, sobre os impactos do Verão Costa a Costa no litoral baiano, principalmente, em Salvador.
“A população tem abraçado o projeto. Em muitos lugares, onde aquela modalidade esportiva ainda não estava tão desenvolvida, passou a se desenvolver. Já é o terceiro ano do Verão Costa Costa. Então, desde a primeira edição, ele tem deixado um legado dessas comunidades onde ele tem se instalado. Neste ano de 2025, o projeto ainda não acabou, só vai terminar em março, porque ainda tem mais duas etapas, além de Salvador, tem a etapa de Maraú, que vai ser na Costa do Dendê, e temos a etapa ainda da Costa dos Coqueiros, que vai ser em Arembepe, em Camaçari. Então, a gente tem uma expectativa muito positiva em todas as edições”, confirmou o gestor.
Foto: Divulgação / Setre
Com o sucesso do projeto, o secretário ainda revelou a tentativa de expansão do Costa a Costa após apresentar o festival para o ministro de esportes, com a intenção de garantir mais um apoio ao evento, o do Ministério dos Esportes.
“Eu estive em Brasília com o ministro dos Esportes, apresentei um projeto para ele, e nós estamos lutando para que também o Ministério de Esportes apoie o projeto. A gente pretende fortalecer e ampliar o projeto, quem sabe ampliar o número de etapas e até mesmo incrementar as etapas”, completou.
Muitos dos atletas baianos entrevistados durante a série de matérias produzidas pelo BN possuem relevância nacional e internacional nas modalidades que praticam, principalmente em competições como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Durante a conversa com o titular, Augusto falou sobre os motivos que o levam a pensar no avanço do esporte no estado.
“A Bahia tem se destacado em competições nacionais e internacionais com grandes desempenhos dos nossos atletas, inclusive nas Olimpíadas e Paralimpíadas. Por conta exatamente do amplo programa de fortalecimento do esporte que vai desde a base até o alto rendimento. Então realmente é uma atuação expressiva do governo do estado da Bahia na área do esporte. A gente tem muito orgulho do trabalho que temos desenvolvido. E realmente o esporte para a gente é parte do desenvolvimento da geração de saúde e também de oportunidades de renda para muitas famílias”, afirmou.
Foto: Divulgação / Setre
PROGRAMAÇÃO
No sábado, às 8h acontecerão as competições de beach soccer, vôlei de praia, beach tennis, futevôlei e baleado, além das apresentações de capoeira e o aulão de aeróbico.
Já no domingo (16), o treinão de 5km e 10km inicia a programação do dia, às 6h30. A partir das 8h, é a vez das finais das modalidades esportivas. Além disso, durante os dois dias a Boca do Rio, sede do evento, também contará com shows musicais com atrações como Sued Nunes e Afrocidade durante o sábado e Thiago Aquino durante o domingo.
“O Verão Costa a Costa também abriga shows musicais com grandes atrações. Aqui em Salvador, por exemplo, teremos no sábado e no domingo duas grandes agendas. No sábado, por exemplo, Sued Nunes irá se apresentar, já no domingo, o Thiago Aquino. Então são atrações gratuitas, qualquer pessoa pode baixar o ingresso para entrar no evento. A expectativa é que, nessa etapa, mais de 40 mil pessoas passem pelos quatro dias de evento. Ontem, por exemplo, abrimos o Costa a Costa com a presença de escolas públicas da rede estadual. Foi um verdadeiro sucesso. Também é o momento de fortalecer os programas sociais que a nossa secretaria tem desenvolvido”, finalizou Augusto ao falar sobre a finalização da terceira edição do Verão Costa a Costa em Salvador.
O Beach Tennis, também chamado de tênis de praia, surgiu na Itália, especificamente nas praias de Ravenna, no final da década de 1980. Inicialmente, era uma atividade recreativa que combinava elementos do tênis tradicional, do vôlei de praia e do badminton. Em 1996, a Federação Internacional de Tênis (ITF) padronizou as regras, dando início à profissionalização do esporte.
O “boom” da modalidade no Brasil ocorreu em 2008, no Rio de Janeiro, e rapidamente se espalhou pelo país. Atualmente, o Brasil é considerado uma potência no Beach Tennis, já superando a Itália em número de praticantes e eventos. Em 2023, o país sediou 33 dos 88 torneios mundiais, distribuindo US$ 415.000 em prêmios, o que representou cerca de 40% da premiação total do calendário da ITF.
Foto: Divulgação
O crescimento do Beach Tennis no Brasil tem ganhado notabilidade e cada vez mais relevância. De acordo com números levantados pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT), estima-se que o número de praticantes quase triplicou nos últimos três anos, passando de 400 mil em 2021 para 1,1 milhão em 2023. Esses dados indicam que a popularidade do esporte vem aumentando em diversas regiões, incluindo áreas não litorâneas.
Para saber mais sobre o tema, o Bahia Notícias entrou em contato com o professor e atleta Pedro Mesquita, que ocupa o 6º lugar no ranking 40+ do Campeonato Baiano da modalidade. Dentro do cenário baiano, Pedro fez uma avaliação geral sobre o crescimento do esporte no estado, ressaltando seu impacto positivo nas novas gerações, especialmente nas crianças, que estão aderindo à modalidade mais cedo.
Foto: Gringo Market/Acervo Pessoal
"O Beach Tennis está crescendo muito, e não só no verão. Tem sido um esporte com um crescimento muito grande, principalmente pela posição dos profissionais no ranking. Entre os dez melhores do mundo, seis são brasileiros, e isso faz o esporte crescer bastante. Outro ponto são as crianças, que estão aderindo à modalidade mais cedo. Antes, elas não tinham tanto acesso ao Beach Tennis", afirmou.
Vale lembrar que os seis brasileiros entre os dez melhores atletas de Beach Tennis do mundo, mencionados por Pedro Mesquita, são: André Baran (3º), Daniel Mola (5º), Giovanni Cariani (6º), Allan Oliveira (8º), Felipe Cogo Loch (9º) e Hugo Paronetto Russo (10°). Veja a lista completa abaixo, divulgada no site oficial da ITF:
Foto: Divulgação/ITF
O Brasil atualmente lidera em número de praticantes e eventos relacionados ao Beach Tennis. Segundo dados da ITF, o país ultrapassou a Itália nesse quesito, tornando-se uma referência mundial. Atletas brasileiros frequentemente conquistam títulos em competições internacionais, consolidando o país na elite do esporte.
DIFICULDADES SOCIAIS
Hoje, a prática do Beach Tennis requer alguns investimentos iniciais. Raquetes para iniciantes podem custar a partir de R$ 200, enquanto modelos profissionais ultrapassam R$ 1.000. Além disso, é necessário adquirir bolas específicas e trajes adequados para a prática na areia.
Os custos associados ao esporte podem ser um fator limitante para alguns. A necessidade de equipamentos específicos e o acesso a locais apropriados para a prática podem restringir a participação de pessoas com menor poder aquisitivo. Diante desse cenário, a democratização do esporte e a importância de iniciativas que promovam a inclusão são questões levantadas pelos adeptos da modalidade.
Ainda ao BN, Pedro Mesquita ressaltou que, embora o Beach Tennis seja um esporte de fácil prática e acesso ao ar livre, ainda existem barreiras para a inclusão social. No entanto, ele argumenta que a modalidade é “para todos” e cobra uma mobilização maior das arenas para dar suporte à população de baixa renda, incluindo o público jovem, que ele considera ser a chave para o futuro.
"Na minha opinião, é um esporte para todos. Ele precisa de mais ações das arenas para começar a incluir as pessoas de baixa renda e dar um crescimento mais amplo. Uma criança entre 7 e 8 anos, de baixa renda, que não tem uma vida fácil em casa, mas gostou do esporte e se dedicou, merece um futuro que a gente pode proporcionar. Ela pode se tornar professora de Beach Tennis ou uma jogadora de alto nível. O que falta, para mim, é que as arenas promovam mais atividades com função social e tragam essas pessoas para o esporte", pontuou.
Apesar desses desafios, o Beach Tennis tem se consolidado como uma modalidade de destaque no cenário esportivo brasileiro. A combinação de atividade física intensa com o ambiente descontraído das praias — um dos principais atrativos da estação do ano — atrai pessoas de diferentes idades e perfis. Além disso, a modalidade tem impulsionado setores econômicos como turismo, comércio de equipamentos e organização de eventos, principalmente no estado da Bahia.
Salvador acompanhou essa tendência nacional e registrou um aumento no número de praticantes, além de melhorias na infraestrutura dedicada ao Beach Tennis. Clubes tradicionais, como a AABB Salvador, passaram a oferecer aulas e aluguel de quadras para atender à crescente demanda.
Além dos clubes, espaços comerciais também investiram na modalidade. O Shopping da Bahia, por exemplo, inaugurou a Arena The Set, localizada no 7º andar, ocupando uma área de mais de 25.000 m² no estacionamento D, com o intuito de proporcionar aos clientes a oportunidade de praticar Beach Tennis em um ambiente urbano.
Foto: Divulgação/Arena The Set/Shopping da Bahia
Foto: Divulgação/Arena The Set/Shopping da Bahia
A popularização do Beach Tennis em Salvador não se restringe apenas aos espaços privados. Praias como a de Piatã tornaram-se pontos de encontro para os entusiastas do esporte. O Salvador Beach Tennis é outro exemplo: situado no Costa Verde Tennis Clube, o local ampliou suas instalações, adicionando novas quadras para atender à crescente demanda.
FUTUROS BAIANOS
A Bahia teve destaque no Circuito Paulista de Verão de Beach Tennis 2025, competição organizada pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e válida para o ranking nacional. Entre os atletas que subiram ao pódio, Bernardo Gil e Isabelli Camurugy conquistaram medalhas e mostraram a força da nova geração do esporte no estado. Ambos contam com o apoio do Bolsa Esporte, programa da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), vinculada à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).
Aos 13 anos, Bernardo Gil foi campeão da categoria simples na terceira etapa, disputada em Vinhedo (SP). Já na quarta etapa, realizada na capital paulista, conquistou duas medalhas de bronze: na categoria mista, ao lado de Isabelli Camurugy, e na masculina, jogando com Rafael Gordilho.
Foto: Maurício Vianna/Divulgação/Sudesb
"Minhas expectativas para 2025 são muito grandes! Quero continuar evoluindo, treinando forte e conquistando novos títulos. O apoio do Bolsa Esporte tem sido essencial para que eu possa seguir representando a Bahia e buscando novos desafios", afirmou Bernardo.
Já Isabelli Camurugy garantiu dois vice-campeonatos na categoria simples sub-14, além do terceiro lugar na dupla mista com Bernardo. A atleta também destacou a importância do suporte recebido pelo programa estadual.
Foto: Maurício Vianna/Divulgação/Sudesb
"O Bolsa Esporte tem sido fundamental para custear minhas inscrições e viagens. Essa experiência em São Paulo foi incrível, me permitiu enfrentar novos adversários e aprimorar meu jogo. Em 2025, quero evoluir ainda mais e conquistar mais títulos", disse Isabelli.
O Circuito Paulista seguirá ao longo da temporada, e terá novamente os jovens talentos da Bahia na disputa por novas conquistas dentro do cenário nacional.
O clima ensolarado do verão, entre dezembro e março, é o que leva milhões de baianos e turistas a se aproximarem ainda mais das belas praias que compõem o litoral do estado. Entre os atributos da atividade ao ar livre, a prática de esportes se coloca como um jeito clássico para aproveitar o calor e a paisagem. É nesse contexto que o surf e os adeptos do “hang loose” ocupam as praias baianas e chamam a atenção dos observadores na areia.
O Bahia Notícias, inspirado pelo projeto Verão Costa a Costa da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), entidade vinculada a Setre, produziu uma série de reportagens sobre esportes de verão. No episódio deste sábado (1°), vamos explorar o cenário do surf baiano.
Para isso, o BN conversou com Marcelo Barros, atual presidente da Federação Baiana de Surf (FBSurf), para falar sobre o avanço da prática esportiva entre atletas amadores e profissionais na Bahia. Ele conta que o trabalho de organização da entidade, que é única da Bahia a estar oficialmente vinculada a Confederação Brasileira de Surf (CBSurf), ajudou a incentivar a participação dos atletas baianos nos circuitos nacionais.
“Em 2018, a entidade se encontrava praticamente a acéfala, sem atividade. A Bahia não tinha mais equipe disputando o circuito brasileiro, não tinha um circuito estadual. Então nós levamos dois anos pagando as dívidas da entidade e levamos de volta Bahia para o circuito brasileiro, então foi um trabalho de retomada”, conta.
Ele delimita que a partir disso, os principais destaques baianos passaram a surgir a partir do fortalecimento do circuito baiano de surf.
“Nós já realizamos o Bahia Surf Festival que foi considerado o melhor evento de surf nos últimos anos no Nordeste do Brasil e a Federação Baiana é a única entidade do Nordeste que conseguiu fazer 10 etapas de surf no ano de 2024, enquanto é estados como São Paulo e Rio de Janeiro fizeram três quatro etapas. A Bahia conseguiu fazer 10 etapas do Campeonato Brasileiro. De várias modalidades como Surf.”
Fotos: Reprodução / Redes sociais. Em ordem: Pedro Veiga, campeão baiano sub 12; Marcelo Alves, campeão brasileiro categoria Grand Kahuna; e Diogo Santos, campeão baiano e vice-campeão brasileiro júnior.
Entre os exemplos, se destacaram os atletas: o pequeno Pedro Veiga, de apenas campeão baiano e sul-americano sub 12; Diogo Santos, vice-campeão brasileiro júnior; e Marcelo Alves, campeão baiano da categoria Grand Kahuna (acima de 50 anos). O curioso, por sua vez, é que estes três atletas são naturais de Ilhéus, no litoral sul baiano. A região, que ainda inclui os municípios de Itacaré e Maraú, se tornou uma força no surf baiano.
Sobre o tema, Marcelo explica que esse impacto é demonstrado por meio da organização das associações locais, que se aproveitam do cenário - com inúmeras praias, algumas delas sem banhistas -, do turismo da região e o interesse dos próprios jovens para gerar um ambiente perfeito para a proliferação do esporte.
“Ilhéus sempre foi um celeiro de grandes surfistas. [A região] sempre foi um celeiro de grandes campeões brasileiros e baianos também. A gente tem também Itacaré com atletas de destaque. Tudo isso é devido ao trabalho que a Federação Baiana faz junto as associações, então quando a Federação Baiana faz um evento, fazemos o evento com a associação local, que é uma forma da gente estar justamente apoiando o surf na sua base”, defende.
O PARAÍSO DOS SURFISTAS
Com inúmeras praias isoladas e preservadas, uma economia voltada para o turismo e uma cultura local que incentiva uma relação com o mar - como fonte de renda, transporte e lazer -, o sul baiano ganha destaque quando se trata do incentivo ao esporte aquático.
O principal exemplo está em Itacaré, junto a Associação de Surf do município (ASI), fundada em 1989, por surfistas locais. Com relação à entidade, que é parceira da FBSurf, Marcelo Barros, relembra a influência.
“A Associação é uma das entidades mais antigas do Brasil e a que tem maior influência na vida da população porque ela tem cadeira cativa no conselho de segurança, no conselho de turismo, no concelho de esporte, no conselho de meio ambiente, então é uma entidade extremamente ativa no município”, detalha.
O BN também conversou com Miguel Reis, atual presidente da ASI. Ele detalha que ao lado da equipe, composta por 18 integrantes, a associação é responsável pelos seis eventos anuais de surf realizados em Itacaré para atletas amadores e profissionais, além de promover um projeto voltado para crianças do ensino municipal, o “Surfando para o Futuro”.
Fotos: Arquivo pessoal
Iniciado em 2016, o “Surfando para o Futuro” oportuniza às crianças de 6 a 12 anos, vinculadas as escolas municipais, a prática do esporte e o ensino sobre meio ambiente e trabalho comunitário. As aulas, que ocorrem no turno oposto, são ofertadas gratuitamente.
“O projeto social é um dos principais projetos [da ASI] e tem como principal objetivo incentivar a prática esportiva de crianças e adolescentes utilizando o surf como ferramenta de inclusão e transformação social. Atualmente, esse projeto e a associação se mantém através de doações e patrocinadores”, conta.
Atualmente 40 crianças são atendidas pelo projeto na praia de Tiririca. No entanto, a fama do esporte na cidade não se limita aos moradores e atletas da região. A ASI e o “Surfando para o Futuro” já chamaram a atenção da Disney Studios, produtora visual e técnica, por meio da série brasileira Juacas.
Também gravada na praia de Tiririca, em Itacaré, entre os anos 2016 e 2019, a série retratava a vida de jovens surfistas da região durante uma competição local de surf. As duas temporadas da série contaram com a mobilização de toda a estrutura econômica e política local para a gravação.
Foto: Divulgação / Disney Channel
Exibida em todo Brasil, América Latina e Portugal, por meio da Disney Channel, canal oficial da Disney, a série ajudou a despertar o interesse de novos públicos pela beleza de Itacaré e pela potência do esporte.
Ao falar sobre o crescimento da cidade nos circuitos de surf, Miguel delimita que “Itacaré se tornou a ‘surf city’ mais querida da Bahia por causa das suas ondas perfeitas e constantes que com a beleza das praias e da Mata Atlântica formam esse paraíso”.
No entanto, com o intenso trabalho nas praias, uma questão surge com grande repercussão nesta época: a preservação ambiental. Segundo ele, uma das principais ações da ASI também é pautar a conscientização socioambiental entre os moradores e turistas da região: “Precisamos ter um olhar especial para o meio ambiente, preservando, pois é o que temos de mais valioso”, conclui.
Ao falar sobre o verão baiano, o presidente da associação diz que a alta temporada da região é o momento perfeito para a divulgação do esporte e circulação econômica. “Sol, verão, calor, praia e surf, são uma combinação perfeita para nós, praticantes e instrutores de surf. Nessa época recebemos mais de dois mil turistas estrangeiros que vem para aprender a surfar e isso movimenta a economia do município”, ressalta.
A ESTÉTICA DO SURF
O que leva os turistas à Itacaré para conhecer as praias e seu surf, também pode impulsionar o mercado em todo litoral baiano. Na visão de Barros, um dos principais trunfos para o crescimento do esporte na Bahia é a inserção do life style praiano, fortemente vinculado ao surf, no dia-a-dia dos baianos.
“Bermuda lycra, o boné, o modelo de carro, prancha de surf, [tudo isso] tem ligação direta com o life style que é o surf. Tem uma pesquisa que diz que 95% do público que consome, que veste aquela camiseta e a [sandália] Havaianas, 95% desses não pegam onda, ou seja, a coisa é tão gigante que ultrapassa o número de praticantes do surf.”
Esse cenário não é difícil de observar, mesmo na capital baiana. E quem já percebeu essa movimentação é o surfista Armando Daltro, fundador da Escola de Surf Armado Daltro, na praia de Piatã, uma das mais conhecidas da orla marítima da capital baiana, por abrigar entusiastas do esporte aquático.
Foto: Arquivo pessoal
Relembrando o passado, o Armando conta que conheceu o esporte na mesma praia em que hoje dá aula: na região de Piatã, em frente ao clube do SESC. “Conheci o esporte aos 11 anos na praia de Piatã em 1984 e foi paixão a primeira onda.”
Desde então, Armando conta que se dedicou a carreira de atleta, chegando a se consagrar campeão Nordestino em 1993, campeão mundial (2000) e integrou a elite do surf brasileiro entre 1997 até 2004. Em 2007, Armando Daltro desistiu da carreira profissional fora do Brasil, por falta de apoio para fazer as viagens.
No entanto, ele conta, antes mesmo da pausa na carreira internacional, ele passou a ter um novo olhar para o esporte, quando passou a dar aulas de surf: “No ano de 2002, eu me associei ao Centro de Terapia em Surf (CTS), e em 2013 criei a Escola de Surf Armando Daltro”, detalha. “Atendemos desde crianças [5 anos] até adultos com 60, 70 anos. Basta ter vontade e estarem liberados à atividade física”, afirma.
Ao falar sobre o período do verão, Daltro ressalta que esse é o melhor momento para iniciar a prática do surf: “O verão de Salvador é sempre de muito sol e mar calmo. É excelente para os iniciantes, todo mundo acaba querendo ir para a praia, então o surf acaba sendo uma excelente opção para quem quer experimentar algo novo, um esporte que dá muito prazer desde a primeira onda. Independente da faixa etária, todo mundo se diverte”, conclui.
Fotos: Arquivo pessoal
Ao Bahia Notícias, o atleta explica que, com o auxílio de cinco instrutores, ele atende cerca de 40 alunos por semana. “Nós atendemos todos os dias em apenas três horários. Cada instrutor atende no máximo 3 alunos por turma, dessa forma, garantimos um atendimento quase que personalizado para os alunos das aulas em grupo. Podemos atender também em aulas individuais”, completa.
A busca pelas aulas coletivas e particulares de surf também são um índicio da popularização do “estilo surfista” nos últimos tempos. Para Marcelo Barros, da FBSurf, o fortalecimento do mercado esportivo com a chegada do esporte aos Jogos Olímpicos é início de uma “nova onda”. “O surfe está sendo olhado agora com um olhar diferenciado e quem colar com esse segmento vai ‘dropar’ uma grande onda”, conclui.
É verão na Bahia! É momento de sol, areia, mar e brisas de vento no litoral baiano, e tudo isso combina com esporte, principalmente quando se fala em vôlei de praia. Mais uma das modalidades presentes no Verão Costa a Costa, projeto do Governo da Bahia, por meio da Setre, com auxílio da Sudesb, a prática esportiva é protagonista de mais uma reportagem que faz parte da série de matérias do Bahia Notícias que segue explorando os esportes de verão. No primeiro capítulo, o assunto foi o futevôlei.
Derivado do vôlei de quadra, o vôlei de praia é um esporte praticado na areia da praia ou numa quadra de areia dividida em duas metades por uma rede, sendo praticado por duas equipes compostas por dois atletas cada. A modalidade vem crescendo no estado da Bahia, principalmente na região do litoral baiano, mas representando também um crescimento significativo em regiões que não tem praias.
A modalidade chegou no Brasil em 1930, sendo praticada de forma amadora, nas praias de Copacabana e Ipanema, no Rio de Janeiro. Em meados da década de 1950 começaram a ser realizados os primeiros campeonatos amadores masculinos nas areias das praias cariocas.
Em 1996, a modalidade estreou nas Olimpíadas de Atlanta. Sendo um marco para o vôlei de praia e para o Brasil, porque as duplas femininas formadas por Sandra Pires e Jackie Silva, e Adriana Samuel e Mônica Rodrigues, chegaram na final dos jogos olímpicos. Sandra e Jackie conquistaram o ouro.
No somatório geral, o Brasil já subiu no pódio das Olimpíadas em 14 oportunidades. Foram registrados quatro ouros, sete pratas e três bronzes.
VERÃO COSTA A COSTA
A terceira edição do Verão Costa a Costa já começou e neste momento atravessa as preparações para a terceira etapa do evento, que será realizada em Itacaré, entre os dias 30 de janeiro e 2 de fevereiro.
Além das disputas profissionais, serão realizadas oficinas com idade livre para participação. Outras atividades fazem parte do evento, como as atrações culturais. O projeto contará com shows musicais, cinema itinerante e uma Feira Solidária, com produtos de Empreendimentos de Economia Solidária da região com o objetivo de fomentar a economia e a geração de renda das localidades por meio do turismo esportivo.
O vôlei de praia é uma das principais modalidades do Costa a Costa, tendo atividades nos quatro dias do evento. Nos dois primeiros, são feitas as atividades voltadas para os jovens, enquanto no sábado e domingo são realizadas as competições no masculino e no feminino. Um dos objetivos é garantir a oportunidade de novos talentos serem descobertos e desenvolvidos.
“A coisa bacana que está acontecendo, além do fomento do esporte em geral, é oportunizar o aparecimento e o surgimento de jovens talentos. Nós já estamos com alguns nomes relacionados de adolescentes ainda, mas com muito potencial. Isso, eu acredito que aconteceu também nas outras modalidades e é uma oportunidade que o Verão Costa Costa oferece levando até a comunidade um esporte sério, criativo e com comando das federações, o que dá qualidade técnica ao evento”, explicou Eduardo Souza, presidente da Federação Baiana de Voleibol (FBV).
Prática do vôlei de praia no final da tarde | Foto: Divulgação/FBV
DESENVOLVIMENTO DE BASE
Um dos principais trunfos da história recente do vôlei de praia na Bahia é a consolidação das escolinhas voltadas especificamente para a modalidade. O movimento dessas escolas base para o incentivo da prática do esporte, principalmente no interior da Bahia, tem sido um ponto fundamental na evolução da categoria baiana. Etiene Martins, atual diretor de praia da FBV, explicou o trabalho que é feito a partir destas iniciativas, que podem surgir de até mesmo eventos independentes.
“O vôlei de praia no estado tem se apresentado através do grande movimento de escolinhas específicas para a modalidade nas diversas regiões da Bahia, inclusive aquelas onde não tem praia. Muitos eventos independentes têm sido realizados, destacam-se o Costa a Costa que é realizado pela Sudesb, e os Praieiros, que é um evento privado, porém muito conhecido entre os praticantes da modalidade”, contou Etiene.
O diretor da modalidade ainda destacou duas competições que são consideradas o passo sucessor a introdução das escolinhas. Enquanto esse primeiro contato com o esporte tem o papel de estimular o aprendizado dos fundamentos básicos e aprimoramento das técnicas do vôlei de praia, o Circuito Baiano de Divisão de Base e o Campeonato Baiano de Vôlei de Praia, ressaltados por Etiene Martins, dão ênfase na evolução desses alunos, aumentando a capacitação competitiva dos atletas.
Treino de uma das escolinhas de vôlei de praia | Foto: Divulgação/FBV
“A Federação Baiana de Voleibol, que estou a partir deste ano assumindo a diretoria de vôlei de praia, realiza dois grandes circuitos. O circuito Baiano de divisão de base, que é direcionado para alunos iniciantes, ou alunos que estão se destacando em suas escolinhas e centros de treinamento, nas categorias sub 12, 14, 16 e 18. Outra competição é o Campeonato Baiano de Vôlei de Praia, com quatro circuitos a serem realizados em 2025, para atletas profissionais e alunos com uma ênfase mais competitiva. Realizado nas categorias sub 15, 17, 19, 21, Aberto e Master”, detalhou o gestor.
Peça indispensável para o funcionamento da engrenagem do vôlei de praia, o circuito de base é um projeto que é tido como um ponto disruptivo na evolução da modalidade na Bahia. Citado pelo diretor de praia da FBV como uma das iniciativas motivadoras da virada de chave da categoria no período pós-pandêmico, abrindo portas para alunos das escolinhas de desenvolvimento, que hoje têm a oportunidade de competir em espaços diferentes. O case de sucesso cresceu no momento certo, já que em meio a tudo isso, duplas brasileiras se destacavam no cenário mundial do esporte. O destino quis assim, e esses dois acontecimentos casaram bem, fazendo com que o movimento da criação de novos centros seguisse novos rumos, não se contentando apenas com Salvador e região, tomando conta também do interior do estado.
“Tivemos uma virada de chave muito importante pós pandemia. O grande motivador foi a criação do circuito de base, porque isso garantiu oportunidade dos alunos em desenvolvimento na escolinha participarem competindo em espaços diferentes daqueles que já performam. A partir disso, as escolinhas que já existiam em Salvador e região, foram ganhando adesão, e outras novas foram surgindo. Além disso, as referências no vôlei de praia e a participação das duplas brasileiras nos eventos mundiais foram mostrando o potencial da modalidade. Isto implicou no impulsionamento de outros centros no interior do estado”, destacou.
O Circuito de Base é um festival onde normalmente, dependendo do local, até 250 jovens e crianças estão envolvidas na competição, fora professores, familiares e organizadores do evento. Participam, em média, 30 centros de treinamento da capital e região metropolitana, e ainda dois ou três CTs.
Em 2024, em duas oportunidades o estado da Bahia, através da Sudesb, ofereceu recursos para duas etapas destes eventos, assim sendo, eles foram gratuitos. As outras fases são feitas com pagamento de inscrição para ratear os custos, pois não há patrocínio privado nas etapas seguintes, dificultando a viabilização da gratuidade para realizar as etapas, desta forma, a federação transfere os custos dentro do valor de inscrição de cada atleta, que hoje, está em torno de R$ 90 a 100,00 por aluno a depender do número de categorias.
Já pintou o verão, o calor no coração, e as festas estão prestes a começar. Junto aos shows, as praias se transformaram em verdadeiros palcos para a prática de diversos esportes, dentre eles, o futevôlei, que se populariza cada vez mais no litoral da capital baiana. Com influência no projeto Verão Costa a Costa, ação do Governo da Bahia por meio da Setre, com a Sudesb, o Bahia Notícias inicia uma série de matérias explorando os esportes de verão.
O esporte, que é “febre” entre os jovens baianos, teve origem em meados de 1960, no Rio de Janeiro, como modo de burlar uma proibição das praias cariocas. Na época, a população não poderia praticar nenhum esporte que não utilizasse rede e um espaço seguramente delimitado.
Durante uma partida do esporte misto, os jogadores podem tocar na bola com qualquer parte do corpo, exceto os braços e as mãos. A semelhança com o vôlei se encontra na quantidade de vezes que cada time pode tocar na bola até passar para a quadra adversária. Além disso, o objetivo também é o mesmo, derrubar a bola no lado oposto ao seu do campo.
O jogo ainda é disputado por duplas ou trios, e quem ganhar os três sets primeiro, vence o duelo. Os dois primeiros tempos do jogo terminam ao completarem 18 pontos, já o terceiro pode ser concluído aos 15 pontos.
Ao longo dos 30 anos de sua criação, a popularidade do esporte fez com que ele saísse do entretenimento e fosse incluído em competições profissionais. A força da prática dos banhistas e atletas também aumentou a adesão às escolinhas de futevôlei criadas nas praias da orla baiana.
Foto: Reprodução / Instagram
Em entrevista para o Bahia Notícias, o professor e dono de um dos projetos mais populares da praia da Ribeira, Marcelo de Farias, mais conhecido como Ximu, falou sobre o crescimento do futevôlei, principalmente, em Salvador.
“O futevôlei teve um crescimento absurdo nos últimos anos. Muitos jogadores aí, depois de aposentados, hoje estão tentando viver do futevôlei, até para serem profissionais do esporte. O surgimento também de várias escolinhas na cidade de Salvador, vários instrutores, vários professores, um investimento maior na construção de arenas, uma abertura maior também para adquirir material, porque antigamente, para você comprar uma bola de futebol era uma coisa muito difícil. Há 20 anos, quando eu comecei a jogar futevôlei, a gente foi comprar uma bola, era um processo demoradíssimo. Hoje, em qualquer loja no shopping tem bolas específicas para futevôlei. Outro fator também muito importante para o crescimento do esporte foi a aceitação do futevôlei pelo público feminino. Isso é notório, hoje você vai numa praia e você vê 10 rodinhas de altinha e com diversas mulheres, antigamente você não via nenhuma”, declarou o tutor.
O professor, antes de liderar sua turma, era atleta de remo e apaixonado por futebol. Durante a conversa, Marcelo chegou a citar que, por ser um frequentador ferrenho das praias de Salvador, quando tentava se juntar a alguém para jogar, era rejeitado. A ideia de iniciar um projeto para ensinar crianças, jovens e adultos veio depois de ter aprendido a praticar o esporte com seu parceiro de futevôlei, Maurício Feijão.
“Na escolinha eu procuro sempre passar algumas coisas que aprendi. Nesses 20 anos de futevôlei criamos uma família. A escolinha deixa de ser apenas uma escolinha e vira uma família. Um ciclo de amizade muito bacana que é minha Ximu Team, lá na Ribeira. Meus planos são expandir o projeto. Criar um projeto social lá na Ribeira também, e trabalhar com a criançada. Ainda vem muita coisa bacana pela frente”, completou Marcelo.
Foto: Divulgação / EC Bahia
A fama do esporte não poderia ficar de fora dos principais clubes do estado. Em 2022, o Vitória anunciou, oficialmente, a equipe de futevôlei do time. Já em meados de 2024, o presidente da associação do Esquadrão, Emerson Ferretti confirmou que o Tricolor iria disputar a Liga Nacional do esporte pela primeira vez.
Na última temporada, o grande campeão do Torneio de Clubes Brasileiros de Futevôlei, promovido pela LNFV, foi o Botafogo, que conquistou sua segunda taça consecutiva da competição. Mesmo com sua recente entrada nas disputas profissionais, o Bahia ficou com a 4ª colocação nesse mesmo ano.
O torneio é marcado pela disputa entre ex-jogadores marcantes do clube que entra no duelo, como é o caso de Diego Souza, no Sport, Alecssandro no Vasco e Preto Casagrande, ex-bavi, atuando pelo Tricolor de Aço.
Foto: Reprodução / EC Bahia
O estado da Bahia possui destaque mundial na prática do esporte, principalmente por ser representada por Índio e Felipe, única dupla tetracampeã da última edição do Circuito Brasileiro de Futevôlei na história do esporte. Por conta da quantidade de vitórias, os meninos assumiram a liderança do ranking da modalidade.
Na última sexta-feira (10), foi aberta a 3º edição do Verão Costa a Costa com a etapa do município de Alcobaça (Costa das Baleias). Os eventos esportivos e atrações culturais seguem até domingo (12), com participação gratuita. As atividades na Arena Roniery Barbosa começam às 9h e terminam às 17h.
No primeiro dia de evento, a população da cidade compareceu na arena e aproveitou modalidades como o beach soccer e o futevôlei, opções bastante concorridas. Além desses, outros esportes também estão sendo aproveitados na etapa, como o vôlei de praia, arvorismo e tirolesa.
O Verão Costa a Costa, que é uma iniciativa da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), por meio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), vai passar por mais cinco municípios do litoral da Bahia além de Alcobaça em 2025.
O secretário da Setre, Augusto Vasconcelos, participou da abertura do evento e comentou sobre as diversas atividades praticadas no ambiente. Além das atrações musicais diárias, no local está montada uma Feira de Economia Solidária, com empreendimentos da região.
"Aqui em Alcobaça, nós estamos iniciando a primeira etapa desta 3ª edição do Costa a Costa, que é um projeto incrível, que reúne esportes, economia solidária e a parte cultural em seis cidades. O Costa a Costa é a culminância de um projeto esportivo sólido que é desenvolvido pela nossa Setre" disse o secretário.
AGENDA DO VERÃO COSTA A COSTA 2025
Além de Alcobaça, o Verão Costa a Costa passará pelos municípios de Porto Seguro (16 a 19 de janeiro), na Costa do Descobrimento; Itacaré (23 a 26 de janeiro), na Costa do Cacau; Valença (30 de janeiro a 02 de fevereiro), na Costa do Dendê; Camaçari (06 a 09 de fevereiro), na Costa dos Coqueiros; e Salvador (13 a 16 de fevereiro), na Baía de Todos os Santos.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.