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duilio monteiro
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou um Procedimento Investigatório Criminal para apurar possível uso indevido de cartões de crédito do Corinthians durante as gestões dos ex-presidentes Andrés Sanchez (2018 a 2020) e Duilio Monteiro Alves (2021 a 2023). A informação foi veiculada inicialmente pelo site ge.globo.
A investigação foi iniciada na última terça-feira (29) pelo promotor de Justiça Cássio Roberto Conserino, que solicitou ao clube informações detalhadas sobre o funcionamento dos cartões corporativos. Além disso, foram agendadas oitivas com o presidente interino, Osmar Stabile, o vice-presidente Armando Mendonça e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior. As audiências ocorrerão por videoconferência no dia 6 de agosto.
O MP apura suspeitas de apropriação indébita e outros possíveis crimes envolvendo os ex-dirigentes e pessoas ligadas à administração do clube. O Procedimento Investigatório Criminal permite ao Ministério Público conduzir apurações sobre infrações penais sem a necessidade de delegacia, podendo ser instaurado por iniciativa própria ou após denúncias.
A investigação teve início após a divulgação, nas redes sociais, de faturas de cartões atribuídas ao Corinthians. Os documentos foram compartilhados pelo perfil "@Prmalaoficial", na plataforma X (antigo Twitter). Andrés Sanchez confirmou a autenticidade de um dos registros e afirmou ter feito o ressarcimento ao clube pelo gasto realizado com verba do Corinthians.
Em nota, Andrés se manifestou assim:
"O Presidente Andrés teve as suas contas aprovadas e não esta preocupado com o procedimento instaurado. Os valores gastos no cartão corporativo foram todos justificados e as despesas de caráter pessoal foram integralmente reembolsadas ao clube. As denúncias são infundadas e tem por objetivo tumultuar a Assembleia Geral de ratificação do impeachment do presidente Augusto Melo. Temos certeza que o Ministério Público vai arquivar o caso assim que o promotor de justiça tiver contato com as provas".
O Corinthians divulgou a seguinte nota:
"O Sport Club Corinthians Paulista informa que recebeu com satisfação a notícia de que o Ministério Público instaurou Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar o uso indevido de cartões de crédito corporativo durante gestões anteriores".
Um relatório de prestação de contas do Corinthians indica que a gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves, que comandou o clube entre 2021 e 2023, utilizou recursos do clube para custear produtos e serviços de uso pessoal. A informação foi revelada pelo ge nesta terça-feira (22), que teve acesso a cupons e notas fiscais apresentados como comprovantes das despesas.
O documento aponta que, entre 26 de setembro e 31 de outubro de 2023, foram realizadas 176 compras, somando R$ 86.524,62. Dessas, R$ 80 mil foram adiantados à presidência em espécie, em três parcelas. O valor restante — pouco mais de R$ 6,5 mil — teria sido solicitado como reembolso.
Boa parte das notas fiscais apresentadas no relatório está vinculada a gastos com alimentação e compras em mercados, como o "Oliveira Minimercado", que emitiu R$ 32.580 em sete notas de buffet. Segundo apuração do ge, o endereço informado da empresa fica no Jardim Ângela, extremo sul da capital paulista, mas moradores locais afirmam que não há comércio ativo no imóvel. Curiosamente, a empresa alterou sua razão social de "Oliveira Obras de Alvenaria" para "Minimercado" pouco antes da emissão das notas.
Além disso, constam despesas com cervejas, carnes nobres, doces, produtos de limpeza e refeições em redes de fast food. Aparelhos de barbear, serviços de salão de beleza, lavanderia e até mesmo medicamentos para disfunção erétil — como Cialis e Tadalafila — também aparecem na lista. Em alguns comprovantes, o nome e o CPF de Duilio Monteiro Alves ou do seu então motorista, Denilson Grillo, estão identificados. O motorista, porém, diz não reconhecer nem o relatório nem sua assinatura no documento — embora a reportagem tenha localizado o mesmo autógrafo em registros oficiais da Junta Comercial.
Outro ponto levantado é que o clube teria financiado a compra de presentes e até um cachorro de pelúcia. Entre os recibos anexados estão três compras em farmácia com remédios de uso pessoal e uma realizada no mesmo dia de uma partida do Corinthians em Fortaleza, onde foi adquirida uma caixa de Cialis.
Em transporte, os gastos somaram R$ 13,8 mil, incluindo combustível, manutenção, táxis e estacionamentos. Um dos maiores valores foi destinado à manutenção de veículo (R$ 9.470). Ainda há três abastecimentos realizados no mesmo posto no mesmo dia, segundo as notas. O proprietário do local disse que desconhece qualquer vínculo com o clube.
Além de Duilio, o relatório cita também pagamentos sem especificação de serviço, como R$ 3.350 à senhora Maria Aparecida de Souza e R$ 2 mil a Sidney Balbino dos Santos — ex-assessor de Andrés Sanchez, antecessor de Duilio. Sidney também aparece como comprador de roupas em uma loja em outubro.
As contas de 2023 da gestão Duilio foram aprovadas pelo Conselho Fiscal e pelo Conselho de Orientação, mas com ressalvas. O Conselho Deliberativo ratificou a aprovação. O então presidente do Conselho Fiscal, João de Oliveira, afirmou não reconhecer o relatório.
OUTROS CASOS
O ex-presidente Andrés Sanchez também entrou no radar do Conselho Deliberativo, que decidiu avançar na apuração de uso do cartão corporativo em sua gestão. Entre os gastos sob suspeita estão viagens pessoais para o réveillon em Tibau do Sul (RN), no valor de R$ 9.416, e outra compra de R$ 6.980 em Fernando de Noronha.
O QUE DIZEM OS ENVOLVIDOS
Duilio Monteiro Alves se manifestou por nota, afirmando não temer a exposição das despesas realizadas durante sua gestão, que — segundo ele — elevou o faturamento do clube para mais de R$ 1 bilhão. No entanto, o ex-dirigente acusou a existência de manipulação grosseira nos documentos, divulgados em perfis anônimos com suposto intuito político.
"Requeri ao clube acesso a tais documentos, a fim de que pudesse checar sua veracidade. Infelizmente meu pedido não pode ser atendido", disse.
Duilio afirmou que só vai se manifestar oficialmente após ter acesso aos documentos e que tomará medidas criminais contra quem divulgar informações falsas.
Wesley Melo, ex-diretor financeiro do clube, e João de Oliveira, ex-presidente do Conselho Fiscal, disseram não ter conhecimento do relatório.
O Corinthians ainda não comentou oficialmente o conteúdo do relatório, mas informou ter registrado um boletim de ocorrência no último sábado (20), alegando o sumiço de documentos fiscais do clube.
Após sofrer nova derrota judicial, Corinthians terá de pagar R$ 33,4 milhões a Carlos Leite, empresário de Cássio, ex-goleiro do Corinthians, hoje no Cruzeiro. A sentença aprovada pelo juiz Douglas Lecco Ravacci, da 33º Vara Cívil, foi publicada nesta quarta-feira (9). As dívidas são referentes a intermediações em transferências e renovações de contrato.
Todo o valor engloba negociações entre ambos nos últimos anos. Por exemplo, renovações de Cássio e Fagner, além das contratações de Renato Augusto, Matías Rojas e Gil.
As dívidas com Carlos Leite foram acumuladas durante a gestão de Duílio Monteiro e Andrés Sanchez. Ao final do mandato de Duílio, o Corinthians renegociou a pendência com o empresário, mas o acordo não foi seguido por Augusto Melo, atual presidente do Timão. Por isso, Carlos acionou o clube na justiça através da RC Consultoria & Assessoria Esportiva, empresa que o mesmo é dono.
Além da atual cobrança onde já retirou R$ 33,4 milhões do alvinegro, Leite move outras duas ações contra o Corinthians. Gerando ao total, um montante de R$ 60 milhões.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.