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doulas
A Maternidade Climério de Oliveira (MCO-UFBA) abriu inscrições para o cadastro de doulas autônomas interessadas em atuar na instituição. O objetivo é priorizar ainda mais o bem-estar emocional e físico da pessoa gestante e do bebê, valorizando o parto como uma experiência única e significativa alinhada aos princípios da humanização e cuidado centrado na gestante e na família.
O cadastramento é continuado, ou seja, acontece durante todo o ano. Podem inscrever-se profissionais com curso de formação de doulas fornecido por qualquer instituição. Para isso, basta entrar em contato por meio do e-mail [email protected] informando o interesse. No assunto, é importante que esteja descrito “DOULA”. A ficha de cadastro e o passo a passo serão enviados posteriormente para o e-mail da pessoa interessada.
Segundo explica o chefe da Unidade de Centro Obstétrico e Processamento de Material Esterilizado da MCO-UFBA, Leonildo Silva, antes de iniciar suas atividades, a doula deverá participar de uma visita à instituição para conhecer as normas e rotinas de funcionamento da Maternidade. O agendamento será feito por e-mail.
“Após aprovação do cadastro e visita guiada, será fornecido à doula uma credencial, que certificará seu cadastro e legitimará sua atuação na MCO-UFBA. Com ela em mãos, a doula deverá se apresentar à equipe de profissionais da Unidade de Centro Obstétrico no momento da internação da paciente que irá acompanhar durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato”, disse.
O cadastramento de doulas na MCO-UFBA atende à Lei Municipal nº 9.782/2024. Se acordo com Silva, o cadastro não significa vínculo trabalhista com MCO-UFBA e remuneração pública. “São profissionais que se valem de tecnologia leve e inovadora no cuidado em saúde, recomendada por organismos e instituições mundiais pela centralidade na atenção integral, para redução de iniquidades a partir da promoção da educação em saúde e de direitos reprodutivos e sexuais”, disse ele, completando que elas atuam como agente de um modelo de cuidado obstétrico humanizado e cientificamente embasado, sendo uma escolha da própria paciente.
DOULAS
Uma doula é uma profissional treinada para oferecer suporte físico, emocional e informativo a mulheres antes, durante e após o parto. O seu papel de ajudar a criar uma experiência de parto mais positiva, apoiando a mãe e sua família de forma contínua.
Antes do parto, a doula prepara a mulher para o nascimento. Durante o parto, ela oferece conforto físico, como massagens, técnicas de respiração e posições para aliviar a dor, incentiva a mãe e atua como um ponto de apoio emocional, além de facilitar a comunicação entre a gestante, a equipe médica e os acompanhantes. Após o parto, seu papel é ajudar no período pós-parto imediato, especialmente na amamentação, e oferecer apoio emocional e prático para os primeiros dias da mãe com o bebê.
A Prefeitura de Salvador sancionou, nesta quarta-feira (13), a Lei que obriga hospitais, maternidades, casas de parto e outras unidades de saúde congêneres, a permitirem a presença das doulas durante o período de trabalho de parto de gestantes.
A Lei nº 9.782/2024, estabelece que as doulas estejam durante o período de trabalho de pré-parto, parto e pós-parto imediato, sempre que for solicitado por mulheres grávidas.
Segundo o autor da Lei, o vereador Suica (PT), a proposição vai proibir que unidades de saúde não permitam as doulas
“Essa lei vai permitir que a pessoa que está no processo de parto tenha o direito dessa acompanhante logicamente. Essa acompanhante então será contratada pela família e o hospital não pode proibi-las de adentrar ao local de trabalho. Então, traz essa importância do ponto de vista de os hospitais particulares e públicos reconhecerem essa profissão”, explicou.
O edil informou ainda que, caso a Lei não seja cumprida e seguida, as comissões de saúde e direitos humanos devem ser acionadas.
“Vamos ficar atentos, pois nesse caso tem outras comissões agora que devem ser acionadas caso tenha algum problema em relação a isso”, apontou.
Para a vice-diretora de projetos da Associação de Doulas da Bahia (Adoba), Rebeca Gonzaga, a iniciativa é positiva e vai facilitar e melhorar o trabalho das profissionais nas unidades de saúde pública da cidade.
De acordo com ela, somente dois locais que atendem pelo SUS permitiam a participação das doulas na capital baiana: a Maternidade Maria da Conceição de Jesus, em Coutos; e o Centro de Parto Normal Marieta de Souza Pereira (CPN), que foi fechado no ano passado.
“Sem dúvida vai ser maravilhoso, pois muitas vezes a gestante contrata a gente e não conseguimos assistir a mulher, já que os hospitais não permitem que a gente entre. Para as pessoas que usam a rede pública de saúde vai ser melhor ainda, porque só existiam dois locais aqui em Salvador que permitiam a entrada de doulas em locais públicos”, revelou.
Rebeca informou que, antes da lei, ela foi proibida de entrar em uma unidade de saúde para acompanhar uma gestante.
“Em setembro do ano passado eu fui acompanhar uma gestante. Cheguei na recepção e a gestante teria que escolher entre eu e o acompanhante dela. Aí nesse caso eu tive que ficar na recepção e a gestante que pagou pelo meu serviço, que tava precisando de alguém para acompanhar, que precisava do meu serviço foi obrigada a ficar sem”, lamentou.
A especialista apontou ainda que a lei vai atender uma gama maior de grávidas que desejam o acompanhamento das profissionais. Ela comentou também como funcionava a participação delas em hospitais particulares da cidade.
“A gente vai poder atender uma uma gama maior. Vai ter uma alcance maior em relação a clientela e para as mulheres vai ser melhor ainda. Algumas maternidades e hospitais particulares permitiam, mas cobravam das paciente um valor extra para a doula entrar, mas parece que esse valor já não existe mais então”, sugeriu.
A especialista contou que a regulamentação do trabalho das doulas em Salvador vai possibilitar a redução dos casos de mortalidade materna e de mortes de bebês em partos.
“Vai ser de fundamental importância para a redução da mortalidade materna. A participação da doula é a melhor experiência de um parto respeitoso”, indicou.
A enfermeira pediátrica e doula Larissa Cunha, de 24 anos, também crê que a aprovação da lei ajudará o trabalho das profissionais.
“Essa sanção facilita demais o nosso trabalho, a nossa atuação dentro das maternidades tanto particulares quanto públicas, porque permite de fato que a gente atue no trabalho de parto, que a gente esteja lá do lado com a mulher, que não seja substituída pelo acompanhante ou confundido. Depois dessa lei, é acreditar que todas as maternidades, hospitais e equipes médicas aceitem e respeitem nosso trabalho e nossa função, que é extremamente ideal e necessária para uma mulher que está parindo”, relatou Cunha, que trabalha como doula há 4 anos.
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"O meu time não tem medo de brigar. Se for preciso brigar, a gente vai brigar. Mas antes de brigar, a gente quer negociar".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as negociações com Donald Trump para o fim do tarifaço.