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O governador Jerônimo Rodrigues (PT) encaminhou um Projeto de Lei para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) visando alterar o nome da Praça das Artes, Cultura e Memória, que fica localizada no Pelourinho, em Salvador. Conforme o texto protocolado nesta segunda-feira (24), o novo nome passaria a ser Praça das Artes Mestre Neguinho do Samba, em homenagem ao criador do samba-reggae, mestre Neguinho do Samba (1955-2009).
Na justificativa para a alteração da nomenclatura do local, Jerônimo argumentou que o músico busca reconhecer a trajetória de Neguinho do Samba, afirmando que sua herança artística “marcou a identidade cultura de Salvador e da Bahia”. Vale destacar que o instrumentalista foi um dos responsáveis pela fundação do Olodum, um dos grupos percussivos mais famosos do mundo, da Banda Didá, a primeira percussiva de mulheres no Brasil, e do Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do país.
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“A medida busca reconhecer e perpetuar a trajetória artística e sociocultural do Mestre Neguinho do Samba, cuja obra marcou de forma decisiva a identidade cultural de Salvador e da Bahia. Morador do Pelourinho e protagonista do movimento criativo que revitalizou o bairro, o artista deixou um legado de inovação, representatividade e valorização da cultura afro-baiana. A homenagem, portanto, simboliza o reconhecimento do Estado ao papel histórico desempenhado pelo Mestre Neguinho do Samba na formação do patrimônio imaterial da Bahia”, disse o governador em mensagem enviada à AL-BA.
A proposta foi protocolada sob solicitação de tramitação em regime de urgência. O pedido será analisado em plenário na AL-BA em, caso aprovado, o PL será apreciado com prioridade nas comissões temáticas da Casa.
TRAJETÓRIA
Antônio Luís Alves de Souza, o Neguinho do Samba, nasceu no dia 21 de junho de 1955, em Salvador. Reconhecido como um dos maiores artistas da história do Brasil, ele morreu aos 54 anos em 31 de outubro de 2009.
Por 11 anos, na década de 70, ele foi diretor de bateria e compositor do primeiro bloco afro do carnaval baiano, o Ilê Aiyê, o qual foi um dos fundadores.
O reconhecimento nacional veio em 1986, com a explosão da música “Faraó”, pelo Olodum. Até hoje, a canção é uma das mais tocadas no carnaval de Salvador e que é considerada a “célula máter” do samba- reggae.
O artista era tratado por seus admiradores com muito respeito e reverência, pois, como mesmo dizia Neguinho: "Eu tenho uma coisa que só os deuses podem responder pra mim. Esses ritmos eu não sei como acontecem, acho que tinha chegado o momento, e só o universo pode dizer por quê".
Em 1996, Neguinho liderou o Olodum no videoclipe de Michael Jackson, com a canção They Don't Care About Us ("Eles não se importam conosco", em livre tradução) filmado por Spike Lee no Pelourinho. Neguinho também gravou com Paul Simon, importante cantor e compositor norte-americano.
Encerrando a programação de nove espetáculos desde novembro de 2019, o Concha Negra contará com apresentações das bandas Panteras Negras e Didá, no dia 28 de março, a partir das 18h30, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. O evento terá ainda intervenções artísticas e poesias periféricas do Slam das Minas, primeiro coletivo feminino de batalha de poesias e rap baiano.
A abertura é da Banda Didá, primeiro grupo percussivo formado e dirigido por mulheres negras no mundo. Em seguida, o grupo Panteras Negras sobe ao palco com o show “Panteras Negras Inconcert”. Pioneira como no mundo, como grupo instrumental composto só por mulheres negras, a banda é formada por Dêdê Fatuma (percussão), Line Santana (bateria) e Suyá (guitarra) e Zinha Franco (baixo).
Os ingressos para o evento custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria do TCA, nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista ou pelos canais da Ingresso Rápido.
SERVIÇO
O QUÊ: Concha Negra – Panteras Negras e Didá
QUANDO: Sábado, 28 de março, às 18h30
ONDE: Concha Acústica do Teatro Castro Alves – Salvador (BA)
VALOR: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
A Didá Banda Feminina, com sua percussão, foi responsável por animar os intervalos dos jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo Feminina de 2019. Já conhecido e reconhecido internacionalmente, o grupo ganhou mais projeção com a participação nas transmissões oficiais. Mas foi um erro que ampliou ainda mais esse alcance.
A banda, composta apenas por mulheres, foi fundada há 25 anos pelo Mestre Neguinho do Samba, criador do samba reggae. "O Neguinho tem um papel fundamental, não só para a música, mas para a política e para o movimento negro da Bahia. Quando ele pensou na Didá, grupo só para mulheres, muitos chamaram ele de doido. Mas ele dizia para mim e para as meninas que a ideia que ele tinha desde menino de mãe, tia, irmã era de muita força. Então ele acreditava no grupo", contou Viviam Caroline, diretora da Didá.
Viviam revelou que Neguinho do Samba, ao criar a Didá, estava fazendo um preenchimento de uma "lacuna histórica", que inviabiliza o corpo e o discurso da mulher negra. "É como se nós não tivéssemos potencialidade ou vontade de fazer algo. Hoje eu caracterizo a Didá como uma tecnologia de resgate. Ela é um dispositivo que a gente aciona para se posicionar, para elaborar uma narrativa, para dizer quem nós somos, como nós nos vemos e não como os outros vêem".
Com cerca de 80 integrantes femininas e sem contar mais com a presença física de Neguinho, que faleceu em 2009, a banda realiza um trabalho não só de fortalecimento das mulheres, mas também de preservação do trabalho e da memória do mestre.
Durante a transmissão da TV Globo da primeira partida do time brasileiro, a Didá foi chamada pelo narrador Galvão Bueno de "Olodum feminino". "O Galvão cometeu uma gafe, mas que foi revertida em acesso", disse Caroline. Após o erro cometido pelo jornalista esportivo, muitas mulheres decidiram realizar publicações para corrigir a fala do apresentador. Inconformadas, as fãs do grupo marcaram as redes sociais da Didá e explicaram a diferença do grupo em relação ao Olodum. "Antes que a gente corresse para se defender, tinham centenas de pessoas fazendo isso, ligando e comentando nas redes sociais. Nós só pensamos: ‘que lindo, que rede bonita de proteção que aconteceu com a Didá’. Então, para a Didá enquanto banda e instituição, foi uma carinho enorme", disse Viviam.
"Todo mundo estava na defesa de um trabalho de 25 anos e as pessoas ficaram aborrecidas, falando: ‘não é possível que as meninas estão aí há tanto tempo e o cara não reconheça isso’. E a gente sabe que ele (Galvão) recebeu o material com tudo certinho. Então de repente ele faz uma comparação... e nada contra o Olodum, nós o admiramos muito, nada contra mesmo, mas por que para ele o único signo de estar fazendo aquela apresentação era de um grupo masculino? Nós sabemos que ainda existem essas amarras no pensamento dele e de tantos outros. A grande lição disso tudo foi no acesso, na rede de proteção e na força da internet. Nossas alunas, até as que moram em outros países, sinalizaram o erro nas redes sociais. Foi um presente para a gente, os seguidores na conta da Didá subiram e até começaram uma hashtag chamada 'Somos Todas Didá'”.
A diretora da banda destaca que a banda já vem apoiando a seleção feminina desde os Jogos Olímpicos do Rio 2016 e pretende manter a tradição com as próximas Copas do Mundo. "Foi uma experiência boa, mandamos um vídeo mostrando a nossa torcida, porque pensamos que o que elas passam no esporte não é muito diferente do que nós passamos com a música. Cada um no seu universo, enfrentandos suas dificuldades e sobretudo somos nós por nós. Nós, mais do que qualquer outro grupo, entendemos as dimensões dessas dificuldades".
Viviam afirma que esse momento em que a imagem feminina está ganhando mais destaque é importante principalmente pelo fato de poder "ensinar algumas coisas aos homens, porque eles foram educados em uma circunstância de machismo", além de ceder espaço para todas as mulheres que estão ligadas ao esporte de uma forma geral.
"Agora a gente não quer mais interlocução. A gente quer que a seleção seja mais apoiada, que os salários se equiparem, que existam treinadoras, narradoras... Porque as mulheres têm competência para todas as áreas do mercado de trabalho. Então eu acho que, mais do que nunca, esses jogos serem veiculados nos canais abertos, ter um número maior de pessoas assistindo, é uma conquista do nosso meio de mulheres, mesmo que ainda precise melhorar", aponta a diretora.
“O futebol nesse momento é uma vitrine para as mulheres que estão em todas as outras áreas do esporte, porque a gente sabe como é difícil. Até porque esse corpo feminino encontra preconceitos, abusos, violências, a gente sabe bem o que aconteceu com a jogadora francesa [Wendie Renard, que sofreu ataques racistas por causa do seu cabelo]. Então, ao mesmo tempo que a gente celebra, a gente também tem uma imagem muito nítida do que ainda precisa ser conquistado. Mais do que tocar, e ter a parte da torcida, tem uma construção política acontecendo no mundo, a nossa ação de tocar é para fortalecer essa luta”, finalizou.
O Bailinho de Quinta realiza mais uma edição de sua festa pré-carnavalesca neste sábado (9), a partir das 16h, no Trapiche Barnabé, em Salvador. Para animar o Bailinho a Fantasia, o grupo contará com a participação das bandas Didá e Skanibais, do cantor Davi Moraes e do DJ Pureza.
“Será um show para todas as faixas etárias. Nosso repertório vai desde 1989 até músicas atuais. Um representa que muito bem o Carnaval brasileiro, mas com um recorte baiano”, afirma Graco, vocalista do Bailinho de Quinta.
Os ingressos, que custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), estão à venda na plataforma Sympla; nas lojas Elementuá, The Finds e Gin, localizadas no Rio Vermelho; e nas unidades da Elementais (Pituba, Barra e Salvador Shopping e Litoral Norte).
SERVIÇO
O QUÊ: Bailinho a Fantasia
QUANDO: Sábado, 9 de fevereiro, a partir das 16h
ONDE: Trapiche Barnabé – Comércio – Salvador (BA)
VALOR: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)
A Secretaria de Cultura da Bahia (Secult) divulgou, nesta terça-feira 16), a lista com as entidades carnavalescas de matrizes africanas e de manifestações tradicionais selecionadas para o Carnaval Ouro Negro 2018. Entre os projetos aprovados para receber o apoio no desfile de carnaval de Salvador, estão Olodum, Ilê Aiyê, Cortejo Afro, Didá, Filhos de Gandhy, Alerta Geral, Alvorada, Aspiral do Reggae, Reggae O Bloco e Commanche do Pelô. Este ano, 92 projetos foram contemplados nas categorias afro, afoxé, samba, reggae e de índio. A lista completa dos aprovados pode ser acessada online (clique aqui). A Secult divulgou também os artistas selecionados para o Carnaval do Pelô e Carnaval Pipoca (clique aqui).
"Mulheres Negras: Olhando adiante, Marchando em frente"
Data: 09/11
Local: Largo Pedro Archanjo
Horário: 19h
Ingressos: R$ 20 (inteira) R$ 10 reais (meia-entrada)

Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jaques Wagner
"Recebi notícias de que Alcolumbre estava chateado comigo ou rompido comigo. Confesso que não sei o motivo. Sempre tentei colaborar com ele. Nesse episódio agora do Messias, houve uma chateação, mas foi uma escolha do presidente [Lula]. Eu nunca faltei com a verdade nem com o Rodrigo Pacheco, nem com Davi".
Disse o senador Jaques Wagner (PT) ao comentar sua relação com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União). Em entrevista à GloboNews, Wagner afirmou que soube que o senador estaria “chateado” com ele, mas disse desconhecer as razões.