Artigos
O maior adversário de Lula é ele mesmo
Multimídia
Angelo Almeida avalia críticas ao sistema logístico baiano e garante: “Tudo tem o porquê da coisa”
Entrevistas
Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”
criptomoedas
O fundador da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, pastor Silas Malafaia, confirmou ter recebido um investimento milionário do empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik do Bitcoin” e condenado a 56 anos de prisão por operar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas.
De acordo com Malafaia, o aporte ocorreu para auxiliar a editora Central Gospel, que entrou em recuperação judicial em 2019, mas a parceria terminou antes de Francisley ser denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). “Ele botou dinheiro na minha editora para comprar material, para me ajudar no momento mais difícil da minha recuperação”, disse o líder religioso ao Metrópoles.
A revelação foi feita em depoimento de uma testemunha-chave do processo, divulgado nesta segunda-feira (25). O empresário Davi Zocal relatou à Polícia Federal, em agosto de 2022, que o investimento do “Sheik do Bitcoin” foi de aproximadamente R$ 30 milhões.
“Só que eles combinaram o quê? Eu estava do lado. O Silas falou assim pra ele: ‘Cara, vamos fazer uma empresa com outro nome para não ferrar para nós, né?’ Então abriram a Alvox, mas o foco do Malafaia… O Francis foi sócio direto dele na principal empresa, mas foi só para dar uma esquivada, né?”, afirmou no depoimento.
Silas Malafaia e Francisley foram sócios na Alvox Gospel Livros Marketing Direto, uma loja digital voltada para o público evangélico. A empresa foi registrada em maio de 2021 e encerrada em julho de 2022.
O pastor reforçou que não tem relação com o esquema de pirâmide financeira pelo qual Francisley foi condenado. “O que que eu tenho com os crimes de bitcoin, de moeda, de criptomoeda dele?”, declarou.
O ex-jogador Jucilei foi a última vítima do esquema bilionário envolvendo investimento em bitcoins. O prejuízo, segundo a polícia, gira em torno de R$45 milhões.
Com passagens pelo São Paulo, Corinthians e Seleção Brasileira, Jucilei anunciou aposentadoria em 2022, aos 34 anos.
O Departamento de Segurança Interna dos Estado Unidos fez uma investigação e apontou se tratar de um esquema de pirâmide. O prejuízo dos investidores gira em torno de US$50 milhões (R$280 milhões).
O dono da empresa que é a suspeita da investigação se chama Francisley Valdevino da Silva, conhecido como o Sheik do Bitcoin, brasileiro que mora no Paraná. Segundo a polícia, a empresa de Francisley produziu 15 mil vítimas no Brasil.
No Brasil, o Sheik do Bitcoin é suspeito pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraudes contra o sistema financeiro. Nos Estados Unidos, o sócio de Valdevino e ele mesmo são investigados por acusações semelhantes.
Cinco pessoas apontadas por montar esquema de pirâmide financeira de criptomoedas foram denunciadas pelo Ministério Público estadual (MP-BA). De acordo com informações divulgadas pelo órgão nesta sexta-feira (19), o esquema teria prejudicado milhares de vítimas pelo país e teria rendido aos denunciados montante superior a R$ 8 milhões.
A denúncia lista os crimes de estelionato, pichardismo e lavagem de capitais. Ainda de acordo com o MP-BA, o grupo criou a empresa DD Corporation-Dream Digger, por meio da qual atraía e enganava investidores, mediante meios fraudulentos, na internet e por outros meios de comunicação. Foram denunciados Leandro Yoitsi Akabane, Leonardo Gusmão Araújo, Gabriel da Silva Rodrigues Benigno, Rafael da Silva Rodrigues Benigno e David Alves Cardoso. Eles respondem ao processo penal na 1ª Vara Criminal de Salvador.
A denúncia foi oferecida em setembro de 2023 e recebida pela Justiça. Nesta semana, a investigação, que ainda está em curso, teve sigilo retirado por determinação judicial a pedido do MP, a fim de possibilitar a identificação de novas vítimas do grupo. A Justiça também deferiu os pedidos de bloqueio dos bens e quebra do sigilo bancário dos investigados, requeridos pela 18ª Promotoria de Justiça Criminal de Salvador.
MODUS OPERANDI
Além de captar membros para o esquema de pirâmide, conforme a denúncia, os integrantes do grupo recebiam em sua conta bancária os valores que, em tese, seriam convertidos em dólar para posterior compra de criptomoedas, com falsas promessas de alta rentabilidade. No entanto, as vítimas posteriormente descobriam que os valores transferidos ao grupo estavam indisponíveis para resgate devido a uma suposta “falha temporária no sistema” da empresa.
De acordo com investigações iniciadas pela Polícia Civil do Estado de São Paulo e posteriormente encaminhadas ao MP, o grupo se apropriou dos valores pertencentes às vítimas, sendo identificada a compra de diversos carros de luxo e realização de festas com atrações nacionais.
Para o MP, isso “denota uma estratégia de ostentação de uma vida de luxo, a fim de arregimentar mais ‘investidores’, e possibilitar ao grupo ocultar e dispersar o produto dos crimes”. O CEO da Dreams Digger ainda não foi localizado pela Justiça.
ATUAÇÃO
A Dreams Digger, posteriormente denominada DD Corporation, atuava no ramo de criptomoedas, especialmente bitcoins, oferecendo intermediações desses ativos a serem realizadas através de um suposto robô denominado ‘Next’, prometendo aos consumidores rentabilidade mensal de 10% a 12%. O modelo de negócios da empresa caracterizava esquema de pirâmide, a partir de dois principais pontos, que incluíam uma quantidade excessiva de bônus e gratificações no sistema binário de marketing de rede. Além disso, os investimentos no robô de arbitragem Next não tinham lastro técnico.
O foco do negócio residia na abundância de remunerações advindas do marketing multinível (recrutamento de novos investidores pelos investidores mais antigos) em detrimento da efetiva rentabilidade dos supostos investimentos. Eventuais vítimas do esquema podem entrar em contato com o Ministério Público pelo Disque 127 ou pelo site de atendimento ao cidadão.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jerônimo Rodrigues
"As facções também investem, e muito, em inteligência. Eles montam uma indústria de armas. No último fim de semana vimos que muitas dessas peças são montadas aqui mesmo, não vêm todas de fora".
Disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) ao comentar que não há negacionismo na política de segurança pública do estado e destacou que o enfrentamento ao crime hoje exige novas estratégias, diante da evolução tecnológica das facções criminosas.