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chacina em jequie
Um homem, identificado como Diego Cigano, foi preso nesta quarta-feira (24) acusado de ser mandante de duas chacinas ocorridas em Feira de Santana e Jequié, no Sudoeste. Ambos os casos ocorreram em 2023 com vítimas da mesma família e também da comunidade cigana.
Diego, que integrava o Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), foi detido no estado de Alagoas.
Ao Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, o delegado Roberto Leal, coordenador da 9ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Jequié), informou que a prisão de Diego Cigano ocorreu após perseguição a uma caminhonete. O motorista do veículo tentou fugir de uma abordagem da Polícia Militar, mas acabou interceptado.

Chacina em Feira de Santana / Foto: Ed Santos / Acorda Cidade
Já haviam sido presos um policial militar acusado de intermediar a contratação dos executores, além do próprio atirador e do motorista do veículo usado nos crimes. As investigações apontam que os homicídios foram motivados por vingança, após um conflito entre membros da comunidade cigana em Alagoinhas, no Agreste baiano, desencadeado por uma denúncia de furto de gado. A partir desse episódio, pelo menos 11 mortes foram atribuídas a Diego Cigano.

Chacina em Jequié / Foto: Reprodução / Blog do Júnior Mascote
“Temos registros que apontam o envolvimento dele em 11 homicídios: seis em Jequié, quatro em Feira de Santana e um em Rafael Jambeiro, ocorrido três dias antes da chacina em Jequié”, disse o delegado Roberto Leal. Segundo ele, armas apreendidas em uma fazenda pertencente ao acusado, em Itapicuru, também no Agreste baiano, foram periciadas e apresentaram relação com crimes ocorridos nos três municípios.
A vítima do homicídio em Rafael Jambeiro foi identificada como Iomar Barreto Cabral, natural de Feira de Santana e integrante da comunidade cigana. Ele foi encontrado morto no km 493 da BR-116 Sul, dentro de um veículo Corsa, com marcas de disparos no braço e no rosto.

Iomar Barreto Cabral foi encontrado morto na BR-116 / Foto: Reprodução / Página da Notícia
O delegado ainda acrescentou que Diego Cigano deve ser levado a júri popular em Jequié ainda este ano, em um processo já em fase avançada.
A Polícia Civil, por meio de uma investigação, informou, nesta terça-feira (05), que as chacinas e homicídio contra pessoas ciganas em 2023 estão interligados. Ainda nesta terça-feira, três homens foram presos na Operação Hera, deflagrada hoje para investigação dos casos.
Segundo o delegado Yves Correia, coordenador da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), os exames balísticos apontaram a relação entre os crimes. Ao Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, ele detalhou as prisões.
“A investigação apontou, com o exame de microcomparação balística das armas, que todos tiveram ligação entre si. Houve nexo de causalidade entre eles, razão pela qual se conseguiram os mandados cautelares de busca e apreensão e mandado de prisão. Alguns foram cumpridos aqui em Feira, inclusive aqui no Conjunto Penal de Feira, outros em Alagoinhas e em outras cidades. Até o momento, já são três presos”, detalhou.
Os suspeitos detidos até o momento estarão à disposição da justiça, e devem responder pelo crime de homicídio qualificado. Segundo o delegado, ainda há outros mandados a serem cumpridos até o final da investigação.
A Operação Hera deve investigar a motivação de dois casos, sendo eles, chacina de uma família de ciganos em Jequié, em outubro; e a morte de três homens em Feira de Santana, em agosto. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), “desde o início das investigações, cinco armas foram apreendidas no cumprimento de mandados de busca – e, conforme apurado, uma delas foi utilizada na chacina. Nesta terça, as incursões contam com o apoio da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core) e do Departamento de Inteligência Policial (DIP)”.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jerônimo Rodrigues
"As facções também investem, e muito, em inteligência. Eles montam uma indústria de armas. No último fim de semana vimos que muitas dessas peças são montadas aqui mesmo, não vêm todas de fora".
Disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) ao comentar que não há negacionismo na política de segurança pública do estado e destacou que o enfrentamento ao crime hoje exige novas estratégias, diante da evolução tecnológica das facções criminosas.