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O Ministério da Justiça e Segurança Pública revogou, nesta semana, a autorização de residência no Brasil do sérvio Svetozar Popovic, investigado por suposta participação em esquemas de manipulação de resultados no basquete. O pedido de residência havia sido protocolado pelo Centro Esportivo Força e Luz, clube de futebol do Rio Grande do Norte que também é alvo de apurações relacionadas a possíveis fraudes em partidas.
De acordo com registros publicados no Diário Oficial da União, o processo de autorização teve início em 2024 e foi concedido em setembro do mesmo ano. Em março de 2025, no entanto, a permissão foi cancelada. A notificação enviada ao empresário aponta a “cessação do fundamento que embasou a autorização de residência” como motivo da revogação.
Informações divulgadas pelo portal ge.globo contam que o Ministério da Justiça confirmou o encerramento do processo, mas não detalhou as razões. Em nota, informou que o caso tramita sob sigilo, conforme previsto na Lei Geral de Proteção de Dados.
Popovic era investidor do Rio Claro Basquete, equipe tradicional do interior de São Paulo que havia ficado dois anos sem disputar competições oficiais. O retorno do clube ao cenário nacional ocorreu em 2025, após a formalização de parceria com o empresário sérvio. Posteriormente, o Rio Claro foi informado sobre investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela FIBA (Federação Internacional de Basquete) e comunicou o fim do vínculo.
Não está esclarecida a relação direta de Popovic com o Força e Luz, responsável pelo pedido de residência. O clube potiguar, porém, é citado com frequência em alertas sobre suspeitas de manipulação de resultados. Segundo apuração do ge, ao menos dez partidas disputadas pela equipe nos últimos dois anos apresentaram indícios de irregularidades.
Em março de 2024, o Força e Luz foi alvo de uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Norte. Entre os jogos analisados estava a derrota por 6 a 0 para o ABC. Na ocasião, o MP informou haver “fortes elementos indiciários e sinais exteriores concretos” que apontavam para a ocorrência de fraudes. Apesar da investigação, novas partidas passaram a ser observadas, como a derrota por 2 a 0 para o América-RN, em janeiro, pelo Campeonato Potiguar, e o revés por 7 a 0 diante do Operário-PR, na Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Popovic tem 38 anos, é ex-jogador de basquete e atuou por clubes da Sérvia, França, Áustria, Eslovênia e Romênia. Em junho de 2025, assinou contrato de investimento com o Rio Claro, com duração prevista de quatro anos. A parceria envolveu a chegada dos atletas Marko Rikalo e Nemanja Simovic, além do consultor Milan Vulic e, posteriormente, do técnico Slobodan Nikolic. Todos foram desligados após o avanço das investigações.
Ao menos duas partidas do Rio Claro estão sob suspeita. Uma delas é a derrota por 74 a 61 para o Botafogo, em 20 de novembro, pelo NBB. Relatórios apontam evidências de manipulação, com apostadores indicando previamente que o jogo teria pontuação inferior a 160 pontos. Outra partida observada foi o revés por 95 a 64 para o São José, ocorrido dias depois, cujos padrões de apostas indicavam derrota por larga margem.
Em nota oficial, o Rio Claro Basquete informou que encerrou o vínculo com o investidor estrangeiro assim que tomou conhecimento das investigações, além de rescindir contratos com integrantes do projeto esportivo. O clube afirmou que a continuidade das atividades está garantida por meio de patrocínio e que mantém compromisso com a integridade esportiva.
A Liga Nacional de Basquete também se manifestou. Em comunicado, informou que tomou conhecimento das suspeitas em 21 de novembro de 2025 e repassou as informações a órgãos como Polícia Federal, ministérios e entidades esportivas nacionais e internacionais. Segundo a LNB, o monitoramento das partidas segue em andamento, sem divulgação de novos detalhes para não comprometer as investigações.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Hugo Motta
"Eu não vou fazer pré-julgamento. Não sei ainda a motivação nem qual foi a busca. Apenas recebi a ligação do diretor-geral da Polícia Federal. Pelo que me foi dito, parece ser uma investigação sobre questão de gabinete, mas não sei a fundo e, por isso, não quero fazer pré-julgamento".
Disse o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) ao afirmar que o Judiciário “está cumprindo o seu papel” ao autorizar operações contra parlamentares. A declaração foi feita após a deflagração de uma ação da Polícia Federal que teve como alvos o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).