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carlos andre
O empresário Carlos André de Brito Coelho e o vice-prefeito de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), Vidigal Cafezeiro (Republicanos) deixaram nesta quarta-feira (25) o Complexo da Mata Escura, em Salvador. Presos na segunda fase da Operação Overclean, os dois foram beneficiados com recursos deferidos pelo desembargador federal João Batista Moreira, durante o plantão judicial, nesta terça-feira (24).
Ambos foram alvo de prisão preventiva na última segunda-feira (23) em que também foram detidos o secretário de mobilidade de Vitória da Conquista, no Sudoeste, Lucas Dias; e um policial federal, Rogério Magno. Os últimos seguem presos.
Carlos André e Vidigal Cafezeiro saíram do presídio na companhia dos advogados Daniel Jacobina e Caio Graco, respectivamente. A defesa de Carlos André argumentou que os fatos atribuídos ao empresário não são recentes, apontando ausência de contemporaneidade dos atos investigados. Também foram apresentados argumentos relacionados à saúde do acusado, que necessita de medicação contínua.
Cafezeiro e Carlos André vão cumprir prisão domiciliar com exigências como uso de tornozeleira eletrônica.
A segunda fase da Overclean, feita junto com o Ministério Público Federal (MPF) na Bahia, dá sequência ao trabalho de desarticular uma organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Os recursos seriam oriundos de emendas parlamentares.
Além das quatro prisões preventivas, os agentes cumpriram na última segunda dez mandados de busca e apreensão em Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista, além de Brasília (DF).
O empresário Carlos André, preso nesta segunda-feira (23), no condomínio de luxo Alphaville 1, seria responsável por uma planilha de R$ 170 milhões operada pela organização criminosa. A soma incluía entidades, pessoas vinculadas e possíveis contratos nos estados de São Paulo, Maranhão, Pará e Piauí.
Segundo as investigações, o empresário era citado pela sigla “CA”, em e teria recebido propina de mais de R$ 1,7 milhão através da BRA Teles, uma empresa fantasma usada pelo grupo criminoso. Só em agosto do ano passado, Carlos André recebeu depósito da mesma empresa no valor de R$ 150 mil.
Ainda segundo informações, o empresário teria ainda influência sobre Antônio César Lima Costa, funcionário da Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer do Município de Salvador. Em uma das situações, ao ser comunicado por um dos irmãos Parente que determinado contrato – que beneficiaria a entidade criminosa – iria se encerrar, Carlos André responde que era muita “ousadia” do servidor e que ele tomaria um “esporo”.
Na decisão que autorizou a prisão preventiva de Carlos André na segunda fase da Overclean, a Justiça Federal afirma que o empresário “desempenha importante papel dentro da Organização Criminosa, na medida em que, além de destinatário de quantias com grande expressividade econômica, figura como responsável por contratos em diversas unidades da federação, com ingerência, ainda, em órgãos públicos, interferindo, inclusive, em decisões administrativas de encerramento de avenças que beneficiam os irmãos Parente”, diz trecho da sentença.
Além de empresário, Carlos André foi prefeito de Santa Cruz da Vitória, no Médio Sudoeste da Bahia.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Bruno Reis
"Eu me relaciono bem com quem é de esquerda, de centro e de direita, tenho excelentes relações políticas em todos os campos".
Disse o prefeito de Salvador Bruno Reis (União) sore o posicionamento político, evitando se envolver em debates políticos polarizados ou comentários sobre governos estadual e federal.