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Na última noite do seu projeto “Axé 40 Brown”, neste domingo (16), o mestre percussionista Carlinhos Brown levou milhares de fãs ao Candyall Guetho Square para celebrar o movimento cultural o qual faz parte e promover reencontros com convidados ilustres. O evento, que marca a reinauguração do espaço criado por ele em 1996, iniciou em novembro de 2024 e já contou com a participação do Olodum, Ivete Sangalo e Timbalada.
A edição desse domingo, em tom de pré-Carnaval, se tornou histórica logo no anúncio dos convidados: Arnaldo Antunes e Marisa Monte, membros da tríade dos Tribalistas; e Caetano Veloso.
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Iniciando a festa, o Cacique subiu ao palco ao som de “Mixturação”, abordando questões de sustentabilidade e ambientalismo. A apresentação simbólica, que ainda contou com uso de efeitos especiais, deu o tom para o início da festa e colocou em destaque a famosa percussão timbaleira. Foi nesse ritmo que o músico aproveitou o momento para agradecer aos alunos, pupilos e parceiro do projeto Timbalada — projeto social e banda criada por ele em 1991.
“Eu me lembro que quando eu criei o Bloco Timbalada e eu desci para a Barra e os outros não tinham descido, se fez necessário chamar de ‘bloco alternativo’”, afirmou. “A Timbalada é um fenômeno e um fenômeno a gente não planeja. Um fenômeno para a nossa geração”, completa.
Ele relembra ainda o cenário social no qual a banda foi criada: “Dois dias antes [do Plano Collor] eu tinha sonhado com um nome, ‘Timbalada’, mas eu não sabia o que era. Um dia antes [do confisco de Collor], eu tirei o dinheiro do bando, eu comprei 100 timbaus e sonhei que isso já existia”, relata. É assim, ao som de “Toneladas de Desejo”, o Guetho foi à loucura.
Ao cantar “Selva Branca”, música tradicional do Carnaval baiano, Carlinhos Brown ainda aproveitou para fazer um aceno ao cantor Bell Marques. “São 40 anos de axé music e nós vamos fazer uma setlist de músicas que eu compus junto com um colega meu. E vamos cantar porque tudo é clássico”, afirma.
Além de Bell Marques e a banda Chiclete com Banana, Brown também trouxe para o repertório suas produções junto a Rainha, Daniela Mercury, como “Maimbe Danda”; e Ivete Sangalo em “Cadê Dalila”.
Presente na plateia, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, foi convidada — de surpresa — ao palco pelo Mestre. “A primeira tribalista”, como chamou Brown, apresentou no palco suas músicas assinaturas: “Dandaluanda” e “Faraó”.
Em seu solo, Carlinhos Brown relembra ainda as composições de Carlos Pitta, falecido em janeiro de 2025, e com quem colaborou em mais de uma ocasião. Ao final do primeiro bloco de show, Brown seguiu sua tradição de homenagear o Orixá Obaluaê, com atabaque, pipoca e os cumprimentos tradicionais das religiões de matriz africana.
OS CONVIDADOS
O primeiro convidado da noite foi o artista baiano e co-criador do movimento cultural Tropicalismo, Caetano Veloso. Considerado um dos maiores artistas do Brasil, o baiano natural do recôncavo foi homenageado por Brown no dueto da música Meia Lua Inteira — escrita por Brown e popularizada na voz de Veloso.
Posteriormente, o tropicalista cantou um de seus maiores hits, “A Luz de Tieta”, seguido de "Lua de São Jorge" e “Sozinho” com voz e violão, todos com o coro do público. Em seguida, Brown retorna ao palco e, desta vez, a homenagem é para o cineasta Cacá Diegues, falecido na última sexta-feira (14). Juntos, Brown e Caetano cantaram “É doce morrer no mar” de Dorival Caymmi.
O ex-titã e parceiro de Carlinhos Brown no trio “Tribalistas”, Arnaldo Antunes, foi o segundo convidado a subir ao palco, ao som de “Amantes Cinzas”, co-composição de ambos. Em seguida, o artista paulistano dominou o palco ao som de “A Casa é Sua”, um de seus maiores clássicos da última década.
Arnaldo ainda cantou “Televisão”, uma das músicas mais marcantes de sua carreira nos Titãs. A saída de Arnaldo Antunes, marca a chegada de Marisa Monte ao palco. Ao lado de Carlinhos Brown, a apresentação da cantora carioca privilegiou canções escritas em colaboração Brown e popularizadas pela artista, “Magamalabares” e “Na Estrada”. Ainda teve espaço para o clássico, “Vilarejo”, escrita pelo trio de Tribalistas e cantada por Marisa.
A volta de Arnaldo Antunes ao palco foi o que o deu início a um episódio histórico no Candyall Guetho Square. O reencontro da banda Tribalistas, 5 anos depois de sua última apresentação juntos em 2019. Ovacionados pelo público, os amigos e parceiros musicais privilegiaram os hits de sua primeira gravação, do álbum, Tribalistas, lançado em 2002.
“Aliança”, “Velha Infância” e “Já Sei Namorar” levaram os fãs do êxtase e ainda deixaram um gostinho de quero mais. A pedidos de “mais um” Arnaldo e Marisa deixaram o palco e, ao final de mais de 2 horas de apresentação, Carlinhos Brown finalizou o show ao som de “Baianidade Nagô”, de Evandro Rodrigues.
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