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caminhada da liberdade
O oficial militar Imbrahim Traoré, líder de um levante militar em Burkina Faso, país da África Ocidental, será o homenageado da 22ª Caminhada da Liberdade, evento organizado pelo Fórum de Entidades Negras da Bahia (FENEBA), que ocorre no dia 20 de novembro, em Salvador. Traoré foi um dos militares da junta militar Movimento Patriótico pela Salvaguarda e Restauração (MPSR), que dissolveu o governo, suspendeu a Constituição e fechou as fronteiras do país em 2022. Aos 37 anos, o atual líder do país se tornou conhecido por seu discurso anti-imperialista, nacionalista e pan-africanista.
Com a temática “Descolonizar A África É Libertar O Brasil”, a Feneba destaca a escolha do homenageado, considerado “o presidente mais jovem do planeta”: “[Imbrahim] Está chamando a atenção do mundo, pela sua corajosa inteligência em acreditar que é possível descolonizar a África. Com esse exemplo, a gente pode libertar o Brasil”, escreveu.
A promessa é que o líder militar possa, inclusive, participar do evento em Salvador. “Estamos aguardando as informações da Embaixada e do Itamaraty, para confirmar a presença do homenageado na 22ª Caminhada da Liberdade, que promete superar o brilho de 2024, onde a homenageada foi Zezé Motta, na celebração do 1º feriado nacional do dia 20 de novembro”, diz a nota da entidade.
A figura de Imbrahim Traoré ainda é considerada controversa na política interna e externa de Burkina Faso. Apesar de sua importância pelos atos reformativos, como a nacionalização de minas de ouro e afastamento da influência francesa no país, o regime militar e Traoré é alvo de críticas devido à repressão violenta de manifestações dissidentes e a utilização de inteligência artificial para a divulgação de informações limitadas da gestão nacional.
Em dos atos mais autoritários da gestão Traoré, o novo parlamento de Burkina Faso aprovou uma lei que proíbe a homossexualidade, com penas de prisão de dois a cinco anos para infratores. As informações sobre o apoio popular ao regime são incertas, já que o líder possui grande popularidade entre jovens, mas grupos opositores ainda buscam retomar o controle do país.
A caminhada da Liberdade é um dos principais eventos do calendário de manifestações anti-racistas da Bahia. O evento sai da Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê, no Curuzú Liberdade, com concentração a partir das 12h. A programação do Novembro Negro em Salvador ainda continua no sábado, dia 22, com a realização do 1º Passeio, com saída prevista para às 13h30, com destino ao Pelourinho. O Ciclístico da Consciência Negra e Ambiental, também ocorre a partir das 8h no Jardim de Alah, até o Parque Metropolitano Abaeté, com inscrições gratuitas.
A tradicional Caminhada da Liberdade, que celebra o Dia da Consciência Negra, que iria acontecer nesta terça-feira (20), foi cancelada. O anúncio foi feito na página do Facebook do Ilê Aiyê, e eles justificaram que o evento não aconteceu devido à falta de patrocínio que impediu que o Fórum de Entidades Negras, responsável pela organização da caminhada, “pudesse arcar com os custos”.
Procurado pelo Bahia Notícias, o presidente do bloco afro Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô dos Santos, confirmou e explicou os motivos do cancelamento. “Nós já estávamos conversando com os órgãos públicos. São 18 anos de Caminhada, mas nós não tínhamos como fazer esse ano sem ter grana suficiente na mão. Tinha estrutura de trio, de lanche, de água, mas não tinha o dinheiro para poder pagar o pessoal. E aí aparece uma discriminação que nós negros tanto combatemos. São mais de 50 músicos, tem o pessoal da corda que protege eles, tem a segurança, e tudo isso é um custo, equivalente a R$ 30 mil, e a gente não conseguiu algumas parcerias com os órgãos públicos, então esse foi o resultado. Vamos nos organizar ainda mais para que isso não aconteça no ano que vem”, disse Vovô.
“É muito triste, estamos chateados, mas é preciso ter o pé no chão para fazer as coisas. Uma sugestão que eu dou ao governo municipal e estadual é que esse evento que já acontece há anos precisa ter uma verba disponível para que não deixe de acontecer. Ainda mais em uma cidade que tem uma população majoritariamente negra, é inadmissível que no dia da celebração em homenagem a um herói nacional não tenha verba para apoiar”, lamentou o presidente do Ilê.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Angelo Coronel
"Na minha opinião, as quatro vagas na majoritária são imexíveis (1 PSD, 1 MDB e 2 do PT). Os partidos que definam seus nomes, dentro dos seus quadros".
Disse o senador Angelo Coronel (PSD) ao comentar a possibilidade de um movimento político voltado à indicação de sua esposa, Eleusa Coronel, como vice na chapa de reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT), em 2026. A declaração foi dada ao Bahia Notícias após a publicação de um bastidor que mencionava a chance de Eleusa ser considerada para o posto.