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Com crescimento exponencial de usuários nos últimos anos, a inteligência artificial vista em diversos segmentos também está na mira do mercado de veículos. Um exemplo disso é a parceria fechada entre a montadora chinesa BYD e a DeepSeek, empresa especializada em IA que recentemente ganhou as manchetes por rivalizar com o ChatGPT - plataforma popular que virou a queridinha entre os brasileiros.
Durante uma coletiva de imprensa realizada em Shengzhou, na China, na última semana, o Bahia Notícias acompanhou o que a gigante dos carros elétricos tem preparado na área com tecnologias que vão abastecer os carros que devem chegar ao Brasil nos próximos anos.
"A tecnologia DeepSeek permite que o modelo de IA otimize o processamento e simulação de informação. Nós vamos utilizar esse tipo de tecnologia em nossas experiências para condução autônoma e com a condução inteligente. E isso inclui os sistemas de infotenimento, onde nós usamos muito a inteligência artificial. Você vai poder tratar o carro como um assistente, usando o controle por voz para conversar como um amigo. Por exemplo, dizer que está com fome e ele achar um restaurante para você", indicou Stella Li, vice-presidente global da empresa e responsável pela operação da marca nas Américas e na Europa.
Segundo a executiva, a ideia é que as funções e recursos obtidos através da inteligência artificial oferecida pela DeepSeek tornem a experiência de andar sobre quatro rodas mais interessante para os condutores.
"Isso serve para que a IA se torne mais um assistente da sua vida, para o seu dia a dia. E que a sua viagem a bordo do carro seja menos entediante e mais interessante. Você pode confiar nele como um amigo. DeepSeek tem um papel fundamental, nós vamos engajar para que a experiência de dirigir seja segura e melhorar os recursos tecnológicos para esse carro inteligente", indicou.
Durante a coletiva, Li também falou sobre o mercado brasileiro, e neste caso especificamente sobre a Bahia, indicando que a BYD deve iniciar a produção nacional ainda em 2025. Outra novidade para este ano é a chegada do novo Dolphin reestilizado ao país.
Stella Li afirnou que a produção do modelo na fábrica da BYD em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, deve começar nos próximos meses, sendo junho como data referência.
Assim como já havia sido anunciado, a operação na Bahia será feita em regime SDK/CDK, ou seja, com kits que chegarão prontos da China e serão montados na cidade baiana.
BN NA CHINA
A convite da BYD Brasil, o Bahia Notícias esteve na China na última semana para acompanhar as novidades e tendências no mundo dos carros elétricos. Além das agendas em Shengzhou, a reportagem participou do Salão do Automóvel de Xangai e chegou a embarcar em um Denza Z9 GT para um teste drive no veículo de mais de 800 cavalos de potência.
O intercâmbio cultural também permitiu que a reportagem mergulhasse em uma cerimônia tradicional do chá - ponto alto da região -, sendo guiada por moradores locais.
Em meio a uma agenda intensa de compromissos ligados ao mundo dos carros elétricos e da tecnologia sustentável, uma pausa marcou a passagem de um grupo de jornalistas brasileiros por Shengzhou, cidade da província de Zhejiang, no leste da China. Convidados pela montadora BYD para uma imersão cultural, tivemos a oportunidade de participar de uma cerimônia tradicional do chá, guiada por moradores locais, em uma região que respira história em cada xícara.
Shengzhou é conhecida por sua ligação com o chá verde, especialmente o Longjing. Mas, mais do que apreciar o sabor, a vivência permitiu entender a cultura milenar, onde o chá não é apenas uma bebida — é um elo entre gerações e uma forma de conexão.
O ponto alto foi o preparo. Sentados em volta de uma mesa, acompanhamos as etapas guiados por uma mestra local e fomos responsáveis por produzir a bebida.
O chá era leve, com presença de espuma e de sabor vegetal, além de ter aroma fresco. O intercâmbio cultural foi marcado, em boa parte, com as histórias contadas com gestos e olhares, quando o idioma não dava conta.
Para os chineses, a tradição carrega séculos de sabedoria. É no chá que muitos veem um espelho do modo de levar a vida, mesclando equilíbrio, respeito à natureza e atenção ao momento vivido. Diferente do ritmo acelerado que presenciamos em Xangai nos últimos dias, a cerimônia foi uma oportunidade de ocupar o tempo de forma mais relaxada, em cenário distante de uma cidade futurista. Shengzhou preserva seus rituais mais antigos.
BN NA CHINA
A convite da BYD Brasil, o Bahia Notícias segue na China até o próximo dia 27 para acompanhar as últimas novidades e tendências no mundo dos carros elétricos. Além das agendas em Shengzhou, a reportagem participou do Salão do Automóvel de Xangai nesta semana e embarcou em um Denza Z9 GT para um teste drive no veículo de mais de 800 cavalos de potência.
Durante o Salão do Automóvel de Xangai, a montadora chinesa BYD apresentou uma das inovações mais comentadas do evento: uma plataforma de recarga ultrarrápida capaz de entregar até 400 quilômetros de autonomia em apenas cinco minutos.
A tecnologia, que opera com 1.000 kW de potência, representa um avanço significativo na principal dor de cabeça de quem opta por carros elétricos: o tempo de recarga.
A nova plataforma, no entanto, ainda tem aplicação limitada. Por enquanto, é compatível apenas com dois modelos da própria BYD: o Han L e o Tang L, ambos comercializados exclusivamente no mercado chinês. A empresa não divulgou planos de expansão para outros mercados, como o brasileiro, limitando o impacto global da novidade.
Apesar da restrição, a novidade chama atenção como símbolo de até onde a mobilidade elétrica pode chegar em termos de praticidade e eficiência. Em um setor onde a autonomia e o tempo de carregamento ainda são desafios, a iniciativa da BYD aponta para um futuro mais promissor, ainda que, neste momento, pareça distante para boa parte dos motoristas ao redor do mundo.
Poucas horas depois de pousar em Xangai, eu já começava a entender por que essa cidade ocupa um lugar de destaque no cenário global. Ainda tentando ajustar o corpo por causa das 11 horas de fuso em relação ao Brasil, o olhar tentava acompanhar a paisagem que desfilava pela janela do carro: torres espelhadas, letreiros em mandarim, e um céu encoberto por uma névoa leve que, dizem, fazer parte da rotina por aqui.
O Bahia Notícias desembarcou na China na última terça-feira a convite da BYD, gigante chinesa dos veículos elétricos, para conhecer de perto sua operação e papel no avanço da mobilidade sustentável. Mas, antes de chegar no Salão do Automóvel, decidi caminhar pelas imediações do hotel, localizado no centro financeiro e de negócios, marcado por arranha-céus.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES: IMPACTO EM CAMADAS
O desembarque no Aeroporto Internacional de Pudong já é uma experiência por si só. Moderno, organizado e eficiente, o terminal opera praticamente em silêncio, apesar do alto fluxo de passageiros e a demanda alta na imigração. Passando por avenidas mais largas avenidas da cidade a ficha então começou a cair: Xangai não é só grande — ela é realmente monumental.
Na chegada ao hotel, o cansaço da viagem dividia espaço com a curiosidade. Resolvi não dormir e depois do jantar fui andar pela região. Em poucos minutos, já estava diante da Torre Pérola Oriental, uma estrutura futurista que mais parece saída de um filme de ficção científica.
Nessa região o skyline ultramoderno é realmente o ponto alto. Mas para melhor visualização, é recomendado fazer a travessia de ferry passando pelo rio Huangpu.
É curioso como Xangai consegue ser, ao mesmo tempo, familiar e estranha. Familiar pelos elementos universais de uma cidade grande — metrô lotado e ruais movimentadas. Estranha porque o idioma, os costumes e até os cheiros das ruas nos lembram o tempo todo: você está longe de casa, num outro mundo.
MOBILIDADE EM MOVIMENTO - E EM SILÊNCIO
Os carros aqui chamam atenção pelo que não fazem: barulho. Boa parte da frota é elétrica, reflexo direto da política ambiental da China — e, claro, do trabalho de empresas como a própria BYD. Ônibus, táxis, até mesmo motocicletas passam quase sem ruído. À primeira vista, isso gera uma sensação de estranheza, mas logo vem o alívio de perceber como uma cidade pode ser mais silenciosa sem perder sua vitalidade. E quando eventualmente um carro a combustão aparece, o estranhamento é imediato.
Durante a imersão dos próximos dias, a reportagem do Bahia Notícias terá a oportunidade de entender como a BYD vem liderando esse movimento de transição energética e qual o papel da China para o cenário global.
Por ora, sigo aqui absorvendo ao máximo do que a China tem a oferecer. Mas já posso dizer com segurança: estar aqui é, ao mesmo tempo, um mergulho no passado e um vislumbre do que o futuro pode ser, já que Xangai é moderna, mas ancestral. Caótica, mas absolutamente metódica.
A BYD Auto do Brasil decidiu rescindir o contrato com a construtora terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda após ser notificada, nesta segunda-feira (23) pelo Ministério do Trabalho e Emprego sobre irregularidades cometidas pela empresa. Uma inspeção do Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia encontrou 163 trabalhadores chineses em situação análoga a trabalho escravo.
Em nota, a fabricante de automóveis afirmou que vai reiterar “seu compromisso com a legislação brasileira e com a dignidade dos trabalhadores, destacando que não tolera desrespeitos às leis do país”. A Jinjiang estava como responsável por parte das obras da fábrica da empresa em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
A montadora disse ainda que estuda outras medidas cabíveis e declarou que vai garantir os direitos dos 163 trabalhadores da construtora.
"A BYD Auto do Brasil reitera seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, em especial no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores. Por isso, está colaborando com os órgãos competentes desde o primeiro momento e decidiu romper o contrato com a construtora Jinjiang", afirmou Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD Brasil.
A companhia, que está há dez anos no Brasil, afirmou também que adota uma postura rigorosa quanto à observância das leis locais e ao respeito aos trabalhadores. Nas últimas semanas, a BYD realizou uma revisão detalhada das condições de trabalho e moradia dos funcionários das construtoras terceirizadas envolvidas nas obras, promovendo ajustes quando necessário. Como medida imediata, a empresa transferiu os 163 trabalhadores para hotéis na região.
Curtas do Poder
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Luiz Inácio Lula da Silva
"O meu time não tem medo de brigar. Se for preciso brigar, a gente vai brigar. Mas antes de brigar, a gente quer negociar".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as negociações com Donald Trump para o fim do tarifaço.