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Na cabeça, as fitas vermelhas do capacete do caboclo de lança emolduram os olhos e o sorriso encantados do menino Rudah, de 8 anos. O garoto brasiliense, desde tão cedo, aprecia o maracatu de baque solto, da zona da mata pernambucana. “Eu sou muito fã”. O menino diz que aprendeu na escola e com os pais, artistas, sobre cultura brasileira. Dançou, sacudiu as fitas e o figurino todo colorido, e procurava pelos amigos enquanto se divertia no Bloco Carnapati, nesta segunda-feira (12), na região central da capital. “Muito melhor o Carnaval do que ficar no celular”, declarou à Agência Brasil.

Rudah, de 8 anos, no bloquinho infantil de carnaval Carnapati. Foto Antônio Cruz/ Agência Brasil.
O pai, o músico Randal Andrade, de 51 anos, tocava o tambor. Foi ele que desenhou e confeccionou o capacete. “Ele adora brincar. Não quer nem saber de TV ou joguinhos de celular. Estimulamos que ele viva a arte”. A mãe, Verônica Alves, de 32, tocava o ganzá e se orgulhava do colorido da roupa que ela produziu para o menino com o desenho do carcará, pássaro que a família acha mais bonito. “Carnaval é tempo da gente se divertir em família. Ir para a rua. A gente espera muito por esse momento”.
Entre ritmos nordestinos, uma família matava saudades da terra natal, com a camiseta com as cores e símbolos da bandeira pernambucana. Radicado em Brasília, o casal Tiago Meireles, de 39, e Isabela, de 40, levou o pequeno Artur, de 2 anos, para a festa, e ensinaram as músicas desde pequeno. “É uma saudade boa da nossa terra. Os bloquinhos nos ajudam”.
Com o sol que persistiu em Brasília, a criançada brincava de mãos dadas com os adultos ao som da música de Lia de Itamaracá, que aprenderam rápido a cantar. “Minha ciranda não é minha só/Ela é de todos nós/ ela é de todos nós”.
O Shopping da Bahia (SDB) criou uma programação de Carnaval para garotada. No domingo e na segunda-feira de carnaval, 19/02 e 20/02, o empreendimento recebe o grupo de teatro infantil Stripulia para uma programação gratuita especialmente dedicada ao público mirim, das 16h às 18h. O Bloquinho SDB contará ainda com mini trio elétrico e animadores que prometem botar a criançada para dançar.
“Carnavalizou no SDB, com um mix de eventos e serviços de carnaval, pudemos levar experiências para toda a família. E, claro, não poderíamos deixar a criançada de fora da folia. O Bloquinho SDB é a nossa aposta para que o folião possa curtir a maior festa de rua do mundo com sua família com o conforto do nosso shopping”, declarou Thays Leitão, gerente de marketing do Shopping da Bahia.
Confira o funcionamento do shopping no período de Carnaval:
- Sexta-Feira, 17/02: 09h às 22h
- Sábado, 18/02: 09h às 20h
- Domingo e segunda-feira, 19 e 20/02: 10h às 20h
- Terça-feira, 21/02:
Alimentação e Lazer: 12 às 21h
Lojas âncoras: das 12 às 21h
Demais Lojas e Quiosques: FECHADO
Cinema: Conforme programação
- Quarta-Feira de Cinzas, 22/02: 12h às 22h
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O "Algazarra - O Bloquinho" vai realizar, no próximo dia 21, um abre-alas para o verão de Vitória da Conquista. O evento acontece a partir das 14 horas, no Canto do Sabiá. Na edição do cortejo de pré-carnaval deste ano, cerca de 5 mil pessoas desfilaram ao som de bandas autorais, covers e discotecagens.
O bloquinho conquistense reúne artistas e amigos para uma confraternização quase natalina. Desta vez, o evento vai contar com as apresentações da banda Los Froxos, dos cantores e compositores TOFALLINI e Lucas Gerbazi, das drag queens Guilhotina Guinle (Goiânia) e Nagasaki e as discotecagens de Lxst, Rafaé, Paulinha Chernobyl e El Diño.
Os ingressos antecipados estão à venda no Sympla.
SERVIÇO
O QUÊ: Ensaio do Algazarra – O Bloquinho
ONDE: Canto do Sabiá - Vitória da Conquista
QUANDO: 21 de dezembro (sábado) - 14h
QUANTO: R$ 15
Nascido e criado em Vitória, capital do Espírito Santo – o que significa dizer fora do eixo das grandes festas populares que acontecem nos vizinhos Rio de Janeiro, Minhas Gerais e Bahia – e educado por uma família cristã, a relação de Silva com o Carnaval foi um processo de descoberta. Se no início tudo era visto apenas por “um binóculo”, hoje o sangue já ferve pela festa. Prova disso é que o capixaba decidiu sair da zona de conforto e criar seu próprio “bloquinho”. E não só isso: ele o trará para Salvador, terra do Axé, no próximo domingo (3), no Trapiche Barnabé, Comércio.
“Depois que fiquei adulto, comecei a conhecer o [Carnaval] do Rio, os bloquinhos de rua. Ainda não vim para o de Salvador, mas esse ano não me escapa. Sempre gostei muito da música daqui, já é uma ligação. Porém, sei que aqui o negócio é uma loucura. Uma semana que passei aqui valeu minhas saídas de um ano em minha cidade. Gosto muito, amo Salvador em um grau que nem sei explicar”, iniciou em entrevista ao Bahia Notícias. Como ele mesmo pontua, a Bahia é um lugar que já é quase especialista em fazer festa. No verão, especialmente, a capital baiana conta com eventos de segunda a segunda. Porém, essa “pressão” não assusta o músico.
“Estava um pouco preocupado até fazer o primeiro [show], claro que foi em São Paulo. Mas pelas experiências que tenho tido aqui, como o show do TCA [Teatro Castro Alves] no ano passado, que foi top três da turnê, sei que vai ser especial, sabe? Acho que o repertório tá muito bom de cantar. Não tá uma ferveção completa, mas tem músicas que mexem com a lembrança de muita gente. Terá clássicos do Axé, samba, um pouquinho mais de frevo...”, explicou.

Ao longo desses quase sete anos desde seu primeiro álbum, “Claridão”, Silva ficou conhecido por realizar apresentações em teatro, resultantes sempre de CDs autorais. Com isso, a mudança para essa proposta é também uma surpresa para seu público. O incentivo, inclusive, tem cheiro de dendê. “A história do Carnaval veio de um show em Brasília, completamente diferente do meu raio de alcance. Era um evento na praia, que teve Safadão, Anitta, vários do sertanejo, e me colocaram no mesmo dia de Saulo. Esse dia foi uma loucura, pois percebi que o perfil seria diferente e muita gente não conhecia meu trabalho. Porém, no ensaio decidi colocar ‘Me Abraça’, da Banda Eva, e outras coisas de última hora. Quanto toquei, as pessoas que não conheciam meu trabalho foram ficando, trazendo uma energia maravilhosa. 'Opa, peraê. Tem uma coisa aqui”, lembrou.
“Depois teve o som de Saulo e me conectei de maneira muito legal. Ele ficou brincando: 'Cadê esse show de Carnaval?'. Fiz o teste e fui mostrando aos amigos. Ninguém falou para não fazer, sabe?”, ressaltou. E esse contato com o baiano pode ser prologando, como o próprio desejou. “Tenho vontade [de fazer uma parceria]. A gente fez esse bloco semana passada e ele entrou no finalzinho do show, chegou ao palco e deu muito certo. Ele tem toda a manha com o público. Foi muito legal. O empresário dele gostou muito. Eu iria amar fazer música, clipe, disco... qualquer coisa que ele topar”, empolgou-se.
Além da torcida do ex-vocalista do Eva, Silva contará ainda com duas bênçãos no domingo: participações de Daniela Mercury e Ilê Aiyê: “Daniela me recebeu de braços abertos, foi muito legal comigo. Ouço suas músicas desde que me entendo como gente e tê-la comigo no show é um presente gigantesco, é quase como se eu tivesse sido abraçado. O Ilê é um atestado real. Estou muito honrado. De verdade. Muito feliz de ser recebido por pessoas tão importantes para a cultura do Brasil. Então, vou ficar emocionado. As pessoas daqui têm um carinho, que nem na minha cidade tenho isso”, assegurou.

Tocado pela música baiana e cada vez mais próximo desta terra, sua participação no Carnaval começa a ser cogitada e esperada pelos seus admiradores. Quanto a isso, revelou: “Então, já recebei até o convite. Daniela me chamou, mas não sei como vou fazer, pois vou trabalhar também em outras cidades. Quero, pelo menos, um dia estar aqui em Salvador. Há uma possibilidade, adoraria. Mesmo se não subir no trio, só de participar já quero estar. Vou me organizar para isso”, garantiu. No papo, o artista ainda disse que o mais admira aqui é justamente a valorização da cultura local. “Toda hora temos uma renovação. Tipo agora com Afrocidade, Attooxxa, BaianaSystem, Larissa Luz, Luedji Luna e Xênia França. É incrível”.
ANITTA E O MAISTREAM
É fato que muita gente passou a conhecer e procurar pelo trabalho de Silva após sua parceria com Anitta. O clipe de “Fica Tudo Bem” é o mais visualizado do artista, com 28 milhões de acessos. “Isso é uma coisa muito engraçada, me levou para outro lugar. Sempre fui da internet, de nicho. Quando fiz Marisa [show com repertório de Marisa Monte] já foi aumentando. Agora, depois de Anitta, veio um público ainda mais diferente. Fico muito feliz, pois nunca fiz força para ser popular, sabe? É um desafio se popularizar, pois as pessoas começam a querer saber mais de sua vida. Sou cuidadoso e agradeço muito pela generosidade dela. A Anitta fez porque realmente gostou da música. Não foi algo de empresários”, destacou.
Uma das características de pertencer ao “mainstream” é ser cada vez mais cobrado por posicionamentos diversos, como questões sociais, politicas e pessoais. Silva já disse em outras entrevista que se posiciona em sua arte, mas que “é um cara reservado”. Porém, suas manifestações públicas partem do seguinte questionamento: “Estou fazendo disso um marketing?”.
“Acho que as causas são importantes e têm pessoas que dão as vidas por elas. Então, quando vou falar alguma coisa, procuro saber que tá dando a cara lá, sabe? Ao mesmo tempo tenho pavor de omitir, se me chamarem para luta eu vou. Eu não sou um cara de bater, sou mais tranquilo. Quero contribuir como posso. Falo muito de amor, de leveza”. Ele diz que tenta buscar o equilíbrio para “não se perder e contribuir no que pode”. Prova disso é que nunca escondeu seu namorado, o Fernando Sotele – que estava presente na entrevista . “Ao mesmo tempo que não fico o tempo todo postando sobre isso. Não sou assim. Mas quando tenho que falar, eu falo”.
Por fim, cada vez mais focado no mercado brasileiro, com letras que buscam essa reflexão, ele sintetiza o que é ser “tupiniquim” diante de todas as crises que o país enfrenta. “É ser muito corajoso, ter que lutar muito. Tenho muito orgulho daqui, apesar dos pesares. Já morei em outros lugares, mas acho que o que temos de forte é o nosso povo, a nossa cultura. Aqui na Bahia, por exemplo, as pessoas são bem engajadas. A Bahia me orgulhou muito nessas eleições. Sei que estamos em um momento difícil, não sei se vai melhorar, porém acredito que o que segura a gente é saber que somos formados por pessoas tão talentosas, que lutam tanto. Vamos passar por essa”.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jaques Wagner
"Te afianço que vamos corrigir, tanto em cima como embaixo".
Disse o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), durante a discussão na Comissão de Assuntos Econômicos sobre o projeto que eleva a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, indicando que a faixa de cobrança dos chamados “super-ricos”, que ganham acima de R$ 600 mil, precisaria ser retificada a cada ano.