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A presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Bruna Benevides, reagiu sobre a proibição do bloco Afoxé Filhos de Gandhy informado nesta segunda-feira (24). A associação tradicional do Carnaval de Salvador proibiu a participação de homens trans no bloco.
“Não existe justificativa para qualquer tipo de proibição para o acesso a blocos de Carnaval, há cerimonias religiosas, há participação de pessoas trans em qualquer espaço”, declarou a presidente.
Segundo Benevides, esse tipo de proibição é motivado pela transfobia, muitas vezes estrutural. “Para além de tudo, o próprio Carnaval remete a um processo de participação, inclusão, proteção e segurança de todas as pessoas que compõem a sociedade”, acrescentou.
Para a líder, que também é fundadora do Fórum Estadual de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro, a proibição do afoxé viola o direito das pessoas trans, em especial, de homens trans e pessoas trans masculinas “de serem quem são”, “desumaniza” e “nega o reconhecimento das potências e das contribuições que essas pessoas podem trazer”.
“A gente vive no país que mais assassina pessoas trans no mundo. Portanto, esse tipo de proibição ajuda a perpetuar transfobia, discriminação e violência e não pode ser aceita”, declarou.
A proibição do afoxé foi informada em um termo de aceite entregue aos seus associados durante a entrega dos trajes para o desfile de Carnaval de 2025. No item 10 do termo, fica definida a participação apenas de homens cisgêneros.
Benevides afirma que a proibição contradiz o termo 3 do termo de aceite, em que o bloco define que “não será aceita qualquer manifestação de desrespeito ao próximo”.
“É contraditório dizer que não é permitido nenhum tipo de discriminação quando um bloco decide colocar no seu estatuto a proibição de participação de determinado segmento da população”, afirmou.
“Se esses homens são legalmente reconhecidos enquanto homens, devem ser inseridos. Caso contrário, coloque-se ‘homens que nasceram com pinto’ e aí deixou de ser bloco de homem e passa de ser ‘bloco de portadores de pinto’ porque aí sim, eles vão celebrar quem é que tem esse determinado órgão genital, porque no final das contas é sobre isso que eles estão querendo dizer”, concluiu.
Estão abertas, desde o dia 17 de maio, as inscrições para para a plataforma de exposição “TransAções: Mapeamento de artistas trans no Brasil”. O projeto, voltado para a divulgação de trabalhos executados por artistas transgêneros, tem como objetivo valorizar as diversas linguagens das artes visuais em um espaço virtual inédito no Brasil.
Para participar da convocatória deve ser feito a inscrição no link disponibilizado pelo projeto (clique aqui). O prazo final para os envios dos formulários é até o dia 31 de julho. Quem se inscrever até o dia 29 de maio, no entanto, concorrerá em uma seleção que irá destacar 10 trabalhos, que serão expostos virtualmente no Festival Internacional Latitude, entre os dias 4 e 6 de junho.
Criado pela curadora e jornalista Renata Martins, do Goethe-Institut Salvador, o “TransAções” tem a parceria da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), além da Casa Aurora - Centro Cultural de Acolhimento LGBTQI+. O projeto, ao ser executado e concluído, se tornará o primeiro arquivo brasileiro aberto composto por artistas trans.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.