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antonio cicero
O diplomata, embaixador e escritor Edgard Telles Ribeiro foi eleito, nesta quarta-feira (11) para a cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras. O assento pertencia ao poeta Antonio Cicero, falecido em outubro deste ano após se submeter a um procedimento de morte assistida na Suíça.
Telles Ribeiro foi escolhido por 28 votos de 39 possíveis. O segundo candidato mais votado foi o escritor e dramaturgo carioca Tom Farias, de 64 anos, com seis votos. Além deles, estavam inscritos outros 11 candidatos.
Autor há mais de 35 anos, Ribeiro trabalhou a maior parte de sua vida como diplomata, tendo servido como embaixador do Brasil na Nova Zelândia, Malásia e Tailândia. Ao tomar posse, o agora imortal afirmou: “O fato da ABL ter se diversificado, abrindo campos novos é fundamental para o país e para a academia”.
O presidente da ABL, Merval Pereira, afirmou que Edgard é um diplomata de carreira e um grande romancista. “Ele foi finalista do Jabuti com o seu novo romance. Edgard foi eleito por ser um romancista e não um diplomata, mas como diplomata também trabalhou na área cultural, inclusive com o Gilberto Gil, ministro da cultura”, afirmou.
Nascido em Valparaíso, no Chile, em 1944, Edgard Ribeiro Telles escreveu, ao todo, 15 livros, entre romances e coletâneas de contos. Em 2006, o seu romance “Olho de Rei” recebeu o prêmio da Academia Brasileira de Letras para melhor obra de ficção. Em 2011, seu livro sobre a ditadura militar no Brasil, “O punho e a renda”, foi eleito o melhor romance pelo PEN Clube.
Além disso, o escritor tem obras publicadas nos EUA, na Argentina e em diversos países europeus. Outros livros seus foram finalistas do prêmio Jabuti, incluindo “Histórias mirabolantes de amores clandestinos”, livro de contos que terminou a edição de 2005 em segundo lugar.
O poeta e filósofo Antonio Cicero, que teve a morte confirmada nesta quarta-feira (23), deixou uma carta para explicar a decisão dele em optar pela eutanásia.
Diagnosticado com Alzheimer, o membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) viajou para a Suíça, onde é autorizado a morte assistida. Na carta, o irmão de Marina Lima afirmou que já estava com o esquecimento devido a doença e não se lembrava mais de pessoas que ele tinha convivido.
“Queridos amigos, encontro-me na Suíça, prestes a praticar eutanásia. O que ocorre é que minha vida se tornou insuportável. Estou sofrendo de Alzheimer. Assim, não me lembro sequer de algumas coisas que ocorreram não apenas no passado remoto, mas mesmo de coisas que ocorreram ontem.”
Responsável por grandes clássicos da música brasileira, Cicero lamentou o fato de não conseguir fazer o que o tornou conhecido no Brasil, poemas e ensaios de filosofia.
“Exceto os amigos mais íntimos, como vocês, não mais reconheço muitas pessoas que encontro na rua e com as quais já convivi. Não consigo mais escrever bons poemas nem bons ensaios de filosofia. Não consigo me concentrar nem mesmo para ler, que era a coisa de que eu mais gostava no mundo. Apesar de tudo isso, ainda estou lúcido bastante para reconhecer minha terrível situação.”
Na despedida, o filósofo, que sempre foi ateu, disse ter escolhido morrer com dignidade. “A convivência com vocês, meus amigos, era uma das coisas – senão a coisa – mais importante da minha vida. Hoje, do jeito em que me encontro, fico até com vergonha de reencontrá-los. Pois bem, como sou ateu desde a adolescência, tenho consciência de que quem decide se minha vida vale a pena ou não sou eu mesmo. Espero ter vivido com dignidade e espero morrer com dignidade. Eu os amo muito e lhes envio muitos beijos e abraços!.”
O poeta Antonio Cicero, irmão da cantora Marina Lima, teve a morte confirmada nesta quarta-feira (23), na Suíça, aos 79 anos. Diagnosticado com Alzheimer, o escritor optou pela morte assistida na Europa, onde a prática é permitida.
A morte de Cicero foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual o escritor era membro desde 2017. No Instagram, Marina Lima foi breve ao comunicar o falecimento do irmão, apenas compartilhando uma imagem de luto.
Segundo o Estadão, Cicero estava acompanhado do marido, o figurinista Marcelo Pies, durante a estadia na Suíça.
Nascido no dia 6 de outubro de 1945, Cicero era formado em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e também estudou no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade de Londres.
Além de poeta e filósofo, Antonio foi crítico literário e compositor. O artista teve grandes composições para a música brasileira, entre elas alguns dos sucessos da irmã, como “Fullgás”, “Pra Começar” e “À Francesa”, em co-autoria. O poeta também colaborou com João Bosco, Orlando Morais, Adriana Calcanhotto e Lulu Santos, sendo responsável pelo hit “O Último Romântico”, lançado em 1984.
O carioca assumiu a cadeira na ABL em 10 de agosto de 2017, sendo eleito para a cadeira de número 27 da Academia Brasileira de Letras, substituindo Eduardo Portella.
Foto: Marília Moreira/ Bahia Notícias
Foto: Marília Moreira/ Bahia Notícias
Durante o debate, muitas poesias foram recitadas pelos três presentes e fortemente aplaudidas pela plateia que lotou o espaço.
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Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.