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afogamentos
A quantidade de afogamentos em Salvador registrou um aumento no último ano em praias e locais de água. Os números contabilizados entre janeiro e setembro de ambos períodos mostraram que 111 pessoas se afogaram e foram resgatadas em 2025.
O número foi superior ao registrado em 2024, quando 106 pessoas foram afogadas e resgatadas na mesma época. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMB), 13.894 ações preventivas foram efetuadas pela corporação nos 7 primeiros meses de 2024 e 4063 em 2025.
As notificações foram registradas nas localidades em que o 13° Batalhão de Bombeiros Militar (13° BBM/Bmar) faz cobertura. De janeiro a setembro de 2025, o batalhão realizou 111 resgates de afogamentos no meio líquido, todas as vítimas estavam com vida quando foram retiradas da água, durante o mesmo período Bmar também realizou 4063 ações preventivas.
No mesmo período de 2024 o quantitativo de resgate e afogamentos no meio líquido foi de 106 e todas as vítimas estavam com vida quando foram retiradas da água, durante o mesmo período Bmar também realizou 13.894 ações preventivas.
O coordenador da Salvamar, Kailani Dantas, apontou que as maiores ocorrências do tipo ocorrem neste período de setembro, entre as estações da Primavera e Verão.
“Nesse período de setembro a gente entende de aumentar essa escalada no afogamento, porque é o início, é o final de inverno e início da primavera. A partir de setembro até o final de março do ano que vem, a gente já sabe que é um momento de crescente. Então, o período sazonal do afogamento aqui em Salvador, é primavera-verão. Só neste final de semana, entre sexta, sábado e domingo, foram mais de 20 ocorrências de afogamento entre Jardim de Alah e Ipitanga, só nesses três dias”, informou.
O representante da Salvamar listou ainda as praias da capital baiana com mais índice de episódios do tipo. “As praias com maior quantidade de ocorrências foram Piatã em primeiro lugar, seguido por Stella Maris, Jaguaribe e Itapuã. Recebemos um fluxo muito grande nessa região de Piatã e Jaguaribe. A região de Piatã acaba sendo um ponto em que, além do consumo interno das pessoas daqui, da própria cidade. Piatã acaba sendo um foco de turismo, ônibus que vem de Feiras Santana, de outras cidades metropolitanas, e acaba realmente entrando em um fator de risco”, observou.
De acordo com ele, a grande circulação de pessoas nesses locais e a falta de conhecimento de algumas localidades influenciam em situações de afogamentos.
“Pessoas que são de outra cidade, que não conhecem tão bem a dinâmica da praia, que não têm tanto conhecimento com relação à natação, a banho de mar, isso acaba potencializando a questão dos afogamentos”, explicou.
NÚMEROS NA BAHIA
Uma apuração do BN mostrou que em 2023, o Brasil registrou 5.864 mortes por afogamento fora de desastres naturais. Desse total, 1.896 foram no Nordeste e 513 na Bahia. Conforme publicação, a maioria dos óbitos (76%) aconteceu em rios, lagos e represas, ambientes onde a presença de profissionais de salvamento é mais rara.
Desses números, pardos e pretos representam 67% das mortes por afogamento no país. Além disso, os homens morrem seis vezes mais que as mulheres nesses casos.
Seis pessoas desapareceram após serem vítimas de afogamentos neste domingo (23), com pelo menos cinco fatalidades registradas nos municípios de Angical e Barra, ambos banhados pelo Rio Grande e Rio São Francisco, no Oeste da Bahia. O Corpo de Bombeiros segue nas buscas pelas vítimas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, equipes do 17º Batalhão de Bombeiros Militar (17º BBM) foram acionadas na tarde deste domingo (23), por volta das 13h, para atender a uma ocorrência de afogamento. A profundidade do rio, que chega a três metros, e a baixa visibilidade tornaram a operação desafiadora.
Segundo relatos de testemunhas, dois adolescentes, de 15 e 16 anos, desapareceram nas águas do Rio Grande após entrarem para nadar. Uma moradora viu os jovens submergindo e tentou resgatá-los, mas sem sucesso. Os bombeiros deslocaram-se imediatamente para o local e iniciaram as buscas por terra e na água.
A equipe dos bombeiros, com o apoio de um pescador, encontrou um dos adolescentes a aproximadamente 20 metros do ponto inicial do afogamento. A retirada do corpo foi realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) para os procedimentos necessários.
Os bombeiros suspenderam as às buscas por volta das 18h30 devido à visibilidade reduzida e aos riscos operacionais. As equipes retomam as buscas nas primeiras horas da manhã de segunda-feira. Já no município de Barra, quatro adolescentes da mesma família desapareceram em um trecho do Rio São Francisco, no distrito de Igarité.
Segundo relatos de familiares, as vítimas seriam dois meninos e duas meninas. As informações preliminares, os adolescentes brincavam às margens do rio quando uma bola caiu na água. A princípio, ao tentarem recuperá-la, foram surpreendidos por um redemoinho. Um deles tentou salvar o outro, mas todos acabaram se afogando.
Em nota, a Prefeitura de Barra lamentou as mortes das vítimas: Ayxa Adrielle de Souza Silva, de 12 anos; Jardielle Alves da Silva, que faria 18 anos no próximo dia 29; Davi Francisco dos Santos Silva, de 13 e Kauã dos Santos da Silva, de 17 anos.
Praias, rios e piscinas são lugares de diversão, mas todo cuidado é pouco. Os afogamentos são a causa de 5,7 mil mortes por ano no país, segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), em balneários, rios e piscinas. As informações são da Agência Brasil.
Segundo o Corpo de Bombeiros do Amazonas, que atende, em média, de 35 a 40 ocorrências de afogamentos por ano, a maior parte dos casos decorre de imprudência dos banhistas. Bombeiro salva-vidas de Manaus, cidade famosa pelas praias fluviais, Cabo Guaracy dá algumas dicas ajudam a prevenir o risco de acidentes.
“Tudo começa antes do afogamento, quando a pessoa se afasta da área de segurança, mistura bebida alcoólica com água, desobedece às placas de sinalização. Então, esses são os principais erros que levam uma pessoa a se afogar”, diz o salva-vidas. Para ele, a prevenção é o melhor caminho para evitar ocorrências.
Frequentadora de uma praia às margens do Rio Negro, a vendedora Cilene da Silva diz tomar todas as precauções para evitar acidentes. “Não vou para o fundo, fico sempre na parte da frente e procuro ter meus cuidados”, relata.
A professora Cristina Leite acha essencial o respeito às instruções de segurança. “Acho necessário ter placa de advertência, porque, de uma forma ou de outra, quando olhamos aquela frase e aquela cor que chamam a atenção, isso vai nos fazer refletir a estar de olho sobre aquela pessoa, aquela criança e na situação toda”, comenta.
Procedimentos
Nem todos os lugares terão salva-vidas profissionais. Os banhistas devem, portanto, seguir algumas dicas caso o pior aconteça e ocorra um afogamento.
“A primeira coisa é procurar um meio de flutuação, seja uma garrafa pet, uma boia, aqueles macarrões [de piscina]. Eles sempre vão ajudar a pessoa. Até um cabo de vassoura, desde que você não se ponha em risco [ao tentar salvar a vítima]. Esses são chamados os meios de fortuna para que a pessoa possa ajudar aquela que está se afogando”, explica Cabo Guaracy.
Com esses conhecimentos, os banhistas podem tomar um sol e se refrescar do calor, mas sempre com muito cuidado. “É necessário se divertir, criar esses momentos em família. Isso é bom principalmente na infância, mas também ter o olhar redobrado”, diz Cristina Leite.
Prestes a completar 44 anos de fundação, a Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar) tem mais uma marca a celebrar. Desde janeiro deste ano, a corporação não registra óbitos por afogamentos em sua área de atuação, que compreende toda a extensão de orla atlântica entre as praias do Jardim de Alah e Ipitanga (Lauro de Freitas).
Entre janeiro e junho deste ano, a Salvamar contabilizou 473 ocorrências de salvamento a banhistas por afogamentos não fatais, cerca de uma centena de casos a menos que o número registrado em mesmo período do ano anterior. Além disso, foram registradas no período 39.461 ações de prevenção; devolução de 77 crianças perdidas aos pais; 64 auxílios em via pública e na faixa de areia; 10 intervenções por causa de aparições de animais marinhos; 83 palestras; nove queimaduras por caravelas; um resgate de cadáver por ocorrência diversa e 2.059 pulseiras de identificação distribuídas.
O coordenador da Salvamar, Kailani Dantas, celebra o dado histórico e reforça a necessidade de manter a qualidade e o ritmo intenso na atuação da unidade. “Estamos há 5 meses sem óbito por afogamento no trecho que a Salvamar atende. Isso é fruto de um esforço muito grande de todos os agentes de salvamento marítimo. São profissionais qualificados e treinados tanto psicologicamente como fisicamente para atender a população da forma mais positiva possível, inibindo a ocorrência de óbitos e diminuindo a quantidade de afogamentos”, afirmou.
De acordo com Dantas, o trabalho preventivo é essencial para o processo de salvamento aquático. “O Salvamar vem trabalhando de forma preventiva, evitando que o afogamento aconteça de forma a sinalizar as praias de forma a trabalhar na beira da praia, sempre chamando a atenção das pessoas, explicando e ensinando onde se deve ou não tomar banho. Então, é um marco é realmente histórico para toda a Salvamar, para a Prefeitura , e para a Secretaria de Ordem Pública. É realmente um marco esse dado positivo de um grupamento coeso e trabalhador”, diz.
Fora registrados 13 afogamentos em trechos de orla marítima no segundo dia de Carnaval em Salvador, conforme informou a Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar) . Além disso, os agentes contabilizaram 27 medidas de prevenção proativas (ocorrem por meio de orientação verbal ou utilização de apitos, por exemplo) e 83 reativas (como o nome sugere, atua de forma imediata para a retirada de banhistas em locais que oferecem riscos).
Os salva-vidas também prestaram socorro a alguns foliões atacados por um enxame de abelhas próximo ao posto-base da Barra, orientando e encaminhando ao posto de saúde. Até o final do Carnaval, o órgão atuará com um efetivo de 227 agentes, distribuídos no circuito Dodô (Barra-Ondina), das 8h às 20h, e no trecho entre Jardim de Alah a Ipitanga, além das ilhas de Maré e dos Frades.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Jerônimo Rodrigues
"As facções também investem, e muito, em inteligência. Eles montam uma indústria de armas. No último fim de semana vimos que muitas dessas peças são montadas aqui mesmo, não vêm todas de fora".
Disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) ao comentar que não há negacionismo na política de segurança pública do estado e destacou que o enfrentamento ao crime hoje exige novas estratégias, diante da evolução tecnológica das facções criminosas.