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abin paralela
O ex-presidente Jair Bolsonaro, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL) foram indiciados no inquérito da Polícia Federal que investiga um esquema de espionagem montado na Abin durante o governo bolsonarista.
A Polícia Federal concluiu a investigação sobre um suposto esquema de espionagem montado na Abin durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Além deles, Luiz Fernando Corrêa, atual diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) e delegado de Polícia Federal, também foi indiciado na investigação, que foi concluída nesta terça-feira (17).
No geral, cerca de 35 pessoas foram indiciadas. Segundo a PF, via G1, Ramagem estruturou o esquema de espionagem ilegal de pessoas consideradas pelo governo Bolsonaro.
Carlos, filho do ex-presidente, foi considerado como o chefe do "gabinete do ódio", que utilizava as informações obtidas ilegalmente para atacar publicamente os alvos nas redes sociais.
Já, Bolsonaro, de acordo com os investigadores, estava ciente da situação e se beneficiava do esquema. A atual direção da Abin teria atuado para dificultar as apurações, que ocorriam sob o atual governo.
A Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado de prisão nesta quinta-feira (10) em Brasília, durante uma nova fase da operação Última Milha, que mira o esquema apelidado de “Abin Paralela”. Além disso, dois mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na capital federal.
Em nota, a PF informou que “um dos suspeitos recebia conteúdos de desinformação produzidos pela organização criminosa e os disseminava, valendo-se de seu acesso ao Parlamento federal”.
Conforme a investigação, os materiais eram enviados para agentes estrangeiros, fazendo com que eles fossem induzidos ao erro. A PF informou que os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas não esclareceu quantas pessoas foram alvo da operação desta quinta, nem se estes trabalhavam na agência.
A corporação afirmou que “os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio”.
ABIN PARALELA
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entrou na mira da Polícia Federal por conta de uma suspeita de que a agência teria sido usada para ações clandestinas no governo Jair Bolsonaro (PL), quando estava sob o comando do atualmente deputado federal, Alexandre Ramagem (PL).
A investigação da PF aponta que a estrutura teria sido usada para blindar os filhos do ex-presidente, atacar a legitimidade do sistema eleitoral, produzir desinformação e espionar ilegalmente autoridades, como ministros do STF e senadores da República.
Conforme o G1, fontes dentro da PF afirmam que o alvo é Daniel Ribeiro Lemos, recentemente nomeado para o gabinete do deputado federal Pedro Jr (PL-TO). As investigações indicam que Ribeiro Júnior recebia os conteúdos e usava o seu acesso ao Congresso para distribuí-los.
Investigadores apontam que Lemos atuava para o PL, e após o período da “Abin paralela”, seguiu difundindo informações falsas, afirmando, por exemplo, que governos estrangeiros estariam patrocinando as eleições no Brasil.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes levantou o sigilo de áudios de reuniões gravadas pelo ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem na noite da quinta-feira (15). Em um dos áudios vazados, de agosto de 2020, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, sugeriu ajudar Flavio Bolsonaro, filho do então presidente, em troca de uma vaga no STF.
“No ano passado, no meio do ano, encontrei com Witzel (...). Ele falou: resolve o caso do Flavio. Me dá uma vaga no Supremo”, afirmou o presidente no meio da reunião. Uma das advogadas presentes na reunião, Juliana Bierrenbach, questiona o presidente: “Quem disse isso?”, ao que Bolsonaro reafirmou: “O Witzel, né”.
O então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, comentou a informação: “sede de poder”, e Bolsonaro respondeu, confirmando: “sede de poder”.
Procurado pela reportagem da CNN, Witzel disse que nunca manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio, e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo.
“O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência”, afirmou Witzel.
A advogada Juliana Bierrenbach, que defendia o senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), afirmou ter recebido da sua ex-sócia, Luciana Pires, três relatórios com orientações sobre como buscar provas que levassem à anulação da investigação.
Luciana revelou, em 2020, ter recebido ao menos dois relatórios de Alexandre Ramagem, então diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e, segundo Juliana, os teria encaminhado para ela. Ambos os relatos, o de Juliana e o de Luciana foram dados ao portal Metrópoles.
Na última semana, a Polícia Federal deflagrou a operação Última Milha que investigou o esquema popularmente chamado de “Abin paralela”, que se utilizava, ilegalmente, da Agência de Inteligência para investigar adversários políticos do então presidente da República Jair Bolsonaro.
As duas advogadas, Ramagem, Flávio Bolsonaro e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno participaram de uma reunião no Palácio do Planalto em agosto de 2020.
O encontro, gravado sem consentimento por Ramagem, teve como meta discutir meios para uma contra investigação que provasse nulidades no caso do senador a partir de uma suposta atuação ilegal da Receita Federal contra Flávio.
Em relação aos relatórios, Juliana afirmou: “Ela me encaminhou por WhatsApp, recebi isso da Luciana Pires. Agora eu não sei, não tenho como dizer para você se isso foi escrito por ela, por Ramagem, pela Abin, por Flávio, não sei”.
Nos dois relatórios que a coluna havia revelado, cuja autenticidade e procedência foram confirmadas na época pela defesa do senador, a Abin detalhou o funcionamento da suposta organização criminosa na Receita Federal.
Segundo os advogados de Flávio, a empresa teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que gerou o inquérito das rachadinhas. Em um campo intitulado “Finalidade”, um dos documentos citou: “defender FB no caso da Alerj, demonstrando a nulidade processual resultante de acesso imotivados aos dados fiscais de FB”.
Juliana afirmou que não houve utilidade nos relatórios passados a ela por Luciana Pires, já que havia se encontrado com o chefe da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, antes de ter tido acesso ao material. Ela ainda ressaltou que não entendia que os relatórios fossem da Abin.
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) alega que Jair Bolsonaro (PL) sabia que estava sendo gravado na reunião que veio a público nesta segunda-feira (15). “Essa gravação não foi clandestina, havia o aval e o conhecimento do presidente”, disse Ramagem, em vídeo divulgado nas redes sociais após a queda do sigilo do material.
O áudio foi encontrado em um celular de Ramagem durante uma operação de busca da Polícia Federal no âmbito de investigação sobre o suposto uso paralelo e ilegal da Abin durante o governo Bolsonaro. De acordo com o Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, o deputado afirmou ter gravado porque havia informação de que uma pessoa que iria para a reunião “poderia vir com uma proposta nada republicana”. “A gravação, portanto, seria para registrar um crime, um crime contra o Presidente da República.”
No áudio, Bolsonaro chegou a dizer que o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel pediu uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) para “resolver o caso do Flávio”. Ele estava se referindo à investigação de rachadinhas contra o filho, o senador Flávio Bolsonaro.
A transcrição de um áudio gravado por Alexandre Ramagem durante uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indicam que o então gestor do executivo tentou buscar, em órgãos oficiais, dados sobre investigação contra o senador do PL. O áudio foi divulgado, nesta segunda-feira (15), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar o sigilo da gravação, que faz parte do caso “Abin paralela”.
Segundo os registros, também estavam presentes na reunião o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e advogadas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Na gravação, a advogada Luciana Pires fala sobre buscar dados de funcionários da Receita. A PF investiga a possibilidade de que Bolsonaro teria buscado os responsáveis pela investigação na Receita, para interferir no processo. As informações são do G1.
"Olha, em tese, com um clique você consegue saber se um funcionário da Receita [inaudível] esses acessos lá", afirma a advogada.
O general Augusto Heleno, por sua vez, afirma: "Tentar alertar ele que, ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar gente de confiança dele. Se vazar [inaudível]".
O ex-presidente Jair Bolsonaro diz: "Tá certo. E, deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém tá gravando alguma coisa. Que não estamos procurando favorecimento de ninguém".
O áudio é citado na quarta fase da operação Última Milha. A PF investiga que Ramagem teria dito que era preciso tomar medidas para anular a investigação que atingia Flávio Bolsonaro, esquema que envolveria desmoralizar e afastar os auditores da Receita Federal.
Os servidores da Receita levantaram movimentações de Flávio Bolsonaro a partir de levantamento do Coaf, mostrando incompatibilidade com a renda do senador.
Jair Bolsonaro decidiu manter o apoio a Alexandre Ramagem, candidato a prefeito do Rio de Janeiro, mesmo após a revelação de que foi gravado pelo aliado quando era presidente. Em conversa com a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, o ex-presidente informou que estará em ato da pré-campanha de Ramagem na próxima quinta-feira (18), na capital fluminense.
“A candidatura do Ramagem está de pé. Estaremos juntos na semana que vem, no Rio. Seguimos juntos”, disse Bolsonaro.
Pessoas no entorno do ex-presidente têm afirmado que a gravação de áudio feita por Ramagem, em posse da Polícia Federal, foi realizada sem o consentimento de Bolsonaro, que teria se irritado ao descobrir a situação. Questionado sobre o assunto, ele respondeu sem entrar em detalhes.
“Em relação a esse áudio, tem gente dizendo que eu reagi de uma forma ou de outra… Muita gente tenta falar por mim e não acerta. Não vou entrar nessa questão da gravação”, afirmou.
Segundo a Polícia Federal, investigadores encontraram um áudio, supostamente gravado por Ramagem, no qual teriam sido discutidas irregularidades cometidas por auditores da Receita Federal no âmbito da investigação sobre rachadinha que mirou o senador Flávio Bolsonaro. A gravação é de 2020, quando Ramagem comandava a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Para Ramagem, a existência do áudio reforçaria a “defesa do devido processo”. Já para investigadores da PF que atuam no caso, seria a comprovação de que a estrutura da Abin teria sido usada com desvio de finalidade, para blindar Flávio.
As investigações da Polícia Federal sobre o esquema de espionagem, que ficou conhecido como “Abin paralela”, apontam que, entre os diversos alvos, estavam o ex-deputado federal baiano Jean Wyllys e os seus familiares.
De acordo com o relatório, “os investigados empregaram todos os esforços, inclusive com a realização de ações clandestinas em relação aos parentes do monitorado”. Em mais de uma conversa, os membros da organização conversam sobre como identificar o celular usado pelo ex-deputado.
“Fala amigão. Eles são muito ariscos. Trocam o chip a todo instante. Mas consegui um número que o Jean usou para baixar o Telegram”, escreveu um dos interlocutores, em uma das conversas de WhatsApp obtidas pela PF.
Em outro trecho, os usuários conversam sobre a suspeita de que Wyllys estivesse nos Estados Unidos, usando um número de telefone que teria a foto de sua irmã no WhatsApp. De acordo com as autoridades, as ações datam do período em que o ex-deputado renunciou ao seu mandato na Câmara dos Deputados e passou a ministrar aulas sobre fake news na Universidade de Harvard, nos EUA.
INVESTIGADOS
Diversas figuras públicas foram espionadas pelo esquema ilegal montado na Abin. Entre eles estavam os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. Além do atual presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira e o seu antecessor, Rodrigo Maia.
O deputado Kim Kataguiri, a ex-deputada Joice Hasselmann, os senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros e o ex-governador de São Paulo João Dória também foram investigados pelo esquema.
A quarta fase da Operação Última Milha foi deflagrada nesta quinta-feira (11) pela Polícia Federal. O objetivo da operação é apurar o esquema de monitoramento ilegal de opositores e críticos do Governo Jair Bolsonaro (PL) através de uma Agência Brasileira de Inteligência (Abin) “paralela”.
Entre os investigados pela operação estavam diversos representantes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, além de ministros do STF, jornalistas, funcionários do Ibama e da Receita Federal e até mesmo o ex-governador de São Paulo João Dória (PSDB)
A quebra de sigilo revelou que envolvidos no esquema sugeriram ações violentas contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, inclusive assassiná-lo com um tiro na cabeça.
De acordo com O Globo, uma troca de mensagens revela um investigado reclamando de Moraes e dizendo que ele merecia “algo a mais”. Outro investigado menciona o calibre da munição “7.62”, ao que o primeiro responde: “Head shot”, termo em inglês para tiro na cabeça.
Além das ameaças de violência, os investigados também planejavam outras alternativas para lidar com o Ministro, como um projeto de impeachment, por exemplo. Havia ainda um dossiê sobre Moraes sendo produzido pelos participantes do esquema.
A PF informou que os investigados poderão responder por crime de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático.
QUEM FOI INVESTIGADO?
Entre as figuras públicas espionadas pelo esquema ilegal montado na Abin estavam os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. Além deles, o atual presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira e o seu antecessor, Rodrigo Maia.
O deputado Kim Kataguiri e a ex-deputada Joice Hasselmann também foram alvos da investigação, além dos senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros, todos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.
O ex-governador de São Paulo João Dória, dois servidores do Ibama e três auditores da Receita Federal, além dos jornalistas Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista também foram investigados pela operação ilegal.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se pronunciou sobre o caso da “Abin paralela”. Em vídeo publicado na rede social X, antigo Twitter, o parlamentar disse que o “grupo especial de Lula na Polícia Federal ataca novamente” e que ele foi vítima de criminosos que tiveram acesso a dados sigilosos.
O parlamentar reclamou que a Polícia Federal teria conseguido transformar o caso da “Abin paralela” em uma coisa feita para benefício dele, que se sente vítima na história. A investigação policial indicou que a Receita Federal teria sido pressionada irregularmente devido a relatórios sobre movimentações do senador que indicariam a prática de “rachadinha” de salários de seus funcionários comissionados.
“Obviamente fui vítima de um crime cometido por pessoas de dentro da Receita Federal. Então eu pressionei formalmente junto à Receita para saber quem tinha feito isso e sabe qual foi a resposta: indeferido, porque se tratava de informações sigilosas que eu só poderia ter acesso mediante decisão judicial”, disse Flávio. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
O grupo especial de lula na Polícia Federal ataca novamente! pic.twitter.com/hRUMdmd2En
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) July 11, 2024
Segundo o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele interpôs um habeas data para saber quem acessou os seus dados sigilosos. “A Receita Federal, no governo do presidente Jair Bolsonaro, me negou acesso. Então, se o presidente interferisse em alguma coisa eu não precisaria entrar na justiça. Você concorda?”, questionou o senador a seus seguidores.
“Veja só em quanta gente acessou indevidamente os meus dados. Parece que tinha uma força-tarefa do crime dentro da Receita contra mim. Agora eu não posso correr atrás dos meus direitos de vítima, que eu fui de criminosos de dentro da Receita Federal, que isso é usado contra mim”, reclamou o filho de Bolsonaro.
A OPERAÇÃO
A PF deflagrou, nesta quinta-feira (11), a quarta fase da Operação Última Milha. O objetivo é desarticular organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, utilizando-se de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo. Até o momento, o Metrópoles confirmou a prisão de Giancarlo Gomes Rodrigues; ?Mateus Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão anterior; ?Marcelo de Araújo Bormevet, policial federal; Richards Dyer Pozzer e Rogério Beraldo de Almeida.
Além deles, ex-assessores de Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram alvo de busca e apreensão. Entre eles José Mateus Sales Gomes.
Nesta fase, as investigações revelaram que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvo de ações do grupo. Também houve a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente inverídicas.
Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (11) uma nova fase da operação da "Abin paralela", que tem o vereador Carlos Bolsonaro (PL) entre os investigados.
De acordo com as informações, policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em Salvador, Curitiba, Juiz de Fora, Brasília e São Paulo.
O filho do ex-presidente é alvo de apuração por envolvimento no uso de um software espião pela Agência Brasileira de Inteligência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Chamada de "Operação Última Milha", a ação investiga se servidores da Abin lotados no Centro de Inteligência Nacional utilizaram o software de geolocalização e se produziram relatório sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e adversários políticos do ex-presidente.
A ideia seria desarticular a chamada "Abin paralela", organização voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e produção de notícias falsas utilizando sistemas da agência.
A deputada federal Lídice da Mata (PSB), líder da bancada baiana na Câmara dos Deputados, afirmou durante a abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), nesta quinta-feira (01), que a descoberta da "Abin Paralela" só reforça os trabalhos da CPMI das Fake News, da qual foi relatora em 2019 (relembre aqui).
Ela afirmou que sente falta de um processo jurídico e que as investigações sejam intensificadas, e o julgamento aconteça para que os envolvidos sejam punidos. “Eu acho que o nível da investigação levará em breve a isso. O ministro Alexandre de Moraes tem sido muito dedicado no desenvolvimento deste processo. O que fica claro é que tudo isso que nós vimos lá na CPMI das Fake News já se indicava. Nós já tínhamos denunciado a existência de um gabinete do ódio comandado pelo Carlos Bolsonaro, com aqueles componentes todos que se falavam, que foram se confirmando ao longo do tempo, se revelando ao longo do tempo. Naquele período havia a denúncia de que existia uma investigação da vida das pessoas, inclusive dos próprios deputados da bancada bolsonarista, que foi negado, e que hoje vai se revelando”, disse.
Lídice também cobrou punição ao General Heleno, que na época estava à frente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “A presença do General Heleno, dentro do governo na Abin, no GSI, e comandando um esquema de investigação paralela com o seu DNA, vinculado sempre um projeto golpista, que é a sua história inteira dentro do exército, inclusive durante a ditadura militar, então o que tá claro é isso, e isso não pode ficar na impunidade. Ele como General e representante de um governo, ele cometeu crime, ele tem que ser punido, esse processo tem que ser aberto, nós não vamos aceitar que não se conclua essa investigação com a punição dos responsáveis”, reiterou.
A deputada afirmou que não chegou a perceber se estava sendo monitorada, mas que sabia da existência de um esquema. “Havia uma perseguição clara, né? Uma manifestação clara das redes sociais de ataques, e a presença nossa na CPMI no momento, inclusive, que eles estavam no governo era sempre cercada de uma agressividade imensa contra todos nós. Então, é isso. Foi o clima que eles criaram e que alimentaram durante todo o governo e que pretendem continuar alimentando ainda agora”, frisou.
O senador Otto Alencar falou sobre as investigações da “Abin paralela”, operação que estourou nesta semana e teve como alvo o vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos). Ele foi o relator da CPI da Covid no Senado e afirmou durante a abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa da Bahia, na tarde desta quinta-feira (01), que já sabia da existência do esquema por diversos fatores, inclusive, pelo vazamento de dados secretos.
“Fui hostilizado em aeroporto, em Brasília, não podia andar em restaurantes […] Eles nos monitoravam na CPI da Covid, nós tínhamos reuniões secretas na casa do senador Omar Aziz (PSD-AM) pela noite e falavámos as coisas internamente, eu e mais três ou cinco, nenhum de nós soltava nada para a imprensa. No outro dia cedo tava tudo divulgado. Eles grampearam, monitoraram, o meu telefone foi clonado, eu tinha dificuldade de conversar com os colegas. Então, desde aquela época da Covid que essa Abin paralela existe, que é um órgão da GSI [Gabinete de Segurança Institucional] que era comandada pelo general Heleno que, na minha opinião, está totalmente envolvido nisso. Ele tem que ser chamado agora pela Polícia Federal para se explicar e o Ramagem que era o delegado federal, andava com a família e com o Bolsonaro, hoje é deputado federal também".
Otto afirmou que conversou com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do senado, para encontrar elementos e processar os envolvidos. “Ninguém tinha dúvidas que estava sendo monitorado, investigado, com telefone grampeado. No meu caso, por exemplo, e do Rogério Carvalho, senador de Sergipe, a Receita Federal vasculhou a nossa vida toda, tanto que lá em Sergipe, uma pessoa da Receita avisou ao Rogério. Falei com o Rodrigo ontem, presidente do Senado no Congresso, ele vai pedir ao STF, se por um acaso tiver elementos, processar os autores desta investigação criminosa que se faz para intimidar políticos, e espero que resulte na punição dos culpados”, concluiu.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Tiago Correia
"Na verdade o medo deles é que Neto seja o candidato. Ele é o mais competitivo e que lidera as pesquisas. Na eleição passada eles fizeram o mesmo".
Disse o deputado estadual e líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Tiago Correia (PSDB) ao comentar os rumores de que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), poderia desistir de disputar o governo da Bahia em 2026.