Prefeitura afirma que 90% das escolas de Salvador já retomaram as atividades apesar da greve dos professores
Por Redação
A prefeitura de Salvador emitiu um comunicado afirmam que 90% das escolas municipais já retomaram seu funcionamento na capital baiana, sendo cerca de 370 das mais de 400 unidades de ensino que compõem a rede. Em nota enviada nesta quinta-feira (17), o Executivo municipal também declarou que 70% dos professores já retornaram às atividades, apesar da manutenção da greve da categoria promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).
Segundo a prefeitura, os dados são maiores do que os da semana passada, o que, segundo a gestão, reflete esforço que o município vem realizando continuamente para alcançar o entendimento com os profissionais e para que a normalidade da rede de ensino seja restabelecida. Na semana anterior, a prefeitura afirmou que 78% das escolas já haviam encerrado o movimento paredista.
No comunicado, a prefeitura também solicitou o encerramento imediato da greve e pediu o retorno dos professores às suas respectivas unidades de ensino, reabrindo as escolas que estão fechadas, o que beneficiaria “milhares de estudantes e seus familiares”.
“O pedido é especialmente direcionado ao comando de greve, destacando que a continuidade do movimento por razões meramente políticas só vai estender a penalização às crianças e aos seus familiares e responsáveis”, escreveu a gestão municipal.
Além disso, a prefeitura afirmou que a campanha salarial da categoria resultou em reajustes de 9 a 18%, ficando acima do aumento do piso nacional, que foi de 6,27%. Além disso, a gestão reafirmou que cumpre com o “salário mínimo” dos professores, hoje fixado em R$ 4.867,77. O pagamento do piso, no entanto, é alvo de discordâncias por parte do sindicato, que alega que a prefeitura não cumpre os vencimentos mínimos da categoria.
“Os aumentos garantidos em Salvador estão entre os maiores do país se comparados aos percentuais oferecidos e aprovados em diversas capitais e estados para a categoria dos profissionais da educação”, disse a prefeitura.
Nesta quarta (16), o Bahia Notícias noticiou que o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) intensificou as sanções contra a greve dos professores da rede municipal de Salvador, solicitando novamente o retorno imediato das atividades. Em uma nova determinação, o TJ-BA ordenou o bloqueio preventivo das contribuições sindicais da APLB e aumentou a multa diária de R$ 100 mil para R$ 200 mil por cada dia de continuidade do movimento paredista.
Na decisão, o juiz atendeu parcialmente a um pedido da ação movida pela prefeitura de Salvador, solicitando o envio de um ofício ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) para apurar possível crime de desobediência por parte do presidente da APLB, Rui Oliveira.
Os valores acumulados pelas multas, até 3 de julho deste ano, já ultrapassaram R$ 4,5 milhões, segundo o documento da decisão. Esses valores são depositados em uma conta judicial à disposição do Tribunal, e não diretamente para o Município.
A greve dos professores da rede municipal de Salvador teve sua suspensão imediata determinada pelo Tribunal de Justiça da Bahia em 7 de maio.
Ainda nesta quarta, os professores da rede municipal de Salvador optaram pela permanência da greve da categoria durante assembleia.
A greve foi aprovada em 6 de maio, com o objetivo de pressionar a prefeitura pelo cumprimento da Lei do Piso do Magistério em Salvador, melhorias estruturais nas escolas e valorização dos profissionais da educação.