Para alas petistas, Marcelo Nilo é carta quase fora do baralho
por Anderson Ramos

A novela sobre a permanência de Marcelo Nilo (PSB) na base governista parece estar próxima do fim, com sua situação ficando cada vez mais delicada dentro do grupo. A avaliação de alguns integrantes da cúpula petista no estado é de que o parlamentar se equivocou em ter admitido conversas com o ex-prefeito de Salvador e pré-candidato ao Executivo do Estado, ACM Neto (DEM/UB), e não descartar a possibilidade de fazer parte da chapa majoritária ao lado do democrata.
Em reiteradas entrevistas para a imprensa no último ano, Nilo vem deixando clara a sua insatisfação no grupo liderado pelo governador Rui Costa. Em recente conversa com o Bahia Notícias, Nilo afirmou que teve encontros constantes com Neto ao longo de 2021, mas negou que tenha recebido qualquer tipo de convite para concorrer ao Senado (veja aqui).
Além disso, o movimento de Nilo está sendo encarado como uma tentativa dele de conseguir mais cargos dentro da gestão estadual. Uma fonte ouvida pelo BN disse que o ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) é um dos deputados federais com mais indicações no governo de Rui Costa e que não seria feito nenhum esforço para dar espaço para ele colocar mais gente sua na administração estadual. Seria consenso entre os caciques governistas que o motivo da insatisfação de Nilo seria justamente esse.
O caldo teria entornado de vez para o socialista nesta semana, com o comentário do senador e provável candidato do PT ao Palácio de Ondina, Jaques Wagner, sobre o assunto. Questionado pelo BN, Wagner disse que seria “um final ruim” para Nilo, caso ele concretize a sua ida para a oposição (reveja aqui). A reação de Nilo foi postar uma foto nas redes sociais com Jutahy Magalhães Jr. (PSDB) (veja aqui), o que também não foi bem digerido pelo governo.
“Não dá pra entender o que ele está fazendo. Se ele acha que do lado de lá ele vai ter mais espaço, está muito enganado. Parece que não confia na própria reeleição e está tentando uma saída honrosa da política”, argumentou a fonte.
Outro episódio que vale destacar foi o bate-boca entre os líderes governista e da oposição na AL-BA, Rosemberg Pinto (PT) e Sandro Régis (DEM/UB) (saiba aqui). “Se meu amigo Marcelo reclama que do nosso lado a chapa majoritária é sempre formada por PT, PSD e PP; se prepara amigo, do lado de lá é sigla única: Neto!”, escreveu Rosemberg em sua conta no Twitter. A postagem teria tido o aval do núcleo duro do PT.
Uma possibilidade de partido para acomodar Nilo no grupo liderado por Neto seria o PSDB, mas a sua filiação possui alguns impasses (saiba quais aqui). Outra sigla que foi cogitada nos bastidores é o MDB, mas integrantes da sigla avaliam que a filiação dele, no entanto, seria uma "peça de ficção científica" (acesse aqui).
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