Após Lira jogar pressão no Senado, Coronel diz desconhecer acordo sobre Imposto de Renda
Por Gabriel Lopes
Previsto para ser entregue no final do mês de outubro (leia mais aqui), o relatório da reforma do Imposto de Renda (IR) no Senado ainda não foi apresentado pelo relator Angelo Coronel (PSD). O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados no início de setembro, e nesta segunda-feira (22), Arthur Lira (PP) jogou a pressão para a Casa vizinha com tom de crítica. Em entrevista à Folha, o presidente da Câmara revelou que tinha um acordo com Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, para que a matéria fosse apreciada até o dia 15 de outubro e "até hoje não foi honrado".
Em conversa com o Bahia Notícias, Angelo Coronel (PSD) disse desconhecer o acordo entre os comandantes das duas cúpulas do Congresso. Segundo o senador baiano, ainda não há previsão de quando a reforma será pautada para votação no Senado Federal e que continua em contato com os segmentos empresariais para discutir o assunto.
"Sem previsão, o projeto é muito complexo, mexe com a vida de todas as empresas brasileiras, não podemos fazer algo com o açodamento e cometer erros. [...] A política é a arte do acordo. Para entrar em votação eu tenho que apresentar o meu relatório e ele ainda não tem previsão", afirmou Coronel.
No final de setembro, o senador disse ao BN que tinha interesse de entregar o relatório ainda em outubro, mas que alguns itens precisavam de maior atenção na elaboração do texto. "Estou tentando apresentar um projeto autônomo sobre a tabela de isenção de imposto de renda de pessoa física, aumentando a faixa de isenção para compensar o índice inflacionário", acrescentou o senador.
O governo federal tem urgência para que a matéria seja aprovada, já que parte dos recursos para financiar o Auxílio Brasil viria da arrecadação obtida se aprovada a reforma da legislação do Imposto de Renda.
Outra movimentação da equipe econômica do governo Bolsonaro é baseada na aprovação da PEC dos Precatórios. O Palácio do Planalto corre para agrupar apoio entre os senadores, aprovar a proposta e viabilizar a distribuição do substituto do Bolsa Família com parcelas de ao menos R$ 400 para 17 milhões de famílias até dezembro de 2022.