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Do abandono à 'vila gastronômica': Bahia Café Hall permanece sem destino após seis anos

Por Anderson Ramos

Do abandono à 'vila gastronômica': Bahia Café Hall permanece sem destino após seis anos
Foto: Google Street View

O imóvel que abrigava o Bahia Café Hall, na Avenida Paralela, continua sem uso seis anos depois de ter sido desativado. Uma das casas de show mais famosas de Salvador quando estava em atividade, o espaço foi fechado em abril de 2015 após o governo da Bahia conseguir reaver na Justiça a posse do prédio (lembre aqui).

 

A gestão estadual tinha a intenção de abrigar a diretoria de vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), mas a ideia não vingou. Em nota enviada ao Bahia Notícias, a Sesab informou que tinha o projeto de instalar alguns setores no espaço, no entanto não foi levado à frente.

 

Ainda no comunicado, a pasta informou que o imóvel será colocado à disposição da Secretaria da Administração (Saeb), que ficaria responsável por dar destinação ao equipamento. Procurada pela reportagem, a Saeb disse que o espaço faz parte do Parque Metropolitano de Pituaçu, que é administrado pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). De acordo com o Inema, existe um processo de concessão para a iniciativa privada, mas que está ainda em “fase embrionária”.

 

Em entrevista para o BN em março deste ano, o secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães (PCdoB) (reveja), disse que a gestão estadual recebeu consultas e propostas de setores empresariais interessados em explorar o espaço do Bahia Café Hall, o Parque e o estádio de Pituaçu e o estacionamento da praça esportiva. Na ocasião, o secretário afirmou que o estado esperava a melhora da pandemia da Covid-19 para retomar as tratativas.

 

Em fevereiro uma comitiva do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) visitou os Parques de Pituacu, São Bartolomeu e o zoológico de Salvador. O banco tem um plano de privatização de 26 Parques Metropolitanos nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Tocantins e Bahia. Em território baiano, além dos equipamentos da capital, também entram na lista o de Sete Passagens (Miguel Calmon, na Chapada Diamantina) e o Parque Estadual da Serra do Conduru, que fica nos municípios de Ilhéus, Uruçuca e Itacaré, no sul do estado.

 

O Inema não soube informar se com a possível privatização do Parque de Pituaçu, a gestão ficaria a cargo dos novos donos. 

 

DISPUTA JUDICIAL

O Bahia Café Hall foi fechado após uma longa briga judicial envolvendo a governo. A disputa pelo espaço começou em 2010, quando a Caixa Econômica Federal avaliou que os R$ 7 mil pagos pelo aluguel do espaço era um valor baixo e deveria sofrer reajuste para, no mínimo, R$ 39 mil. O governo então considerou que os locatários ocupavam o espaço de forma irregular e cobrou cerca de R$ 2,2 milhões.

 

 Em 2014, o então gestor do Bahia Café Hall, Guilardo Lopes Filho, propôs pagar R$ 40 mil de aluguel, mas a gestão estadual não aceitou o acordo (veja a entrevista).  Com uma área de mil metros quadrados, o Bahia Café Hall tem capacidade para abrigar até 2.200 pessoas.

 

Hoje, a entrada de acesso ao espaço virou um point gastronômico da cidade. Aos sábados, domingos e feriados, é comum ver filas de carros em busca de algumas das iguarias como acarajé, churrasquinhos e afins, servidas em barracas e drive-thrus.