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Após ataques, DEM deve 'cozinhar' Alexandre Aleluia até janela partidária

Por Mauricio Leiro / Matheus Caldas

Após ataques, DEM deve 'cozinhar' Alexandre Aleluia até janela partidária
Aleluia critica decisão do presidente da sigla, ACM Neto | Foto: Divulgação

Filiado ao DEM, o vereador Alexandre Aleluia (DEM) criticou uma decisão do presidente nacional do partido, ACM Neto, e evidenciou de vez seu descontentamento com os rumos tomados pela sigla. 

 

Pelo Twitter, no sábado (10), ele postou a imagem de uma reportagem postada pelo jornal Correio que tem como manchete a informação de que o ex-prefeito de Salvador anuncia a criação do “Democratas Diversidade” – vertente da legenda que tem como objetivo inclusão para públicos que ainda sofrem preconceito. No tweet, Aleluia comparou o DEM ao PSOL e atacou o público LGBTQIA+ ao dizer que é “uma pauta criada pela esquerda”. “A pauta LGBT foi criada pela esquerda para dividir a sociedade e fazer com que a política ardilosamente se aproveite do ressentimento. Isso não tem nenhum compromisso com o partido que me elegi. Isso está muito mais próximo do PSOL”, postou.

 

No dia seguinte, no domingo, ele classificou o DEM como “partido com convicções gelatinosas”. Ele se referiu ao deputado federal Sóstenes (DEM-RJ), que anunciou a saída da legenda após criação do comitê de diversidade.

 

Na avaliação interna do partido, o intuito de Aleluia é criticar o DEM para conseguir uma desfiliação por justa causa. Contudo, segundo uma fonte ligada à alta cúpula da sigla consultada pelo Bahia Notícias, a queda de braço só terminaria no próximo ano, quando há a janela partidária. Antes disso, não haveria possibilidade de o parlamentar deixar o partido, uma vez que o mandato parlamentar pertence ao partido, não ao político – o único momento em que isso pode acontecer, sem que o vereador perca o mandato, é durante a janela de troca partidária.

 

Mesmo filiado ao DEM, Aleluia é alinhado ideologicamente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, no ano passado, divulgou abertamente encontros com articuladores da criação do Aliança pelo Brasil, partido idealizado pelo chefe de Estado, que ainda não saiu do papel (leia mais aqui). Em novembro de 2019, ele foi a Brasília junto ao ex-vereador Cezar Leite (PRTB) para conversar com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente (leia mais aqui).

 

A atitude gerou críticas veladas feitas pelo vereador Claudio Tinoco, à época secretário de Cultura e Turismo de Salvador (Secult). "Não dá para dar espaço para quem não valoriza o partido. Se vai para outra legenda, tudo bem", afirmou Tinoco em fevereiro de 2020, sem citar nominalmente o companheiro de partido (leia mais aqui). 

 

Outros fatores colocam Aleluia em campos opostos ao DEM no momento. Em entrevistas a outros veículos de imprensa, ele se coloca à disposição de Bolsonaro para se candidatar ao governo da Bahia em 2022. Contudo, ele esbarraria no fato de que Neto é virtualmente o candidato da sigla para o Palácio de Ondina no próximo ano. Além disso, o ex-prefeito de Salvador não vive a melhor das relações com Bolsonaro desde que João Roma, seu ex-aliado, foi nomeado ministro da Cidadania. Na última semana, Neto chegou a dizer que se sente “frustrado na expectativa” pelo voto em Bolsonaro em 2018.

 

Procurados pela reportagem do BN, Neto e Aleluia não se manifestaram até a publicação desta matéria.

 

Alexandre Aleluia é filho do ex-deputado federal José Carlos Aleluia. Em maio de 2020, ele foi reconduzido por Bolsonaro à função de conselheiro da Itaipu Binacional, hidrelétrica que fica na fronteira com Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e Cidade del Leste, no Paraguai (leia mais aqui).