Caetano Veloso critica a Bahia, ACM e o rap
Por Fernanda Figueiredo
Em seu blog, onde aproveita o espaço para incitar e contextualizar assuntos polêmicos, o cantor e compositor Caetano Veloso traça alguns paralelos sobre São Paulo, o Rio de Janeiro e a Bahia. Entre os altos e baixos existentes nos três estados, o baiano não deixa ninguém ficar para trás. Entre as inúmeras linhas do texto que postou, Caetano fala da sua tristeza com a mudança do nome do Aeroporto de Salvador. "E hoje, depois da fase de talento politico de ACM (em que pese o intragável arcaísmo de sua truculência e o fato de até hoje eu não engolir que o aeroporto 2 de Julho tenha ganho o nome do filho dele num piscar de olhos". E sem esquecer da crescente violência na Bahia, Caetano acrescentou que mesmo com o "crescimento concomitante e congenial da indústria do carnaval, com sua música vulgar e energética, tão cheia de poesia bárbara e doçura profunda que mereceu o apelido de 'axé music' – a Bahia desenvolveu-se, modernizou-se, mostrou potência." E por falar em violência, o rap ganhou um ex-fã. "Sou louco por hip-hop desde 'Beat Street', filme do início dos anos 80. Por causa dele compus 'Língua'. Mas desde que vi garotos de moto com cara de zangados na Praça da Purificação, fazendo-a parecer-se muito com o Complexo do Alemão, tenho reação negativa imediata à política do rap." E nessa onde de violência, Caetano não esconde sua esperança em ver a Bahia voltar a ser aquela de outrora. "O índice de homicídios decresce em São Paulo e no Rio. Cresce em Salvador, em Santo Amaro, no Recife, nas cidades do interior do Mato Grosso. É preciso levar em conta o fato de que DECRESCE em Sampa e Rio. Talvez seja uma onda em relação à qual Bahia, Recife e cidades menores estejam apenas atrasadas."