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Isaac Edington fala sobre cenário de eventos internacionais em Salvador: “Vários artistas já sinalizaram o desejo de vir”

Por Bianca Andrade

Isaac Edington fala sobre cenário de eventos internacionais em Salvador: “Vários artistas já sinalizaram o desejo de vir”
Foto: Festival Virada Salvador

Primeira capital do Brasil. Cidade da música reconhecida pela Unesco. Recorde mundial pelo Guiness Book de Maior Carnaval de Trio Elétrico do Mundo. Uma das principais escolhas dos turistas para destino de viagem no país. O que falta para que Salvador seja enxergada pelo mercado como uma potência para eventos internacionais?

 

Vai ano, vem ano, e o debate sobre a exclusão de Salvador na rota de shows das grandes estrelas da música mundial permanece, sempre com uma resposta na ponta da língua: a capital baiana não fará parte da turnê.

 

O desejo do público é de que a cidade seja a sede de todos os eventos possíveis e imagináveis, mas desejo não banca tíquete, e esse é um dos maiores empecilhos da capital baiana, junto a malha viária.

 

"Infelizmente, o Brasil e Salvador, sobretudo Salvador, tem um contexto de uma malha aeroviária ainda complexa do Brasil. E cara, sobretudo quando a gente fala em infraestrutura geograficamente. A gente também tem alguns problemas quando se fala em demandas internacionais e diante do volume e o ticket também, então quando a gente junta tudo isso, fica complicado", afirma o presidente da Saltur (Empresa Salvador Turismo), Isaac Edington em entrevista ao Bahia Notícias.

 


Foto: André Carvalho/ Bahia Notícias

 

A questão com a malha viária da região surpreende, já que os números sempre apontam bons dados para Salvador. Para se ter uma ideia, em 2025, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Aeroporto Internacional de Salvador Luís Eduardo Magalhães movimentou 266,7 mil passageiros internacionais no primeiro semestre.

 

“Desenvolvemos um trabalho consistente de prospecção de rotas estratégicas que garantiram o crescimento dos voos internacionais partindo e chegando na capital baiana e estes resultados reforçam a importância da Bahia para a conectividade na região Nordeste”, afirma Julio Ribas, CEO da VINCI Airports no Brasil.

 

O número fez a capital assumir a liderança dentre os terminais que mais receberam passageiros internacionais no Norte e Nordeste. 

 

A expectativa é de alta para 2026, porém, na última semana, a Air France anunciou a suspensão temporária de voos entre Salvador (SSA) e Paris (CDG) no primeiro semestre de 2026.

 

A medida faz parte de um ajuste de capacidade da companhia durante a baixa temporada, e entra em vigor em 9 de março, seguindo até 25 de abril. A decisão chamou a atenção, já que o desempenho da rota estava sendo, chegando a registrar uma taxa média de ocupação de 93% de Salvador e Paris, enquanto o trecho inverso Paris x Salvador ficou em 78%.

 

 

Desta forma, a malha viária permanece como um ponto de atenção, mesmo com tendência de crescimento. Será que as mudanças deixam os investidores com um pé atrás para investir em Salvador como cenário de grandes eventos internacionais?

 

Embora a Anac aponte crescimento, a suspensão da Air France, mesmo que temporária e devido à baixa temporada, liga um alerta de instabilidade, algo que pode se apresentar para os investidores como um cenário incerto para receber os grandes eventos internacionais.

 

FUTURO BRILHANTE E INTERNACIONAL
Mas, para Edignton, o cenário pode melhorar. O presidente da Saltur vislumbra um salto para os próximos anos nesta questão e em outros fatores determinantes, especialmente pela forma como Salvador vem se posicionando frente ao mercado.

 

"Eu acho que a gente já está caminhando para isso. Vários artistas já sinalizaram o desejo de vir a Salvador, então a gente acho que isso é uma questão de tempo de Salvador entrar nessa rota internacional com mais consistência."

 

O Bahia Notícias trouxe os pontos citados pelo presidente da Saltur, em uma matéria apresentada em 2024, 'Espaço, trajeto & dinheiro: Combinação de fatores leva Salvador a não ser escolhida como palco de grandes shows internacionais'.

 

Foto: YouTube

 

A cidade já chegou a ser palco de grandes eventos, como shows de Paul McCartney, turnê de Beyoncé, Maroon 5, além das atrações trazidas a capital através do Festival de Verão. Isaac acredita que essa movimentação deve voltar a acontecer.

 

"Durante os anos 2000, Salvador teve muitos eventos internacionais. A gente acha que essa uma agenda que poder melhorar ainda mais e sobretudo quando a gente fala em desenvolvimento econômico, então acho que tem tudo a ver, mas de fato é um movimento que ele começa no privado e o poder público tem uma forma de ajudar, de apoiar e todo interesse em recebê-los, como é o caso aqui em Salvador."

 

E A PREFEITURA
Ao site, o gestor da Saltur respondeu a um dos questionamentos mais feitos pelo público, a quantas andam o incentivo da gestão municipal na questão de eventos internacionais na cidade. De acordo com Edington, este é um passo dado pela iniciativa privada.

 

"Eventos internacionais têm uma complexidade um pouco diferente. O evento internacional nunca vai surgir de uma iniciativa do poder público. É isso que as pessoas precisam entender. O evento internacional é um movimento do artista, normalmente é um grupo empresarial que tem uma estratégia. E é claro, o poder público pode ser um facilitador, como no caso de Salvador. Salvador é uma cidade que recebe grandes eventos, talvez seja a cidade no Brasil, sobretudo em eventos nos espaços públicos. Cada artista internacional tem a sua estratégia, a gente vem trabalhando bastante, melhorando a cidade, a imagem da cidade, a infraestrutura da cidade."

 

E a avaliação é positiva para a visibilidade quem Salvador tem tido diante do mercado.

 

“Salvador foi uma cidade no Brasil que foi pioneira nesse processo de valorizar os ativos municipais para que as marcas venham. Praticamente todos os grandes eventos da cidade a gente tem a participação das marcas. Recentemente se anunciou uma nova marca. Em breve vamos anunciar mais. Então acaba que a gente tem também isso. O investimento que a gente faz e o investimento que essas marcas trazem, todos vão para as entidades, para contratar atrações, para movimentar a economia da cidade.”

 

Fotos: Lucas Assis/ BN Hall

 

Nos últimos meses, o medo do público deixou de ser apenas internacional. A ausência da capital baiana na lista de cidades que vão receber a festa 'Ensaios da Anitta', por exemplo, ligou um alerta para como Salvador tem sido vista pelo mercado nacional para a realização de eventos.

 

Edington, que além do cargo de gestor da Saltur, é formado em administração, acredita que o movimento feito pela funkeira é algo natural, sem motivo para grandes preocupações.

 

"As coisas mudam. As pessoas não podem ter essa expectativa de sempre ter as mesmas coisas o tempo inteiro. Acho que isso faz parte do movimento. Ela não vem, outros artistas vêm. Os nossos artistas saem daqui, vão para outro lugar, voltam. Então, assim, isso faz muito natural. Esse movimento é um movimento muito pujante. Então, há essa alternância."

 

FESTA QUE MOVIMENTA
Para o presidente da Saltur, é importante que não se duvide do potencial de Salvador na promoção de eventos. "Salvador produz o maior evento em espaço público do mundo, que é o Carnaval. Não existe nenhum de altíssima complexidade. É um evento que reúne, passam pelos circuitos, mais de 16 milhões de pessoas. Não é comparado a nenhum Carnaval, nem do Brasil, nem de fora do Brasil."

 

Isaac ainda reforça o impacto financeiro que os eventos promovidos na cidade tem na economia municipal.

 


Foto: Alfredo Filho/ Secom

 

"Tem pessoas que criticam, ‘Ah, Salvador tem muita festa’. Não, pelo contrário, festa em Salvador gera desenvolvimento econômico. Turismo em Salvador é uma mola mestra, o turismo, o entretenimento, a área de serviço, é o que alimenta a economia. São dados da Fecomércio e mais de 50 outros setores econômicos. O setor de entretenimento, do turismo e da economia criativa da cidade é o motor de desenvolvimento econômico da cidade."

 

Quanto a capacidade de sediar eventos internacionais e grandes eventos nacionais, o presidente da Saltur cita o Festival Virada como exemplo de inspiração para outros municípios brasileiros.

 

"Salvador é uma cidade que não tinha sequer uma noite de Réveillon. Hoje tem um festival de cinco dias, já há algum tempo. E passou a ser imitado por todo o Brasil hoje. O Festival da Virada é o maior evento em espaço público no Brasil. Não há nenhum festival de música no Brasil do tamanho do Festival da Virada, gratuito, todo feito no espaço público. A gente compara esse festival aos grandes festivais privados como Lollapalooza, como Rock in Rio, como The Town. Isso merece crédito para Salvador."