Ofício de Baiana de Acarajé pode se tornar Patrimônio Imaterial de Salvador; saiba mais
Por Bianca Andrade
O Ofício de Baiana de Acarajé está no caminho para se tornar Patrimônio Imaterial de Salvador. Na última quarta-feia (27), a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam) recebeu a notificação pública da abertura do registro, em evento realizado como parte da programação da VI Jornada do Patrimônio Cultural.
De acordo com o diretor de Patrimônio da FGM, Vagner Rocha, este é o primeiro passo para que o ofício seja reconhecido e salvaguardado através da Lei 8.550/2014.
“Mesmo antes da abertura do processo, a FGM e a Prefeitura de Salvador já realizavam uma série de ações para a salvaguarda desse bem cultural, que integra a paisagem e o imaginário da cultura soteropolitana. A partir de agora, com o início do processo de patrimonialização, reafirmamos nosso compromisso de preservar essa importante tradição afrodiaspórica, que começou ainda no período colonial com as primeiras afroempreendedoras do Brasil”, ressalta Vagner.
Para a presidente da Abam, Rita Santos, a notificação é um passo importante para a valorização deste ofício, que se tornou um símbolo da cultura local.
“Salvador tem a cara das baianas e as baianas têm a cara de Salvador. Por isso que esse reconhecimento é de grande importância para a cidade, para as baianas e para as filhas e netas que mantêm o legado das baianas que já se foram. Eu espero que a cidade valorize ainda mais o ofício das baianas a partir do momento em que a gente receber esse título”.
Segundo a Abam, Salvador conta com cerca de 3,5 mil baianas que exercem o ofício. O trabalho das baianas de acarajé, além de fortalecer a economia local ao geran renda para milhares de mulheres, muitas delas chefes de família, e desempenham um papel essencial no turismo cultural, atraindo visitantes interessados na autêntica culinária baiana.
Em 2024, o registro especial do ofício de baiana de acarajé foi revalidado pelo pleno do Conselho Estadual de Cultura (CEC), reconhecendo o legado à cultura baiana.
O título de Patrimônio Imaterial da Bahia foi concedido às baianas de acarajé pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), em 2012, mas a cada cinco anos o título precisa ser revalidado.
O ofício também é patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 2005.