A Antena 1, advogado Rodrigo Moraes relembra quando poeta baiano falsificou acusação de plágio contra Skank
Por Redação
Em entrevista à Antena 1, o advogado Rodrigo Moraes, especialista na defesa da propriedade intelectual há mais de 20 anos relembrou um episódio polêmico na área de plágio em música envolvendo a banda Skank e um suposto poeta baiano.
O caso foi movido por Ajax Jorge da Silva, contra o grupo mineiro em 1996. Na ocasião, o baiano alegava que a banda tinha se inspirado em poemas que ele havia entregue à mãe de uma amiga, a cantora Rita.
Na solicitação feita à Justiça, Ajax pedia que as músicas "Pacato Cidadão", "Esmola", "O Beijo e a Reza", "Te Ver", "Garota Nacional" e "Eu Disse a Ela" fossem proibidas de serem executadas publicamente, por teriam sido plagiadas pelo grupo.
"Um falsário daqui da Bahia, eu falo isso porque eu estou amparado em provas, em processo transitado, em julgado, tudo. Um cidadão fez, pegou aquele disco Samba Poconé, clássicos do Skank, que ele pegou letras desse disco e escreveu numa folha de papel, fotocopiou e autenticou, e botou um selo da época do IPRAJ (Instituto Pedro Ribeiro de Administração Judiciária), que era uma autarquia ligada na época ao TJ, com a data anterior ao lançamento do disco. Quando foi feita a perícia sobre esse selo, a perícia viu que não existia esse selo à época. Ou seja foi um documento antedatado", relembrou.
A banda nunca comentou oficialmente o assunto, mas o caso está entre um dos mais polêmicos e controversos envolvendo situação de plágio e má fé na música.
Uma das poucas vezes que o grupo falou sobre o assunto foi justamente para o livro "Você diz que o meu samba é plágio", de Moraes e Juca Novaes.
"Saiu uma matéria de capa na Folha de S Paulo na dizendo 'Poeta baiano acusa o Skank de plágio'. Quer dizer, poeta baiano que nunca tinha lançado um livro de poesia, e ganhou uma página inteira, até o Chico Amaral, que era o letrista do Skank, escreveu uma carta muito dura na época, e a gente conta depois um depoimento dele, eu liguei para o Chico e ele deu um depoimento inédito aqui para o livro, que ele fala que o primeiro compositor que ligou em solidariedade para ele, acreditando nele, foi o Nando Reis."