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Wall Cardozo estreia na Sala de Coro e reflete sobre rap na Bahia: “Recebe muito mais 'não'”

Por Laiane Apresentação

Wall Cardozo estreia na Sala de Coro e reflete sobre rap na Bahia: “Recebe muito mais 'não'”
Foto: Lane Silva

Em uma década, muita coisa pode acontecer. Uma criança vira um jovem adulto cheio de responsabilidades, líderes políticos entram e saem do poder, guerras são iniciadas e terminadas… No caso do rapper Wall Cardozo, 11 anos de carreira geraram o nascimento de seu primeiro álbum “Homem Menino”. O álbum em si durou dois anos de produção, mas foi construído pelo processo de maturidade e evolução do soteropolitano. 

 

O resultado? Nesta terça-feira (6), Wall estreará seu trabalho no palco da Sala do Coro, no Teatro Castro Alves, em um show com participações especiais que mostrarão ao público a força de sua arte e de seu rap. Um projeto que, ao mesmo tempo, encerra e inicia um ciclo em sua carreira. 

 

“Um fechamento porque querendo ou não é como se fosse o encerramento desses dois anos [de produção]”, contou ao Bahia Notícias. "E talvez uma abertura de um novo ciclo, de um novo momento agora, porque eu sinto que a partir desse show vai ser realmente o momento de eu entender o que esse álbum vai me trazer”, explicou. 

 

Ao site, o cantor explicou que o álbum “Homem Menino” nasceu com a proposta de celebrar seus 10 anos de carreira. Com 10 faixas inéditas, cinco participações especiais e direção musical de Manigga, indicado ao Grammy Latino de 2024 pelo trabalho em "Amaríssima", da cantora Melly, o trabalho foi lançado no último dia 10 de abril. 

 

“É um álbum com músicas diversas, tem música para dançar, mas também tem música para ficar reflexivo, tem música para chorar, tem música para ficar feliz, para ficar triste, para gastar onda, para rezar, para mandar pra alguém”, compartilhou Wall. 

 

 

Participarão do espetáculo os artistas Hiran, Nininha, Makonnen Tafari, Liz Kaweria e Lari Lima. Como artista independente, se apresentar na Sala do Coro representa, para Wall, “uma validação” de seu trabalho. 

 

 

“Quando a gente fala de arte independente, quando a gente fala de artistas independentes, não tem como a gente não falar sobre a autoestima. Porque realmente é um trabalho de muita resiliência. A gente recebe muito mais ‘não’ do que ‘sim’, nem se compara”, contou o rapper. 

 

Segundo Wall, o álbum traz temas diversos em suas músicas, como amor e autoestima, além de permanecer com as críticas sociais que já são “uma das marcas” de sua carreira. “Após 10 anos como artista, consigo ter outro olhar ou um olhar diferente, um olhar mais maduro sobre as duas questões”, completou. 

 

CENÁRIO DO RAP BAIANO
No meio do rap há mais de uma década, Wall acredita no potencial do gênero produzido no estado, apesar da tendência dos MC’s se mudarem para São Paulo ou região Sudeste para a valorização dos artistas. 

 

“O nosso rap tem muito potencial. Eu acho que o nosso rap é diferente de muitos outros lugares do Brasil. É um rap original, justamente pelos fatos desse berço cultural que é Salvador, que é Bahia, então a gente tem muitas outras referências, tanto que o nosso rap, ele tem algumas peculiaridades”, explicou. 

 

Para Wall, o mercado atrapalha o potencial de artistas de rap no estado. “Eu acabo continuando com a mesma sensação que eu tinha lá em 2016, que é a que eu preciso ir para São Paulo, dar uma circulada lá para que aí quando as pessoas daqui me virem em São Paulo, aí quando eu vou voltar e eu vou ter alguma relevância”, completou. 

 

Além do mercado, as redes sociais e seus algoritmos, Wall cita a falta de público pagante. Ao site, o rapper explicou que todos esses pontos são obstáculos que afetam a autoestima do artista independente. “Nós somos nossos principais financiadores. Então, a gente tem que lidar, lutar contra várias coisas”, revelou.