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Wanda Chase receberia título de cidadã baiana e preparava livro dedicado ao movimento Axé Music

Por Bianca Andrade

Wanda Chase receberia título de cidadã baiana e preparava livro dedicado ao movimento Axé Music
Foto: Divulgação/ IF Baiano

Ícone do jornalismo baiano, mesmo sendo uma figura manauara, aquela que nasce em Manaus, no Amazonas, a importância de Wanda Chase, que teve a morte confirmada na manhã desta quinta-feira (3), aos 74 anos, estava prestes a ser condecorada como cidadã baiana, título proposto na Assembleia Legislativa da Bahia.

 

Na proposta feita pela deputada Fátima Nunes, líder da bancada do PT, em julho de 2024, a política justificou o título a Wanda como um reconhecimento dos mais de 30 anos de experiência da jornalista com enfoque nas manifestações artístico-culturais baianas. 

 

"Nada mais justo que reconhecê-la, também, enquanto cidadã baiana, a fim de pronunciar, em termos oficiais, uma ideia já compartilhada por todos: falar de Wanda é, ao mesmo tempo, tratar da Bahia e das suas manifestações culturais, que ganham novos contornos, tons e significados quando descritas pela voz e pelo texto detalhista, profundo e sempre contundente da jornalista", dizia a justificativa.

 

 

A jornalista, que já tinha sido reconhecida pela Câmara Municipal de Salvador com o título de cidadã soteropolitana, era exaltada pelo espaço dado a cultura do povo negro. "Sua atuação profissional e pessoal, marcada pela ininterrupta luta pelo reconhecimento de direitos, principalmente da população negra, justifica a concessão do merecido título de cidadã baiana a Wanda Chase".

 

Wanda chegou a anunciar que a cerimônia para a entrega do diploma de cidadã baiana precisou ser adiado devido a uma virose do Carnaval. A última postagem da jornalista foi feita no dia 11 de março.

 

"Queridos, tudo bem com vocês? Eu estou acometida com a virose do Carnaval! Mas, fiquem tranquilos! Já estou me cuidando! Infelizmente não tenho condições de receber o título de cidadã baiana pela ALBA, proposta pela bancada do PT, liderada pela querida Deputada Estadual Fátima Nunes. Estando recuperada 100% informo para vocês uma nova data! Se cuidem! Estou me cuidando!", escreveu na época.

 

 

A dedicação de Wanda Chase era tanta que a jornalista, mesmo após a aposentadoria, seguia trabalhando e "daria de presente" ao público um livro sobre a Axé Music, movimento que teve a proposta para a criação do Dia Nacional da Axé Music, aprovado na Câmara dos Deputados em fevereiro deste ano.

 

"Mesmo após sua aposentadoria, Wanda, continuou ativa, escrevendo sua coluna “Opraí Wanda Chase” no Portal IBahia e trabalhando em projetos como um podcast “Bastidores com Wanda Chase” e um livro sobre a axé music", informou a família da jornalista.

 

Nascida no Estado do Amazonas, Wanda Chase é jornalista, apresentadora, militante do movimento negro e referência em temas relativos à cultura da Bahia, onde vive e constrói uma respeitosa trajetória profissional há décadas. 

 

Durante a participação no Jornal da Manhã desta quinta-feira (3), o jornalista Osmar Marrom, que era um grande amigo de Wanda, chegou a pontuar um fato curioso sobre a jornalista, que a manauara era evangélica. Wanda frequentava a Igreja Batista na Garibaldi.

 

Em uma das colunas dela para o iBahia, a jornalista contou como acabou se envolvendo com a folia, já que pela religião, a festa não fazia parte da realidade dela.

 

Segundo Wanda, ao se formar em comunicação pela Universidade Federal do Amazonas e tentar um mestrado em Recife, ela percebeu que o foco dos veículos de comunicação era o Carnaval. A jornalista ainda tentou "fugir" da festa, mas ao tentar a vida como uma profissional da comunicação em Maceió, descobriu que as amigas que tinha feito em um evento estavam com viagem marcada para o Carnaval de Salvador.

 

 

A primeira grande lembrança da jornalista na folia baiana foi com o Bloco de Índios 'Apaxes do Tororó', e Wanda conta que a partir dessa experiência, passou a entender mais da cultura da Bahia.

 

"Quando me dei conta já estava junta e misturada com artistas e o povo em geral. O que me encanta no Carnaval da Bahia são os personagens, as células musicais. Os blocos afro e afoxés são de uma beleza!", escreveu a jornalista.

 

Ao Jornal da Manhã, Tito Chase, sobrinho de Wanda, informou que a jornalista só deve ser enterrada no final de semana, já que parentes dela estão vindo de Manaus para a despedida. Wanda era a mais velha de cinco irmãos. A jornalista era solteira, não teve filhos.

 

"Será no Campo Santo com a roupa que iria usar para receber o título de cidadã baiana", informou o familiar.