Margareth Menezes defende religiões de matriz africana em show: "Está na hora da gente se comportar melhor"
Por Redação
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, entrou em 2025 com um discurso de respeito às religiões de matriz africana. Convidada de Daniela Mercury no 'Pôr do Som', que voltou a ser realizado no Farol da Barra pelo Governo do Estado, a artista discursou antes de cantar e falou sobre a importância da preservação da cultura afro-brasileira.
“É importante a gente buscar na história desse povo afro-brasileiro, dessa cultura, tantas perseguições, desde o tempo da escravidão. Está na hora da gente pensar melhor e se comportar melhor em relação aos direitos dos povos afro-brasileiros. A gente tem que saber como começa essa história. É muito digno que a gente respeite as religiões de matriz africana.”
O debate foi inflamado nas redes sociais após o episódio envolvendo Claudia Leitte em dezembro de 2024 e a mudança na letra da música 'Caranguejo (Cata Caranguejo)', na qual a artista substituiu Iemanjá por 'Yeshua'.
Margareth não citou a artista na fala, porém, na web, a declaração da ministra foi relacionada a Claudia. Daniela Mercury também falou sobre o assunto no palco.
“O axé é a força que emana de tudo que é vivo. Que a gente aprenda a se amar, porque se o candomblé sofre preconceito é porque o preto sempre sofreu preconceito, isso é uma consequência do racismo. Que a gente afirme toda a importância das religiões de matriz africana. Eu não seria quem sou, sem os terreiros de candomblé, sem o povo que mantém sua cultura através da sua religião. Então, eu bato cabeça”, completou.
Claudia Leitte evitou falar sobre o assunto nas entrevistas. Denunciada ao Ministério Público da Bahia por discriminação religiosa, a artista não cantou a música em Salvador e afirmou que o assunto era muito sério para ser discutido superficialmente.
“Esse assunto é muito sério. Daqui, do meu lugar de privilégios, racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de uma forma tão superficial. Eu prezo muito pelo respeito, pela sororidade, pela integridade. A gente não pode negociar esses valores de jeito nenhum, nem colocar isso dessa maneira, jogado no tribunal da internet.”