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Léo Santana celebra crescimento do pagodão, mas faz alerta para composições: "Muita coisa pesada"

Por Bianca Andrade

Léo Santana
Foto: Roberto Filho e Manuela Scarpa / Brazil News

"Sou fã do pagodão, sou pagodeiro. Vou morrer pagodeiro". A paixão pelo ritmo que fez Léo Santana ganhar espaço não só em Salvador, terra do pagodão, mas em todo o Brasil, vai além do que o artista canta nos palcos. 

 

Para Léo, o pagode baiano representa a cultura local e tem potencial de conversar com diversos outros ritmos, fazendo o "pop baiano", expressão utilizada por veículos de fora da Bahia, crescer. No Spotify, por exemplo, o pagodão domina a playlist de Viral Salvador, e mesmo em um recorte regional, a plataforma tem alcance global, o que ajuda ainda mais a potencializar o ritmo.

 

Majoritariamente masculino, o gênero tem representantes nacionais conhecidos pelo público, mas ao se falar de mulheres na voz, as cantoras encontram certa dificuldade para encontrar espaços na mídia que façam com que elas tenham o mesmo reconhecimento que os homens.

 

Foto: Instagram

 

Ao ser questionado pelo Bahia Notícias sobre o espaço para mulheres no pagodão durante a coletiva do 'Léo & Elas', projeto que teve início no Carnaval de Salvador com nomes como A Dama, Rai Ferreira e Nêssa no trio elétrico, o artista pontuou que vem percebendo um crescimento no cenário, tanto no pagodão quanto no samba, mas confessa que ainda existe um bloqueio.

 

Léo, então, fez uma análise do cenário do pagode como um todo e afirmou que atualmente é mais fácil ingressar no mercado fonográfico devido às novas tecnologias. "Acho que o bloqueio tem, mas tá muito menor. Acho que também a era digital nos dá essa possibilidade. Eu sou da era do rádio e da TV, que continua sendo atual, mas era um tempo que você aparecia em um programa de TV por um valor X de cachê e quando você saía da apresentação seu cachê triplicava. E hoje, uma tela de celular se torna muito mais forte e faz com que você viralize muito mais rápido. Antes era muito mais difícil ter esse espaço, ou você pagava o jabá ou você não aparecia".

 

 

Há mais de 15 anos dando voz a canções de pagode, tempo este dividido entre a banda Parangolé e carreira solo, Léo Santana celebra o crescimento do gênero que se difere do que é cantado pelo É O Tchan, por exemplo, em um guia para quem é de fora e coloca todos no mesmo balaio. No entanto, o crescimento também liga um alerta para o artista: a forma como a imagem do pagodão vem sendo pintada devido às letras.

 

"Ainda tá difícil, não só para as mulheres, para os homens também tem certa dificuldade. Tem um monte de moleque periférico que também está tentando esse espaço e não está tendo visibilidade. Mas também requer cuidado no que canta, isso é importante ressaltar. Eu estou ouvindo muito pagodão e muita coisa pesada, coisas pesadas essas que acabam sendo um pouco contraditórias com o que quem tá cantando faz. Às vezes você está cantando algo pejorativo e acaba falando em entrevista algo totalmente diferente, eu sou muito isso. Eu canto, na maioria das vezes, o que eu vivo e as pessoas entendem."

 

Léo, que recentemente gravou uma música com a banda Malafaia Na Voz, que tem como vocalista o baiano Silas Matheus, e tem colaborações com O Poeta, Igor Kannário, La Fúria e A Dama, acredita que é necessário ter mais atenção às canções que estão sendo gravadas, caso a ideia seja ter visibilidade nacional.

 

 

"Eu canto empoderando as mulheres porque eu respeito as mulheres o tempo todo, se eu canto música de sair do chão é porque eu vivo isso em casa também, música de sair do chão, cachaça, de resenha. Tem que ter muito cuidado, é claro que espaço tem para todo mundo, mesmo com as dificuldades. Eu acho que tem que ter essa dificuldade, porque eu dou glória a Deus por ter vivido tudo isso. Se é fácil demais, algo de errado não está certo."

 

O pagodeiro afirma que não faltam músicas de "fuleragem" no repertório, mas sempre com o cuidado para que quem esteja ouvindo não se sinta ofendido. Léo afirma que a busca incansável pelo sucesso pode acabar colocando muito trabalho a perder.

 

"Sou fã do pagodão, sou pagodeiro. Vou morrer pagodeiro, mas eu tenho muito cuidado com o que eu canto, canto fuleragem, mas é uma fuleragem muito mais fácil de se ouvir. Eu entendo também que as pessoas precisam colocar seu alimento em casa e dá um certo desespero que as coisas aconteçam logo, isso aqui viraliza rápido, isso aqui gera engajamento, isso também está nos deixando mais confusos. Mas tenha um pouco de paciência, quando você trabalha algo positivo a tendência é perdurar muito mais."