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Nando Reis lembra dependência de álcool e cocaína e “ajuda” de Gilberto Gil no processo de cura

Por Redação

Nando Reis e Gilberto Gil
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nando Reis descreveu sua luta contra a dependência em álcool e cocaína, agora que volta aos palcos após seis anos sem beber. Em entrevista à revista Piauí, o cantor detalhou como iniciou o consumo de drogas e como se livrou do vício. 

 

“Comecei a beber aos 13 anos de idade e só parei aos 53. Foram décadas de consumo pesado e, com o passar do tempo, associado à cocaína. Estou há quase sete anos sóbrio, mas não deixei de ser alcoólatra: consigo sentir a compulsão dentro de mim”, disse Nando.

 

O cantor ainda lembrou de quando deixou o Titãs, 20 anos após fundar a banda, por causa da bebida.

 

“Hoje percebo o quanto o uso abusivo de álcool e cocaína foi um elemento crucial para o desgaste da minha relação com o grupo. Eu era um cara inseguro e muitas vezes não me sentia à vontade no meio artístico. Tinha dificuldade de lidar com a hostilidade, a competitividade e a inveja no ambiente em que atuo. Esses sentimentos faziam com que eu me visse ameaçado – e o álcool atenuava essa angústia”, lembra.

 

O cantor ainda lembrou de uma situação em uma viagem para Seattle em 2016, quando tentou se matar.

 

“Só que eu estava hospedado num hotel de dois andares, não adiantava pular da janela. Eu não tinha revólver, não havia fogão ali, então pensei: ‘Vou cortar meus pulsos.’ Fui à farmácia, comprei uma pomada de xilocaína e passei, na esperança de não sentir dor. Cheguei a quebrar uma garrafa de vidro para ter um objeto cortante, mas não tive coragem de ir até o fim. Aquela não era a primeira vez que eu tentava me matar. Já tinha feito uma tentativa anterior com remédios e outra no vigésimo terceiro andar de um prédio. Subi no parapeito, olhei para baixo, mas não tive forças para me jogar”.

 

Depois da situação, o cantor ligou para o psiquiatra e pediu pela internação e dias depois começou a frequentar um grupo de Alcoólicos Anônimos.

 

“Credito parte do ‘milagre’ da minha sobriedade ao Gilberto Gil, meu ídolo ao lado do Caetano Veloso. Fui convidado para me apresentar com ele e a Gal Costa num show no dia 7 de outubro de 2016, em Brasília. O evento comemoraria o centenário de nascimento do Ulysses Guimarães, figura que é um símbolo da democracia brasileira. Um pouco antes, eu tinha voltado a beber e teria que participar de um ensaio para essa apresentação. Lembro que fui para lá alcoolizado. Consegui fazer o ensaio razoavelmente bem, mas percebi que não poderia continuar daquele jeito. Se eu me apresentasse bêbado ao lado do Gil, eu simplesmente ia arruinar a minha carreira.Não sei dizer o que aconteceu na minha cabeça, mas desde então parei de beber e não tive nenhuma recaída”. 

 

Nando contou que parou de beber no dia 6 de outubro de 2016, e está ansioso para viver a turnê com os Titãs “limpo”. 

 

“Após quase sete anos limpo, é uma experiência inédita e significativa [...] Há muitas camadas de emoções: reunir a banda com quem comecei a minha carreira, reencontrar o público que cresceu ouvindo as nossas músicas e ver a minha mulher, os meus filhos e netos reunidos na plateia – boa parte deles nem eram nascidos quando saí dos Titãs. Se fosse oito anos atrás, esse encontro não teria sido possível. A sobriedade me permitiu isso”.