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Tertuliana lança 'Sertransneja': 'Representa grande superação enquanto travesti'

Por Alexandre Brochado

Tertuliana lança 'Sertransneja': 'Representa grande superação enquanto travesti'
Fotos: Gustavo Menasce

A multiartista Tertuliana Lustosa, conhecida por ser vocalista da banda A Travestis, lançou nesta sexta-feira (20) seu novo álbum e projeto audiovisual “Sertransneja”. A novidade marca uma nova fase da carreira da artista e conta com o patrocínio do Natura Musical e do Governo do Estado da Bahia. Ao Bahia Notícias, Lustosa destacou que “esse álbum representa uma grande superação enquanto uma travesti nordestina”.

 

“Estou me sentindo super realizada por trazer outra cara para o meu trabalho, que é um projeto muito conceitual, e muitas pessoas também não conhecem esse meu lado de pesquisadora e de uma pessoa que, apesar de cantar ritmos que são dos paredões, busca trazer conceito nos meus projetos. Então, vou me realizar através desse álbum visual por trazer essa identidade tão forte, que fala de vivências trans e travestis do sertão, que também é meu local de origem”, declarou. 

 


(Foto: Mariana Ayumi)

 

Em relação ao conceito musical da obra, Tertuliana explicou que, apesar do nome “Sertransneja”, não se trata de um álbum de sertanejo universitário. O projeto é voltado para os diversos ritmos do Nordeste, como piseiro, baião e arrocha. Durante o seu processo de criação, a artista buscou trazer ritmos predominantes nas regiões da Bahia e Piauí, que segundo ela são lugares que possuem uma identidade de ritmos nordestinos.

 

“Acho que, enquanto artista dessa nova geração, essa diversidade é o que diferencia de, por exemplo, os artistas de antes dos anos 2000 que cantavam MPB, como Cássia Eller, Nando Reis, Cazuza… então a crítica aceitava muito mais fácil esses artistas do que hoje, como nós podemos ver, como acontece comigo, as Irmãs de Pau, Getúlio Abelha, que trabalham com outros ritmos - o forró, funk, pagodão [...]. Eu busco também trabalhar esse outro lado, que condiz com essa realidade subalterna, tanto de periferias regionais como de gênero, porque nossa identidade de gênero não está enquadrada em um padrão. E cantamos também sobre a nossa liberdade de se divertir e sobre nossa liberdade sexual através de outros ritmos, que não precisem necessariamente que a crítica aceite da mesma forma”, apontou a cantora.

 

 

Para Tertuliana, sua carreira possui características da nova geração de artistas, aqueles que não veem nos ritmos regionais algo que façam se enxergarem nesses espaços, e que diante disso buscam um novo universo simbólico para que, através da própria carreira e músicas, consigam se ver nesses ritmos e também representar outras pessoas. 

 

“Espero que muitas pessoas LGBTs também possam, através das músicas do ‘Sertransneja’, se encorajar a viver e também trazer essa temática regional para os seus discursos e para suas militâncias”, concluiu. 

 

 

Confira o álbum visual: