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Kpoppers baianos: Paixão em comum une fãs de música coreana na Bahia

Por Erem Carla

Kpoppers baianos: Paixão em comum une fãs de música coreana na Bahia
Foto: Junot Freire

O fenômeno musical coreano K-Pop mescla influências ocidentais e orientais com coreografias e visuais marcantes, e uma imensa produção industrial. E além de já ter ultrapassado há anos as fronteiras do Leste Asiatico, também conquistou um espaço considerável na Bahia. 

 

Os grupos formados por artistas treinados por grandes empresas para trazer o máximo de excelência possível no canto, dança, atuação e personalidade mobilizam centenas de pessoas no estado. Em entrevista ao Bahia Notícias, Junot Freire, um dos líderes do grupo Kpoppers Baianos (@kpoppersbaianos), conta que a ideia de reunir fãs do gênero por aqui surgiu por causa do Music Bank, que aconteceu no Rio de Janeiro em 2014 e trouxe vários artistas diferentes. 

 

“Algumas pessoas daqui de Salvador se juntaram para irmos juntos em uma espécie de caravana, e na volta pra Salvador vimos que poderíamos fazer mais coisas. Daí começamos a fazer eventos com os amigos mais próximos até que foi evoluindo para o que é hoje”, diz.

 

Junot lembra que o crescimento do grupo aconteceu de forma orgânica com o passar do tempo. “Começamos com 50 pessoas no primeiro evento, e após cada ano vimos um aumento de pessoas que gostam de K-Pop no estado que acabaram se tornando seguidores do nosso trabalho”, conta.

 

Com a maioria de integrantes residentes de Salvador ou região metropolitana, Junot diz que existem pequenos grupos de fãs espalhados pelo estado, principalmente em Feira de Santana e Vitória da Conquista. 

 

Foto: Junot Freire

 

Uma dúvida que permeia quem não está imerso nesse mundo é que as pessoas que gostam de música coreana também gostam de toda cultura que envolve a Ásia.  

 

“Eu diria que há uns 7, 8 anos muitas pessoas que gostavam de K-Pop chegaram no estilo por causa dos animes. Hoje o K-Pop furou uma bolha, então é possível encontrar até pessoas que nem ouçam muito o ritmo, e sim apenas um conjunto pequeno de artistas”, explica Junot.

 

O gênero musical chegou até ele há 10 anos atrás, exatamente puxado pelo universo dos animes e da cultura japonesa. “Em algumas páginas que eu acompanhava voltadas às animações começaram a aparecer vídeos e fotos de artistas asiáticos e, com o passar do tempo, fui descobrindo que eram coreanos e o que era K-Pop”, lembra.

 

Os eventos de encontro dos fãs do ritmo na Bahia acontecem de maneiras diversas, pois vão desde encontros de praça até concurso de cover em teatros. 

 

“Eu costumo ter um calendário de qual o melhor período do ano para cada tipo de evento, considerando demais eventos geek da cidade e as preferências do público. A partir daí nós vamos definindo datas, locais, quais atividades levaremos, quantas pessoas precisamos pra equipe... E mesmo tendo os eventos 'clássicos' que fazemos todo ano, sempre tentamos inovar trazendo alguma novidade que vai despertar a atenção do público”, conta Junot. 

 

A exemplo dos eventos clássicos, está o ‘K-Pop Colorful Day’, que é um encontro de praça com uma atividade de pós coloridos similar aos festivais ‘Holi’ que acontecem ao redor do mundo; e o 'Kpop Meeting Bahia', que é um festival com diversas atividades ocorrendo simultaneamente, sempre relacionados ao ritmo ou outros aspectos culturais coreanos.

 

“Acredito que a qualidade do nosso trabalho também fala por si só, as pessoas querem ir pros eventos porque sabem que vão se divertir em um ambiente saudável para todas as idades”, diz.

 

Foto: Junot Freire

 

O organizador do grupo conta que o NCT, grupo de K-Pop com 23 integrantes, é o preferido entre as pessoas da equipe. A ideia é que eles podem ser organizados e reorganizados em subgrupos de modo a ter diferentes combinações de estilos e vocais. 

 

De acordo com ele, não existe rivalidade entre fãs de diferentes conjuntos, mas um comportamento de exclusividade para um só grupo. 

 

“Isso veio se intensificando mais com o crescimento de grupos como BTS e Blackpink, pois surgiram muitas pessoas que acompanham apenas eles e não param para conhecer mais nada.”

 

          

Blackpink | Foto: Reprodução/Instagram

 

A rivalidade entre baianos pode não ser grande, mas entre brasileiro já foi: Junot lembra que fãs baianos já sofreram preconceito de outros estados em relação ao gosto musical. 

 

“Teve uma época que recebíamos ofensas preconceituosas de pessoas de outros estados por sermos baianos e por gostar de cultura asiática. Mas hoje é extremamente raro, já que a força do K-Pop é reconhecida mundialmente”, conta.

 

Apesar de extremamente engajados nas redes sociais e responsáveis por mobilizar diversos mutirões, desde reality shows a eventos políticos, os fãs de K-Pop da Bahia ainda sofrem com a falta de variedade de eventos no estado. 

 

“Para as produtoras muitas vezes acaba sendo mais vantajoso levar os shows apenas para o eixo Rio-São Paulo, pois é certeza de que as pessoas de outros estados irão viajar para estes locais para ver um show. E existe pouco esforço para trazer artistas para cá, por receio de dar pouco público”, acredita Janot. “Outro problema é o tamanho dos espaços que temos na cidade. Temos espaços gigantescos, mas vários shows de K-Pop no Brasil acabam sendo planejados para um público de médio porte. Isso faz com que se encontrem espaços pequenos demais ou grandes demais, o que impossibilita a criação de muitos festivais”, finaliza.

 

Neste ano, o cantor coreano Spax fará uma passagem pelo Brasil com a turnê Spax Space Tour e Salvador está entre as cidades que receberão o show do artista. A turnê acontecerá entre junho e julho, começando em São Paulo e passando pelo Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Belém, Salvador e Fortaleza.