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Dia Nacional do Samba: relembre a história do gênero que nasceu na Bahia e ganhou o país

Por Bianca Andrade

Dia Nacional do Samba: relembre a história do gênero que nasceu na Bahia e ganhou o país
Foto: Reprodução / Instagram

O som do pandeiro, da cuíca, do cavaco e do tamborim dão o tom desta quinta-feira, 2 de dezembro, data que celebra uma das maiores marcas do Brasil na música mundial, o Dia Nacional do Samba.

 

O gênero tem uma data no calendário sazonal desde 1963, quando o vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, propôs a criação de um dia para que o samba, reconhecido como patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco, fosse celebrado no país inteiro.

 

A data, 2 de dezembro, foi escolhida como uma forma de homenagear o sambista mineiro Ary Barroso, que tinha como uma de suas paixões, além da música, a Bahia, cenário de um dos seus grandes sucessos,  a música 'Na Baixa do Sapateiro', na qual ele cantava Salvador, sem nunca ter pisado na cidade.

 

O samba surge na Bahia no século 19, com uma mistura de elementos da cultura africana com os costumes locais. O ritmo ganhou outros braços ao redor do país, com mais de 4 subgêneros, como Samba de Roda, Partido Alto, Pagode, Samba de Gafieira, Samba Rock, Samba Enredo.

 

O gênero só ganha força para dominar o país nos anos 40, na era Vargas. Na época, com o desenvolvimento da indústria fonográfica, o samba se tornou uma das muletas para que o presidente Getúlio Vargas reforçasse a ideia do nacionalismo, e com isso, as recém-criadas escolas de samba cantavam em alto e bom som o Brasil ideal criado por Vargas para assim ajudar na criação de uma identidade que fugisse do federalismo.

 

Fundamental na disseminação do samba, Hilária Batista de Almeida, conhecida como Tia Ciata, aparece nos autos como a artista responsável por propagar a ideia do samba de roda no Rio de Janeiro. Baiana, nascida em 1854 em Santo Amaro da Purificação, Tia Ciata se mudou para a "cidade maravilhosa" aos 22 anos e é considerada como uma das maiores incentivadoras do movimento. Confira um documentário especial sobre Ciata.

 

 

 

A Bahia tem entre as suas figuras marcantes para o ritmo o cantor Riachão, que em novembro completaria 100 anos. Falecido em março de 2020, o artista é um dos maiores representates do gênero no país, tendo o sucesso “Cada macaco no seu galho”n como a sua música mais tocada na última década.

 

De acordo com o levantamento do Ecad, o artista, que tem 108 músicas autorais e 88 gravações com sua participação cadastradas no banco de dados do escritório, Gilberto Gil foi o intérprete que mais gravou as músicas do sambista até hoje. Assista a um documentário sobre a história do artista: 

 

 

 

Desde o seu surgimento, o ritmo carrega consigo marcos importantes. Na última semana, segundo o Ecad, a canção 'Pelo telefone', que é considerada como o primeiro samba a ser gravado, completou 105 anos de registro. É uma canção de Donga e Mauro de Almeida e já teve versões de Martinho da Vila e Maria Eugênia.

 

No cenário atual, o samba perde seu protagonismo nas plataformas de streaming, sendo engolido pelo funk e sertanejo. Na lista divulgada pela plataforma Spotify, por exemplo, não há uma música de samba e dos seus subgêneros entre as 50 canções mais ouvidas do ano pelos brasileiros em 2021. No entanto, quando se fala dos artistas mais ouvidos, Dilsinho, Menos é Mais e Thiaguinho aparecem na lista representando o ritmo.

 

A ausência nas listas, não faz com que a música perca o seu brilho e sua importância para a história da cultura brasileira e da música mundial. O Dia do Samba na capital baiana será celebrado sem a pompa dos anos anteriores. 

 

Pelo segundo ano consecutivo, a data, que costuma ser comemorada com a tradicional Caminhada do Samba, não será realizada devido à pandemia da Covid-19. Mas o evento físico não irá impedir o coração de quem é apaixonado pelo ritmo de vibrar ao som dos acordes mais tocados no país quando se escreve a palavra "samba" em qualquer buscador.

 

O Bahia Notícias deixa para vocês uma playlist para não deixar o dia passar em branco, e como já dizia o poeta Luiz Carlos Da Vila, parafraseando Arlindo Cruz, não importa o que aconteça, o show tem que continuar: