Ao ser criticada por defender 'racismo reverso', Ana Maria pede desculpas: 'Não sabia mesmo'
Por Júnior Moreira Bordalo
Um dia após ser criticada nas redes sociais por dar a entender a existência do termo "racismo reverso", a apresentadora Ana Maria Braga abriu a edição do Mais Você, desta terça-feira (2), pedindo desculpas para as pessoas que se sentiram ofendidas. A veterana disse que viu diversas críticas de estudiosos e pensadores da atualidade, o que a fez "ir atrás de informação". Na fala, indicou ter entendido que racismo é um sistema de opressão, que vai além da cor da pele e, por isso, a população preta não poderia ser acusada de "racismo reverso", pois não estão em situação de poder no Brasil.
"Eu aprendi. A gente tem visto no BBB uma dificuldade nas conversas. É um reflexo que a sociedade ainda tem de lidar com essas questões. Já descobri uma coisa que não farei mais. Não faz sentido usar essa expressão. Peço desculpas e aproveito o que aconteceu para divulgar a informação e falar mais. Nunca fui racista e acho que as pessoas têm que ser o que é, seja qual for sua decisão. A gente tem que ter o maior respeito. Volto a pedir desculpas, eu não sabia mesmo. Errei", repetiu.
Na segunda-feira (1º), Ana decidiu criticar a fala de Lumena no BBB 21. A sister se referiu a branquitude de Carla Diaz, que também está no reality. A veterana exibiu o trecho da baiana e perguntou se ela, que é branca, tinha culpa da branquitude — termo que fala da naturalização do branco como padrão, que passa a tratar os outros como "não-brancos" e que tira privilégios por isso. "Não entendi esse negócio de branquitude. A gente tem culpa disso? Está acontecendo aí um reverso. Você tem que votar em alguém, não importa a cor. É um jogo, é feio isso", indicou.
O repórter Ivo Madoglio endossou o discurso dizendo que não pode ter uma "rivalidade entre brancos e negros". "Tem coisa melhor que a mistura, que dá o mulato, que dá o jambo maravilhoso, que é a maioria do brasileiro. Fazer um preconceito reverso nessa é uma bobagem, é uma pena perder esse tempo", seguiu a apresentadora. Vale destacar que o termo "mulato" também tem conotação racista, pois refere-se ao animal "mula", que nasce que nasce da junção de duas espécies e é visto "como menor". No processo de escravização, esse resultado muitas vezes foi resultado de abusos sexuais de "proprietários" das pessoas escravizadas com as mulheres negras. O IBGE usa os termos "pretos" e "pardos" para se referir à população que compõe a comunidade negra no Brasil.