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'Toca o Som': Brasiliense cria reality para destacar novos nomes do Axé

Por Ian Meneses

'Toca o Som': Brasiliense cria reality para destacar novos nomes do Axé
Foto: Augusto Rabelo / Acervo Pessoal

Com a ideia de dar espaço aos futuros protagonistas da Axé Music e destacar a “importância da renovação musical no cenário do Carnaval”, o criador de conteúdo Augusto Rabelo montou o reality “Toca o Som”. Há quatro anos no comando da página “Somos Carnaval”, no Instagram (clique aqui) e YouTube (clique aqui), o brasiliense identificou que o mundo virtual, neste momento, era o local ideal para promover novos talentos da música da folia de Momo.

 


Há 4 anos Augusto Rabelo comanda a página "Somos Carnaval", no Instagram. O perfil tem quase 75 mil seguidores e é a maior plataforma de conteúdo sobre a folia | Foto: Augusto Rabelo / Acervo Pessoal

 

Inquieto quanto a ausência de espaço para que artistas mostrassem seus trabalhos em festivais, micaretas e carnavais, Rabelo amadureceu a ideia e formatou o projeto do reality entre abril e maio deste ano. Cinco meses depois e com o apoio da comunidade do “Somos Carnaval”, o criador de conteúdo alcançou um cenário financeiramente favorável para poder dar prosseguimento ao projeto. 

 

“Fiquei 2 meses planejando, efetuando consultas jurídicas para escrever o regulamento e pensando em cada detalhe. Mas com toda a problemática da pandemia, decidi esperar um pouco e procurar mais apoios. Foi aí que vieram a Deezer (plataforma de música) e o Mamute Energy Drink para também apoiar o projeto. Após alguns ajustes, definimos como outubro e novembro os meses de realização. A correria foi grande e com uma equipe muito enxuta”, destacou. 

 

Passado o período de inscrições, entre 20 e 30 de setembro, Augusto não esperava que, mesmo na edição de estreia, o reality ultrapassasse suas expectativas logo de início, chegando a contemplar artistas oriundos de 10 estados, todos com músicas autorais e inéditas. “Isso foi uma surpresa enorme pra todos nós. Por ser a primeira edição e a gente não ter divulgado em grandes mídias, esperávamos algo em torno de 20 a 25 bandas. E tivemos 66 inscrições. De vários cantos do Brasil”, comemorou. 

 

Essa adesão surpreendente foi, para ele, a confirmação de uma tese que ele já vinha debatendo em suas rede sociais: “Os talentos do Axé e do Carnaval estão por aí, só que precisam de espaço e encorajamento para colocarem seu trabalho na praça. Há, de certa forma, um receio de bandas novas de axé em mostrar seu trabalho autoral. É natural quando se compara com a obra maravilhosa de grandes nomes”. 

 

Analisando os desafios para essa renovação acontecer, Rabelo lembrou do documentário “Axé Canto do Povo de Um Lugar”, de Chico Kertész, que tratava o tema como “um movimento, mais do que somente um gênero musical”. Seguindo o entendimento de que o ritmo baiano é “algo vivo, dinâmico e rico”, Augusto entende que “alguns desses elementos de inovação, de mistura, de ousadia se perderam com o tempo”.

 

É pensando nessa situação que o criador de conteúdo pretende, com o reality, resgatar estes elementos aliando a renovação com a inovação e, ao mesmo tempo, respeitando a origem e as raízes do Axé. Nesse processo, o “Toca o Som” dará continuidade ao “fazer os outros felizes por meio da música”, sem ações de ruptura, mas fortalecendo o legado do movimento e, com isso, “dando para os novos a oportunidade de aparecer, de se conectar com novos públicos na internet e de, eles mesmos, as bandas, se conhecerem entre si”.

 

A cada semana, o reality irá promover em suas redes sociais batalhas com votações populares no site oficial do “Toca o Som” (clique aqui). Ao longo do projeto, um júri técnico vai emitir seus pareceres sobre as músicas, dando dicas e feedbacks para os artistas. Entre os profissionais que integram esse corpo de jurados estão o músico Bimba Harmonia, do Harmonia do Samba, o diretor artístico Gil Alves, o produtor musical Paulinho Rocha, além do cantor Tuca Fernandes, que é o primeiro embaixador da iniciativa e jurado-master.

 

 
Foto: Reprodução / Instagram @tocaosomnacao

 

“Nosso reality é positivo e construtivo, não usaremos termos negativos, não teremos paredão ou formas de expor negativamente. Tudo é construído na premissa de fortalecer a união e a renovação. Muitos participantes têm me falado que já estão aprendendo muito com todo esse processo. Coloquei todos os participantes em um grupo e diariamente falo com eles sobre o reality, dou dicas para se comunicarem com o público e tento fortalecer esse mentalidade de união”, explicou Rabelo. 

 

Para o brasiliense, falar que o Axé vive em crise é um “reducionismo perigoso” por acreditar que o movimento segue vivo em micaretas e carnavais. Além da renovação necessária dos nomes, ele analisa que é preciso, também, provocar uma renovação do público, atraindo gerações mais novas. Sem implementar essas mudanças, o alcance e a força do Axé seguirão diminuindo, gerando consequências mais importantes num futuro próximo.

 

“Em alguma medida isso também é cíclico, mas não há garantias de um novo ciclo positivo se não fizermos uma leitura crítica do momento. Então, não chega a ser uma crise. Mas, se você olhar num prazo de 5 a 10 anos, dá pra enxergar claramente isso: precisamos renovar público, nomes e músicas”, completou. 

 

Para conferir o reality “Toca o Som”, Augusto Rabelo dá como dica inicial assistir no canal oficial no YouTube as 61 músicas habilitadas para a disputa da primeira fase (clique aqui). Os vídeos principais também serão publicados na plataforma de vídeos e, para o dia a dia, novidades serão apresentadas no Instagrams @somoscarnaval e também no @tocaosomnacao