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Artistas usam redes sociais para repudiar morte do garoto João Pedro no RJ

Por Priscila Melo / Ian Meneses

Artistas usam redes sociais para repudiar morte do garoto João Pedro no RJ
Foto: Reprodução / Instagram

Artistas, cantores, escritores e apresentadores utilizaram as redes sociais, nesta terça-feira (19), para repudiar o falecimento do adolescente João Pedro, de 14 anos. O jovem foi morto durante uma operação policial, na segunda-feira (18), no Complexo do Salgueiro, na cidade de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro (relembre aqui). 

 

Em seu perfil no Instagram, a atriz Sheron Menezzes divulgou um vídeo em que ela aparece emocionada, em silêncio, com a canção de fundo “Tributo a Martin Luther King”, de Wilson Simonal. A composição exalta a luta do americano que atuou pela igualdade entre pretos e brancos e foi morto em 1968 após levar um tiro. 

 

Lázaro Ramos fez um desabafo em suas redes sociais e destacou seu sentimento diante do fato: “Tristeza, revolta e mais uma vez o grito por justiça de quem já está chorando seus mortos há muito tempo. A primeira coisa que nos tiram é a humanidade. Para nós acreditarmos que não tem outro caminho. Não podemos acreditar nisso. Tem caminho e precisamos nos importar sim. Sempre”.

 

A apresentadora Astrid Fontenelle também lamentou a morte do adolescente e questionou os fatos que se sucederam em relação a atuação da polícia. "João Pedro estava em casa, tempos de pandemia, temos que ficar todos em casa. Ele estava. Até tomar um tiro na barriga vindo de uma bala perdida. Perdida?! Daí a polícia levou-o de helicóptero. Sumiu. Apareceu depois da já tradicional, muito embora eu ache mínima, grita das redes sociais. E se fosse o meu filho? E se fosse o seu menino? Até quando? Essa é outra doença. Morreu do Brasil das diferenças”, escreveu. 

 

Filósofa e escritora, Djamila Ribeiro reforçou o fato de João ter ficado em casa no momento do ocorrido e que os familiares só descobriram onde ele estava depois das campanhas feitas na internet. A acadêmica também destacou como a população da comunidade é silenciada pela mídia e relembrou de outras mortes parecidas com a do adolescente. 

 

“Historicamente ninguém dessas comunidades é ouvido em matérias como essa e, dessa vez, o formato se repetiu. Mais um discurso de supremacia branca produzido com sucesso na televisão, um discurso que produz mortes. João Pedro Mattos foi uma delas, juntando-se a Amarildo, Claudia, Ágatha e outras milhões de pessoas”, declarou. 

 

Ela fez duras críticas do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, relembrando de elementos defendidos pelo político no período de campanha. “Vale dizer, o governador do Rio de Janeiro foi eleito sob a promessa de uma política genocida, mais ainda da que já era praticada. Disse que sob seu comando a polícia ia mirar e ‘atirar na cabecinha’. Enojante, tudo muito revoltante. Existe uma guerra contra a população negra desse país. João Pedro, presente!”, completou. 

 

A cantora Iza compartilhou uma ilustração que mostra João chegando no céu. Na legenda ela lamentou o acontecimento: “Acordei com essa notícia horrível. Que tristeza. Que dor. Até quando isso, meu Deus?”. Já Taís Araújo, no Twitter, escreveu que “o Estado Brasileiro mata. Diariamente. Aos montes. Até tudo virar ‘apenas’ número” e que “gente não tem número”, mas tem “nome”, “vida” e “história”. “Hoje foi o João Pedro. João Pedro não é um número”, finalizou.