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Influenciado pelo 'Pânico', Dinho Júnior defende limite para fazer humor em rádio e TV

Por Júnior Moreira Bordalo

Influenciado pelo 'Pânico', Dinho Júnior defende limite para fazer humor em rádio e TV
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias

“Eu só queria dizer uma coisa: ‘É muito difícil ser entrevistado’”. Dessa forma que o comunicador Dinho Júnior encerra o bate-papo descontraído com o Bahia Notícias. Nascido em Cajazeiras, o homem de 25 anos é radialista há 10 anos, com passagem pela Bahia FM, Sociedade da Bahia, CBN, e Piatã FM, em que é atualmente diretor artístico e locutor; está repórter da TV Aratu, no programa “Que Venha o Povo” (QVP), desde meado de 2016; e vem se destacando nas redes sociais pela sua forma de fazer humor. Na infância, sonhava em ser jogador de futebol, a ponto de passar pela escolinha de base de Bahia e Vitória.

 

“Quando tinha 15 anos, larguei o futebol, porque meus pais se separaram e decidi trabalhar. Foi quando entrei no concurso jovem aprendiz. Precisava trabalhar para ajudar em casa. Meu padrinho trabalhava na Rede Bahia e me colocou para fazer este concurso. Eram 11 vagas para 45 concorrentes. Naquela época, tinha um grupo de rap dos amigos lá do colégio e eu editava as músicas. Tinha muito interesse. Queria ser o Rick Bonadio [produtor musical] da vida”, inicia.

 

O apelido “Dinho” veio por conta da admiração a um famoso cantor baiano. “Na 1ª série, dancei ‘Mandei meu Cavaco Chorar’ do Harmonia do Samba... era louco por Xanddy, sabe? Minha mãe fazia aquelas calças dele para mim. Todo mundo começou a me chamar de Xanddynho e depois virou o ‘Dinho’”, relembra. Na verdade, sua “veia” desinibida também contou para enveredar para o rádio. “Percebi que a figura do locutor era a parte artística da rádio, então isso despertou meu interesse. Sempre tive [vocação] para o lado artístico, como dançar e cantar. Quando conheci a locução, vi que era o que queria ser para a vida. No final do meu contrato [de jovem aprendiz], pedi para fazer locução. Maurício Habib [Bahia FM] pediu para fazer uma locução testando para ver como seria. O pessoal gostou e comecei a acompanhar as pessoas fazendo entrega na rua. Como era aprendiz da rádio, todos me tratavam como a cria da casa. Isso foi muito bom”, lembra.

Após se estabelecer na rádio popular, sentiu a necessidade de ir para a TV. Já tinha entendido o jogo ao fazer parte do “Bahia Motor” na TVE, porém foi na Aratu que se descobriu. Para isso, recorreu aos amigos. “Um dia Darino [Sena] e Lise [Oliveira] me ligaram dizendo que tinha surgido uma oportunidade. Cobri umas férias por três semanas e a galera gostou do trabalho e fiquei. Fui direto para o QVP, em agosto de 2016. Tomei um susto, já conhecia Casemiro [Neto]. Com 15 dias, pude mostrar um formato de trabalho que, até então, era muito novo na TV. Surgiu algo de forma natural e hoje faz parte do que a emissora procura”, comemora.

 

Influenciado por humorísticos como o “Pânico”, ele se diz satisfeito com o trabalho que vem realizando porque “eu realmente posso ser eu”, mas admite ter limites. “Bom senso é a palavra. Assim como faço de tudo, tem dias que não tem como, pois cubro uma morte, por exemplo. É outra coisa. Sou da brincadeira, a seriedade foi algo que descobri por conta do meu trabalho. Não tem como você não sentir vivendo tal realidade. Quando o assunto é delicado, fico mais humano”, reitera. Para Dinho, vários temas não são passíveis de brincadeiras. “Quanto tem a ver com dor das pessoas, como o quadro de pedidos e apelos lá no HGE, uso mais o bom-senso do que o limite. Temos que ter muito cuidado com isso, a gente precisa saber entrar e sair de todos os lugares. E olhe que entramos em lugares que até Deus duvida”.

 

COMPETITIVIDADE E MEDO

Não é de agora que muitos falam que a parte mais difícil de trabalhar na TV é o desafio de lidar com a competividade no mercado, muitas vezes até de forma desonesta. Porém, Dinho garante que é possível fazer amizades. “Estou há pouco tempo em uma emissora grande. Acredito que há uma competição interiorizada em cada um. Sou muito tranquilo, mas se sair da TV amanhã, estou satisfeito. Sinto que ver rostos novos, competentes, às vezes, cria um desconforto natural, porém acredito que existem pessoas que enxergam aquilo de maneira positiva”, alivia.

Contudo, sente falta de renovação, de ver o mercado mais aberto para receber novas pessoas. “Máximo respeito a todos. Acredito que temos nomes incríveis, respeitados fora da nossa cidade, mas sinto falta disso. Respondo com todo o prazer para ajudar quem pergunta ‘Como faz para trabalhar em rádio?’. A falta de renovação traz a interrogação do que vai ser a comunicação daqui a alguns anos. Estou repórter, apresentador de TV, estou coordenador artístico da Piatã, mas sou locutor. Essa é a minha função. Dói muito não ver a molecada aparecendo”, lamenta.

 

Para os próximos anos, espera já ter uma atração para chamar de sua. “Um programa local, diário. Acho que entretenimento é minha cara, é o que amo fazer. Só tenho a dizer: ‘sinto muito, concorrência, mas estou com toda a vontade’”, brinca. Quando questionado se não pretende sair para o nacional, pontua: “Acho que é o sonho de todo comunicador ser conhecido no Brasil inteiro”. Apesar de toda a coragem para lidar com a profissão, seu maior medo ainda é ligado a algo íntimo e particular: “Decepcionar minha mãe. Meu psicólogo diz que preciso perder essa sensação de dívida com ela, mas não consigo. Amadureci muito cedo por conta das demandas da vida”.