Desfile das Escolas de Samba do Rio é marcada por protestos políticos

O primeiro dia do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro foi marcado por protestos políticos e uma forte chuva que atrasou os desfiles. No total, desfilaram sete escolas da Série A. A Unidos da Ponte apresentou o enredo “Oferendas”, a Alegria da Zona Sul abordou a umbanda. Durante o desflie da Acadêmicos da Rocinha, foram distribuídas bananas. A escola criticou o preconceito e exibiu fotos de crianças mortas e desaparecidas da comunidade na fantasia de suas baianas. A escola ainda levou faixas em que se lia “somos resistência”. A Acadêmicos de Santa Cruz homenageou à atriz Ruth de Souza.

O tema da Unidos de Padre Miguel foi Dias Gomes e apresentou ao público figuras como eleitor pamonha, o defuntíssimo prefeito e um Odorico Paraguaçu metade político, metade diabo. Doze mil garrafas pets foram utilizadas no abre-alas da Inocentes de Belford Roxo, que também reaproveitou caixotes de feira e pratinhos de isopor em um desfile marcado pelo desânimo.

A Acadêmicos do Sossego fechou a noite com um enredo sobre a intolerância religiosa. A expectativa do público era uma escultura do diabo inspirada no prefeito Marcelo Crivella, a Sossego decidiu retirar a imagem para evitar um processo judicial. Mas apresentou um Buda parecido com o ex-prefeito Eduardo Paes. A escola também inovou ao apresentar um casal de mestre-sala e porta-bandeira formado por dois homens. Uma faixa logo na abertura da escola de Niterói pedia respeito com o carnaval: "Respeitamos a religião do prefeito Marcelo Crivella e queremos respeito com o carnaval. O Rio pede paz", dizia a inscrição.