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Público gosta de ‘artista que não se vende nem vai atrás de moda’, diz Suel, do ImaginaSamba

Por Júnior Moreira / Ian Meneses

Público gosta de ‘artista que não se vende nem vai atrás de moda’, diz Suel, do ImaginaSamba
Foto: Priscila Melo / Bahia Notícias

O grupo ImaginaSamba tem cerca de 900 milhões de visualizações no Youtube e meio milhão de seguidores no Instagram. Para o vocalista da banda de pagode carioca, Suel, o sucesso do grupo reflete um trabalho que mostra "verdade". Maxsuel Alves, mais conhecido pelo seu apelido, contou ao Bahia Notícias que é preciso respeitar as raízes para conquistar o mercado, mesmo frente ao boom de outros segmentos, como o sertanejo: “A maior verdade do artista é a transparência. Artista que não se vende, que não vai atrás de moda. Tanto que a gente está hoje despontando no mercado do pagode. O Ferrugem, que não tem influência no sertanejo, por exemplo, mostra que o samba ainda está lá na cabeça, sim. É o ritmo do brasileiro e todo mundo ama. A nossa estratégia é não desviar do pagode romântico. É mostrar a verdade”, avalia.

 

Apesar do ImaginaSamba gravar CDs e ter dois DVDs, Suel entende que a banda precisa se readaptar às novidades e investir também nas plataformas digitais. Mesmo assim, o grupo prefere apostar em projetos com prazos mais longos. “A gente ainda lança álbum, ao contrário do que muitos artistas andam fazendo, que lançam single a cada 3 ou 4 meses. Gostamos de fazer turnê, trazer muitas novidades”, disse. Sobre a crise que o país sofre nos últimos anos, o vocalista conta que a internet é um ótimo local para a divulgação dos trabalhos. Porém, em relação aos shows, o momento econômico do Brasil de certa forma afetou, sem surpresas para banda, o número de espectadores nos eventos da época: “As casas começaram a ficar um pouco menos cheias. A galera começou a sair menos, por conta das dificuldades, mas não foi algo que chocou tanto, pois estamos ligados ao que está acontecendo no país”.

 

Mesmo com as dificuldades, o grupo tem muito o que comemorar. O ImaginaSamba concorre como melhor grupo no Prêmio Multishow de Música 2018 e a notícia de que eles estavam participando da categoria foi bastante festejada. “Parecia que o Brasil tinha ganhado a Copa. Só da gente ter conseguido entrar no Prêmio. Óbvio que, se ganhar, vai ser a realização de um sonho, pois não é um prêmio de pagode. É do Brasil todo. Tanto que a gente está concorrendo com o Rouge, que não é do pagode. Então, estar ali é uma vitória. Vai ser difícil, mas espero que a gente possa contar com nossos fãs. Outra novidade que ele adianta é a participação da atriz Carla Diaz no clipe da música “Só Você Não Vê”, que será lançado na primeira semana de agosto.

 

Natural do Rio de Janeiro, cidade famosa pelo funk, Suel concorda que a vertente do segmento considerada mais “pesada” é o reflexo do que se vive nas comunidades, assim como ocorre com o pagode baiano em Salvador. “O povo quer ouvir o cotidiano deles, até a forma de falar está menos engravatada pra ter mais identificação. Isso eu acho bacana. Porém, cada um tem livre arbítrio para falar o que é mais conveniente. Tem gente que fala de amor, outros falam de sexo e não deixa de estar refletindo uma situação que acontece”. Influenciado por bandas como Soweto e ExaltaSamba, o grupo traz essas referências até hoje. A vontade de realizar parcerias nunca acaba e Suel conta que já conseguiu fazer trabalhos com um artista que sempre considerou o seu cantor preferido. “Já realizei o sonho pessoal, que foi gravar com Alexandre Pires, que é o meu maior ídolo na música. Tenho vontade de gravar com tanta gente. Péricles, Belo, Anitta, Ivete Sangalo”, completou.  

 

O ImaginaSamba se apresenta em Salvador no dia 4 de agosto. E, para o cantor, as expectativas são as melhores. “É maravilhoso [tocar na capital baiana]. Salvador, Bahia, sempre recebem a gente com muito carinho. Aqui não tem show ruim. A galera chega junto. O povo gosta do pagode carioca e a gente gosta da mistura do sotaque baiano no nosso show. Gostaríamos até de estar mais vezes aqui fazendo shows”. A aceitação, segundo o artista, é importante principalmente porque o pagode que a banda toca é diferente do pagode que os baianos estão acostumados. “É um desafio implantar sua musicalidade aqui e as pessoas abraçarem. Quando acontece, a galera não solta mais. Quando eles gostam, gostam mesmo. Estou sentindo”. O vocalista também comentou sobre as amizades que possui na capital baiana e as parcerias que já foram feitas com cantores que fazem sucesso por aqui: “Léo Santana é um grande amigo, já fizemos músicas juntos. O Felipe [Pezzoni] da Banda Eva também é um grande parceiro, a Ju Moraes, adoro ela. Xanddy [Harmonia] é um querido com a gente também. [Filipe] Escandurras é alguém que sou muito fã como cantor e compositor. Acho a voz de Tierry incrível, Márcio Victor também, pois representa o povo. Saulo é a paz em pessoa. A Bahia é um currículo musicalmente”, elogiou.