Preta Gil relata ataques racistas nas redes sociais: ‘Crianças com ódio no coração’

"Me chamo Preta Maria Gadelha Gil Moreira de Godoy, tenho 42 anos, sou casada, mãe de um homem de 21 anos e avó de uma boneca de 8 meses, sou filha da mistura. Nasci em um país miscigenado, tenho em mim o sangue indígena dos meus tataravós, sangue negro do meu pai, sangue branco da minha mãe e um coração repleto de amor e orgulho pelas minhas origens. Desde muito nova convivi com o preconceito de quem não aceitava ver filho de negro em uma escola particular, de quem não consegue aceitar que uma pessoa pode se chamar Preta. Além do nome, sempre convivi com o fato de ser diferente aos olhos da maioria; de ser a filha do cantor, de não ter corpo de modelo de passarela, de meu cabelo ser liso, (sim acreditem tem gente que acha que eu aliso meu cabelo e com isso dizem que não aceito minha negritude), de mostrar meu corpo no meu cd, de casar com alguém mais novo e por aí vai….
Ontem fui atacada com diversas mensagens de ódio em minha página no Facebook; uns atacaram minha cor, meu trabalho, meu corpo, outros tentando fazer piadas de péssimo gosto apenas para tentar me denegrir ou magoar, eles assinaram todos os posts com uma # agiram em bando, são organizados e cruéis. SAIBAM esse tipo de ataque só me fortalece, eu conheço o meu VALOR !!!
São "pessoas" que usam imagens de cachorro, mordaças, mascaras, personagens em quadrinhos, vilões, monstros de filme, crianças, fotos nitidamente forjadas para que o dono do perfil não seja reconhecido. São covardes, são pessoas vis, não sei quem são. Será que eu deveria não dar atenção ou querer me preocupar com isso? NÃO! Vou me defender em meu nome e de quem mais se sentiu ultrajado com essa verdadeira doença social. Essa epidemia de desamor e ódio que se alastra e atinge a todos. Estou cansada dessa impunidade, dessa onda de ódio, de gente que escreve o que quer para atacar a quem está quieto. Quero justiça!
Não posso deixar de acreditar na vida, no valor do ser humano, na paz e em nossa raça humana que é uma só. Ilude-se quem acha que existem diferentes raças. Somos todos um só, queiram ou não queiram. Todos morreremos igual, não adianta nada atacar a opção sexual, o partido, o credo ou o time de futebol. No final da vida, ninguém é diferente de ninguém e ao invés de nos atacarmos, nos matarmos, deveríamos nos unir para não aniquilarmos a dádiva que é viver. Quero Paz e justiça, pra mim e para todo mundo".
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