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‘Minhas letras são inspiradas em Arthur Schopenhauer’, diz Robyssão sobre pagofunk

Por Aymée Francine

‘Minhas letras são inspiradas em Arthur Schopenhauer’, diz Robyssão sobre pagofunk
Foto: Alexandre Galvão / Bahia Notícias
Um carioca, que sempre sonhou em cantar funk, vem morar em Salvador e se apaixona pelo pagode. Foi assim que Robson Costa, o Robyssão, criou o ‘pagofunk’ e virou sucesso por toda a cidade com sua banda recém-formada, o Black Style, em 2006. Hoje, nove anos depois, o cantor lidera o grupo ‘Bailão do Robyssão’ e seu ritmo domina as rádios de pagode e as festas do gênero.
 
Em conversa com o Bahia Notícias, Robson contou que, apesar da inovação, sempre foi confiante de que seu trabalho daria certo e que o sucesso chegaria. “Quando pensei em tudo, voltei pro Rio pra pesquisar, me atualizar das batidas e ter ideias que realmente pudessem me fazer criar o pagofunk. Sempre soube que faria sucesso com o pagofunk, porque o que me faltava era uma identidade – os artistas sempre se inspiram em outros artistas e terminam fazendo praticamente o mesmo som, o mesmo ritmo. Tinha certeza que se acertasse nisso, criasse algo que fosse legitimamente meu, iria fazer sucesso”, contou ele.
 

 
Com versos como ‘Joga as notas de 100, que elas vêm’, ou ‘Mãos para o alto novinha, que tu tá presa, mas tem o direito de sentar, quicar e rebolar’, Robyssão enche as casas de show que se apresenta, independente do público alvo, valor dos ingressos ou bairro em que estejam localizadas. Ao ser perguntado sobre o conteúdo de suas composições, o carioca diz que entende sua banda e suas músicas como negócio. “O que é polêmico vende, né? Vende muito no Brasil. As pessoas trabalham com isso, as pessoas só trabalham com polêmica. Eu gosto de polêmica porque vende. Eu sou empresário, gosto de salientar. Todo o empresário o objetivo dele é vender e gerar lucros. Se vende, eu faço. Se não vende, eu descarto”, conta.
 
Apesar disso, o artista – que deseja se candidatar ao cargo de vereador municipal em 2016, conta que suas inspirações para compor são filosóficas e que falam de amor. “Metade das minhas letras são inspiradas num grande filósofo chamado Arthur Schopenhauer. Eu tenho vários livros dele em que as frases são muito semelhantes ao que eu canto – principalmente quando ele fala a respeito das mulheres”, explica o cantor, que garante também ser muito diferente do personagem que lidera a banda de pagode. “São muitos diferentes. Eu sou um cara muito carinhoso com a mulher, admiro muito. Acho que a entre a mulher e o homem, ela tem muito mais poder de manipulação. Agora o personagem Robyssão não fala mal das mulheres, ele é sincero”, defende.
 

 
Em 2012, foi sancionada a ‘Lei Anti-Baixaria’ no estado da Bahia, que proíbe a contração, com dinheiro público estadual, de artistas que tenham no repertório músicas ofensivas às mulheres. Sobre o fato, Robyssão contou que à época, achou que a norma o prejudicaria, mas que não aconteceu. “Não abalou muito não. Porque, se você vê, se a lei for muito rígida, tiver que cumprir mesmo, Caetano Veloso não vai poder tocar. Chico Buarque não vai fazer show. Uma série de artistas. Genival Lacerda... Posso citar mais de 30 artistas. Incluindo a finada Carmem Miranda, porque se você for ver, tem música que ela fala mal das mulheres, colocam a mulher lá em baixo”, compara o cantor. 
 
Como contou ao BN no último mês, Robson planeja, para 2016, se candidatar ao cargo de vereador de Salvador pelo Democratas, partido do prefeito ACM Neto. Apesar disso, o ‘Rei da Ousadia’ garante que não vai parar de se apresentar com a banda. “Tem que continuar. O salário de vereador não dá pra se manter. Eu aprendi com meu pai a ser um cara honesto, eu jamais ficaria com a verba de gabinete. Eu usaria o salario pra ajudar a pagar minhas contas, e a verba de gabinete, não quero pra assessores parasitas que só querem dinheiro”, finalizou ele.