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Entrevista

Dudu Nobre fala de seus artistas baianos favoritos e revela com quem gostaria de ter parceria

Por Rafael Albuquerque

Dudu Nobre fala de seus artistas baianos favoritos e revela com quem gostaria de ter parceria
Foto: Divulgação
A relação de Dudu Nobre com a Bahia é antiga. Desde o início de sua carreira, quinze anos atrás, o cantor frequenta a 'boa terra', seja para shows ou participações no carnaval de Salvador, onde sempre marca presença no circuito Osmar (Campo Grande) nos tradicionais blocos de samba. No próximo domingo (7), Dudu lança seu mais novo disco “Ainda é Cedo”, 14º de sua carreira, em apresentação no Cais Dourado (Comércio), dentro do evento "Roda de Samba de Heró", que ainda conta com as participações dos grupos Fora da Mídia, Paparico, Grupo Movimento e Partido Social. De passagem pela capital baiana para divulgar seu novo álbum e o show em Salvador, Dudu bateu um papo com o Bahia Notícias e falou sobre quais são seus artistas baianos favoritos, além de revelar com qual estrela da música local gostaria de fazer uma parceria. Não deixe de ler a entrevista na íntegra!
 

Bahia Notícias: Fale um pouco sobre o CD “Ainda é Cedo”, que vai ser lançado em Salvador no feriado de 7 de Setembro.
Dudu Nobre: Nesse CD a gente tem autorais e regravações. Acho que são oito músicas autorais. Entre as regravações, tem uma bem bacana que é “Favo de Mel”, que o pessoal sempre pede muito. Fazemos sempre com nova roupagem, pois o tempo vai passando e tudo vai se modernizando. Então, é interessante a gente colocar outras roupagens nas músicas.

BN: Tem uma motivação específica para o nome do CD (Ainda é Cedo)?
DN: Na verdade a origem do nome vem da música. Essa canção que dá origem ao nome do CD é uma parceria minha com outros compositores.

BN: Como será o repertório do show em Salvador?
DN: A gente pretende mesclar músicas de vários discos, na verdade. Vamos incluir “Ainda é Cedo”, além de outras novas.

BN: Falando em sucessos, você cantou durante muito tempo o tema de “A grande família”, da Globo, que foi um divisor de águas em sua carreira. Como surgiu o convite e qual sua relação com o programa?
DN: Essa música, na verdade, foi da primeira versão do programa, na década de 70 (com Beth Carvalho). E aí me convidaram pra cantar. Seriam quatro episódios, que foram para dez, e depois para seis meses, um ano, e foi indo. Foi um período muito bacana esses 12 anos que eu cantei a música. Engraçado é que as tecnologias de gravação foram modificando, e a gente ainda sentia a tecnologia da primeira gravação que fizemos em 2000. Eu cantei até 2012, em 2013 foi Ivete e agora entrou o Zeca (Pagodinho), que tá finalizando agora o seriado.
 

BN: Como você avalia essa parceria?
DN: Foi um período muito bacana, foi bom demais ter essa oportunidade. Com certeza estar toda semana no ar em um seriado de grande sucesso deu grande repercussão ao meu trabalho.

BN: Falando em TV, saiu a notícia de que você estará na 3ª edição do The Voice Brasil. Como será sua participação?
DN: Agora já estamos na contagem regressiva. Eu estarei no time da Claudia (Leitte) e pra mim vai ser um aprendizado, uma satisfação muito grande.

BN: Você já acompanhava o programa? O que achava dele?
DN: Olha, por conta da correria, eu via quando dava. Mas sempre achei interessante e bacana essa onda toda de dar oportunidade para a rapaziada colocar a cara na tela.

BN: Esse tipo de atração fomenta surgimento de artistas talentosos?
DN: Sim, com certeza. É uma porta para a pessoa botar a cara e mostrar o trabalho. Com certeza a coisa vai fluir e vão surgir pessoas talentosas. Antigamente você tinha a gravadora que investia e tal. Hoje não tem, e esse tipo de reality acaba sendo mais importante por conta disso.
 

BN: Como você avalia a relação do samba carioca com o samba da Bahia e com o axé music?
DN: O que eu vejo é que aqui há uma democracia musical muito grande. No carnaval, no Campo Grande, tem a quinta-feira dos blocos de samba, mas no sábado também é uma doideira. São todos os estilos misturados. Tem samba, pagode, axé, forró. Já vi até trio de techno passando. Tem essa democracia de poder cantar nos trios.

BN: Pretende passar mais um Carnaval em Salvador?
DN: Sim. Esse é o 15º ano seguido que passo carnaval em Salvador. Já tive o prazer de tocar em todos os blocos de samba. É bem legal e gratificante ver o retorno do público.

BN: Qual sua relação com o público baiano?
DN: É a melhor possível. Aqui é sempre casa cheia e sempre sou bem recebido. Posso dizer que em Salvador eu estou em casa.

BN: Entre os sambistas baianos, quem você avalia como grande promessa?
DN: Ah, Mariene (de Castro) é muito boa, gosto muito dela. Tem o menino do Fora da Mídia, que tenho bastante contato por causa do Carnaval. O grupo é muito bom. Além de grandes compositores Roque Ferreira e Nelson Rufino, que são meus dois parceiros de samba. Tem muita gente boa aqui na Bahia e muita gente que ainda está para despontar nacionalmente.

BN: Tem algum artista baiano, independentemente de ser sambista ou não, que você tem vontade de fazer uma parceria?
DN: Depois de 15 anos de carreira e 14 discos a gente já cantou com todo mundo (risos). Tem o Carlinhos Brown que toda vez que a gente se encontra rola uma sintonia muito bacana. Inclusive eu frequentei muito o Candeal Guetho Square. De repente ele é um dos poucos que falta fazer alguma coisa juntos.
 

BN: Há relação de rivalidade entre representantes do samba e de outras vertentes oriundas dele como o pagode romântico?
DN: Não, isso é tranquilo. Até porque hoje em dia está havendo uma aproximação muito maior do que tinha. Tem até uma aceitação maior do pessoal do samba com relação ao pessoal do chamado pagode romântico.

BN: Essa maior aceitação atual se deve a que?
DN: Ao fato de todo mundo estar trabalhando muito junto. Tem os meninos que fazem o pagode romântico, mas acabam gravando os compositores do samba e tal. Na verdade, a rivalidade foi muito criada pela mídia, porque entre a gente nunca teve, não. Sempre foi muito tranquilo. Criou-se o mito de que o pagode era o samba ruim. Mas na verdade tudo foi se misturando, até porque os grandes nomes do samba influenciaram muitos desses garotos a cantar.

BN: Voltando ao CD, como está essa nova turnê?
DN: A gente está em turnê pelo Brasil desde janeiro e vamos percorrer o máximo de cidades. O público tem gostado bastante.

BN: Então, finaliza dizendo o que o público pode esperar desse show de domingo.
DN: Vamos fazer o show dessa turnê, com um repertório bacana. O pessoal pode esperar muito samba. Vou relembrar sucessos de minha carreira como cantor e compositor, além dos sucessos que entraram em novelas. Vai ser muito bacana.