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Entrevista

Tatau diz que era visto como operário no Ara Ketu, que deixou de admirar o Ara, mas hoje é feliz e não tem mágoa

Por Fernanda Figueiredo

Tatau diz que era visto como operário no Ara Ketu, que deixou de admirar o Ara, mas hoje é feliz e não tem mágoa
“Olha quem está chegando aí... Ta Ta Ta Tatau”. Isso mesmo. Como diz a nova música de composição do cantor Tatau - que marca seu retorno à banda onde ele iniciou as carreira e lá permaneceu por longos 20 anos - ele está de volta! E, claro, a Coluna Holofote não deixaria de bater um papo para saber as expectativas desse retorno e entender porque, há quatro anos, ele optou em seguir carreira solo. O que aconteceu é que depois de um tempo e umas coisas, a gente deixa de admirar, é natural”, explica o novo/velho cantor do Ara. Tatau também deu sua opinião sobre a passagem rápida de Larissa Luz no grupo. “Obviamente, foi difícil para ela porque eu levei 20 anos. E ela, em quatro anos, transformar ou apagar a imagem de alguém que tem uma história de 20 anos, é muito mais difícil”, contou. Mas isso não é, nem de longe, tudo. Tatau está feliz e deixou isso muito claro, mas, em alguns momentos dessa entrevista, foi possível enxergar uma dose de decepção com algumas pessoas nesse período que ele passou longe do Ara. “Agora, a gente espera de quem diz que é muito amigo da gente, um comportamento diferente. Mas a vida é isso”, conformou-se. Tatau também esclareceu a suposta briga com a empresário do Ara Ketu, D.Vera e contou como está a relação hoje em dia. E sobre seu show de estreia em Salvador, ele avisa: “Eu acho que Salvador vai parar”. E você, vai ficar aí parado? Corre e confere esta entrevista!
 

"Parece que é assim: fica de bem com um e de mal com outro"
 
Coluna Holofote: Depois de 20 anos, o que te motivou a deixar o Ara Ketu?
 
Tatau: Desgaste normal , né? Depois de 20 anos... Então, assim, tem coisas que você deixa de admirar e o segundo passo, consequentemente, é o isolamento ou o respeito. Então, assim, eu deixei de admirar algumas coisas do Ara Ketu. Então, quando você deixa de admirar, em um casamento, ele termina ficando desgastado. Então, foi por isso que eu saí. Porque eu acho que a melhor forma de você sair é quando existe, ainda, o respeito. Porque, quando chega ao ponto de você se magoar ou ter vontade de desrespeitar, é melhor sair.
 
CH: E o que te faz achar que agora vai dar certo? 
 
Tatau: Maturidade de todo mundo, né? A minha maturidade, a própria maturidade das pessoas que hoje fazem parte do Ara Ketu. E, obviamente, também, por ser muito fã das pessoas que hoje fazem parte do Ara Ketu, que é Manoel, Paulo, Cal. E eu sou fã dos caras. E eles sabem disso. Independente de hoje estar fazendo parte do Ara Ketu, eu sempre admirei. E são pessoas de muito respeito no que fazem, são vencedores e eu gosto de estar do lado de pessoas assim. O projeto é muito bom, eles me chamaram e a gente tem desenhado um caminho de muitas vitórias e eu acho que é uma relação de longevidade.
 
CH: E por que você acha que Larissa Luz não deu certo no Ara Ketu?
 
Tatau: Olha, tem coisa assim que não tem explicação. E quanto mais você busca, piora, você fica mais confuso ainda. E aí, tem coisa que não dá tão certo como a gente espera. E você sabe que eu acho que Larissa fez um trabalho legal no Ara Ketu? Foi um trabalho diferente, diferente do meu. Mas, sincero e honestamente, sempre achei ela muito competente, muito boa cantora, agora... Obviamente, foi difícil para ela porque eu levei 20 anos. E ela, em quatro anos, transformar ou apagar a imagem de alguém que tem uma história de 20 anos, é muito mais difícil. Até porque, eu não cheguei artista no Ara Ketu, eu virei artista com o Ara Ketu. Então, crescemos juntos e isso, pra muita gente, tem um peso muito grande. Então, assim, muita gente me tinha como operário. “Pô, o cara veio dali, construiu a casinha, hoje está com um prédio, já tem mais alguma coisa”. Então, é difícil. Agora, assim, a arte, a música, tem muitos fatores: tem sorte, tem Deus, tem empatia, tem o público. Não é só um elemento que faz esse processo, tem muita coisa. Eu acho que a Carreira Solo fez um trabalho gigante com ela, mas... Não deu.
 
CH: Pela sua experiência, você acha que ela tem chances na carreira solo? E que conselhos você daria à ela?
 
Tatau: Claro que tem. Agora, é cativar o público, né? Com muita humildade. Porque a carreira solo passa por isso. Tem que ter visão, também. Eu levei quatro anos fazendo carreira solo e digo para você que eu estava muito bem. E, assim, a gente faz um tipo de parâmetro que eu acho que muito injusto, muito cruel.
 
CH: Que parâmetro?
 
Tatau: Aqui, quando você não aparece muito em Salvador, as pessoas acreditam que você sumiu do Brasil. O Brasil é grande. Então, eu? Eu tinha muito trabalho em vários pontos do país. Então, assim, eu tinha mercado e todos viram que eu tinha mercado. Fiz questão de mostrar a todo mundo. Aos novos integrantes do Ara Ketu, ao pessoal da Carreira Solo, eu mostrei que eu tinha mercado.
 
CH: Quando você estava no Ara Ketu, você sempre fazia show, ensaio por aqui. Por que o mercado de Salvador se fechou para você?
 
Tatau: Na verdade, é... Nós temos mania de sermos partidários. O público, às vezes, ele escolhe um lado para torcer, ele não torce para os dois. Não digo nem só o público, mas a imprensa, sei lá quem. Mas parece que é assim: fica de bem com um e de mal com outro. E eu acho isso uma coisa tão pequena, cara! E, às vezes, você não fez mal nenhum a ninguém, sabe? Foi ético, trabalhou, respeitou, foi amigo e, de repente, as pessoas, em detrimento de negócios, termina... Mas você sabe de uma coisa? Eu aprendi uma lição com isso e não tenho uma gota de rancor, de mágoa por quem virou as costas para mim, para quem não me deu a mão quando eu fui fazer carreira solo. Então, eu acho que é assim mesmo e eu fui sabendo disso. Eu fui sabendo que ia acontecer isso. Agora, a gente espera de quem diz que é muito amigo da gente, um comportamento diferente. Mas a vida é isso. Bola pra frente.
 
CH: E seus fãs do Ara Ketu... Te abandonaram também ou seguiram junto com você na carreira solo?
 
Tatau: Não. Eles me acompanharam e me ajudaram muito. Impressionante! Eu sempre disse que eu sempre tive torcedores, né? E tinha um evento meu no Largo Tereza Batista, no Pelourinho, o “Lá Vou Eu de Verão” e era muito bacana. Todo mundo ia. Os fãs lotavam o espaço, fã-clube ia pra caramba, eu estava feliz.
 
CH: Disseram, na época que você saiu do Ara Ketu, que você e Dona Vera tiveram uns “pega-pá-capá”. D. Vera melhorou a maneira de se relacionar ou você? Como está essa relação hoje?
 
Tatau: Eu não tive confusão nenhuma com D. Vera, isso é conversa do povo. O que houve foi um desgaste normal. Para não deixar nada indefinido, eu quero dizer para as pessoas que nunca aconteceu isso. Não teve. O que aconteceu é que depois de um tempo e umas coisas, a gente deixa de admirar, é natural.
 
CH: E o que você deixou de admirar no Ara Ketu?
 
Tatau: Um sapato, uma camiseta, alguém. Acabou. Para mim, se acabou a admiração, acabou meu trabalho ali.
 
CH: Dia 30 de agosto você fará um show de estreia em Salvador, com você, novamente, à frente do Ara. O que você está preparando para este dia? Adianta alguma coisa pra gente...
 
Tatau: Não posso. A gente está negociando aí, ainda estamos conversando e o que eu posso dizer é que muita gente bacana virá. Muita gente bacana. Eu acho que Salvador vai parar!
 
CH: Depois dessas idas e vindas, Tatau fora do Ara Ketu nunca mais?
 
Tatau: Não, nunca mais. Eu estou feliz. É um projeto muito sério, de pessoas sérias, de empresários competentes. Então, não tem porque, cara. De homens, independentemente da parte profissional, são grandes homens, então, está tudo direitinho, graças a Deus. Eu estou sendo muito bem conduzido, eu estou em muito boas mãos. Eu voltei e estou feliz e em boas mãos. Então eu acho que o artista tem que ter essa segurança de que quem está gerenciado ele, quem está cuidando dele, está fazendo o melhor mesmo. Então, os caras estão fazendo o melhor para mim.