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Luis Ganem: Tudo igual no velho e cansado Carnaval

Por Luis Ganem

Luis Ganem: Tudo igual no velho e cansado Carnaval
Foto: Bahia Notícias

É justo dizer que esperei o quanto pude. E junto a isso, o quanto torci pra coisa melhorar, mas infelizmente, em nada, absolutamente nada mudou o cenário musical baiano de três meses pra cá, em se tratando de novas músicas. O nosso mar de mesmice atingiu um ápice que, acredito eu, nunca aconteceu – no que quero estar, muito, mas muito errado. 

 

O surgimento de valores e novidades, o que esperava fosse a tônica do nosso mercado, simplesmente não aconteceu. Nada surgiu, nenhuma novidade se lançou, nosso buraco musical ficou mais profundo ainda – na minha visão, óbvio, até porque a claque do aplauso pode e deve estar pensando diferente. 

 

O pior pra mim, foi e é perceber que nosso celeiro musical, em se tratando de ritmos, tem ficado cada vez menos robusto. Se antes inventávamos novos ritmos, agora fazemos todos a mesma coisa, atropelados pela preguiça artística e falta de criatividade. 

 

Óbvio que o incauto vai perguntar no que isso tem demais, outros estilos são únicos e vivem muito bem. 

 

Somente a título de esclarecimento, os outros estilos não são a Bahia. Nos notabilizamos pela diversidade musical que imprimimos no mercado fonográfico. Não somos um único estilo, mas sim vários, desde o Samba, passando pelo Arrocha até chegar ao Axé – que se diga de passagem: já não se faz mais. Sempre inundamos o mercado com novidades, mas, esse ano, creio que estagnamos.

 

Meu melhor parâmetro pra isso é a insistência em titular a chamada música do carnaval. Não acredito que alguém, em sã consciência, vai acreditar nessa história de melhor música. Se era algo que fazia diferença, agora, ano após ano vem perdendo sentido e se transformou em algo menor, sem a mesma força e significado de antes.

 

A melhor explicação que tive sobre tudo que acontece no nosso mercado foi de uma figura bastante conhecida da nossa música, que contribui e já contribuiu muito para a festa, que desenhou nossa condição atual, quando assertivamente em um bate-papo comigo apontou que o carnaval se tornou um festival de música que só se fala faltando um mês e, que depois que ele passa, já não existe uma discussão sobre o próximo ano.

 

Usou como exemplo o Rio de Janeiro que ainda tem força para justificar um melhor isso ou melhor aquilo, pois trabalha na condição de Enredo, Alegoria, Bateria, e outros quesitos, que justificam ter uma música premiada, enquanto o nosso mercado apenas toca a música escolhida para o período e só.

 

Óbvio que a escolha sempre vai existir, mas talvez pudesse vir com outro nome como, por exemplo, a mais ouvida do carnaval, ou a mais executada entre as bandas ou ainda a melhor mídia induzida (contém ironia).

 

A verdade é que será um carnaval da mesmice. Sim! Um carnaval musical igual e sem nada de novo, apenas com pequenos retalhos de um outrora imenso e pujante celeiro musical reduzido a nada com coisa alguma.


Já é carnaval cidade, acorda pra ver!