Toca Raul na cidade do axé

Toca Raul! Neste domingo, na Concha Acústica, a partir das 18 horas, não vai ser necessário gritar o brado que ecoa em tudo que é apresentação musical pelo Brasil, muitas vezes, como uma mosca na sopa. Só vai rolar o som do Maluco Beleza. É o Baú do Raul, tributo oficial do pai do rock brasileiro, de volta à “cidade do axé, a cidade do horror”, como Marcelo Nova definiu Salvador na canção “Controle Total”, do Camisa de Vênus, há mais de 40 anos.
 

 

Marceleza, amigo e parceiro de Raul em seu último disco, o excelente “A Panela do Diabo”, que participou da edição anterior em 1992, dessa vez não fará parte das atrações, devido a compromissos com shows do Camisa já agendados. Naquele Baú de 31 anos atrás, na Concha ainda sem reforma, além de Marcelo Nova, outros parceiros e contemporâneos de Raulzito estiveram presentes, a exemplo dos Panteras: Eládio, Mariano e Carleba, e Sérgio Sampaio.

 

Embora conte com a participação do performático e pioneiro do glam rock brasileiro, Edy Star, da turma da “Grã Ordem Cavernista apresenta a Sessão das 10”, de Wilson Aragão, que dividiu a autoria da clássica “Capim Guiné” com Raul, e do guardião da memória do Maluco Beleza, o fundador e presidente do Raul Rock Club, Sylvio Passos, dessa vez, o Baú está renovado.

 

A começar pela liderança da produção que passou de mãe para filha. Uma das ex-mulheres de Raul, Kika Seixas passou o bastão para Vivi Seixas, a caçula do Maluco Beleza. Ao longo desses 30 anos, Kika produziu e dirigiu 15 edições do “Baú”, que não ficaram só no palco. Virou DVD e livro também. Agora chegou a vez da nova geração. E o cara que nasceu há 10 mil anos atrás é imortal. “Raul está mais vivo do que nunca”, assinala Kika, que promete uma surpresa com sua assinatura durante o show.

É Vivi Seixas quem anuncia os novos tempos: “Motivar e dar espaço para a nova geração sempre foi uma prioridade para nós no “Baú do Raul”. É uma homenagem ao próprio espírito do meu pai, que sempre incentivou e promoveu a renovação na música brasileira. Nossa motivação é manter viva a chama do rock nacional e celebrar a continuidade desse legado”.

 

Para a caçula do Maluco Beleza, que teve outras duas herdeiras de mães americanas, Simone e Scarlet, “é essencial dar às vozes a oportunidade de se expressarem e de homenagearem o Raul, principalmente no palco da Concha Acústica”. Segundo ela, a música evolui constantemente, e é natural que novas gerações tragam novas perspectivas e influências. “Portanto, sim, consideramos uma tendência abrir espaço para a nova geração, para que o 'Baú do Raul' continue sendo uma celebração dinâmica e relevante da música brasileira. Estamos entusiasmados para ver o que o futuro nos reserva!" 

 

Vivi  está confiante que a segunda edição do “Baú do Raul” na Concha será uma celebração histórica 31 anos depois. “Além disso, em 2025, meu pai faria 80 anos, e, com esse show, já estamos preparando a cidade para essa grande comemoração”. Entre as atrações da nova geração raulseixista que se apresentarão no tributo, ela destaca Clariana, Cacá Magalhães, Rafa Luz e Eric Assmar.  “São jovens artistas que estão reacendendo a chama de Raul de uma maneira muito bacana e sensível”.
 
 

Lançamento

Quem chegar mais cedo ao “Baú do Raul” neste domingo, a partir das 17 horas, na Concha, poderá bater um papo com a simpaticíssima carioca Kika Seixas e levar ainda para a casa o livro “Coisas do Coração”. De autoria dela com Toninho Buda, é um relato emocionante e comovente da vida de Raul por uma mulher que esteve ao lado dele nos melhores e piores momentos. Não era por acaso que Raulzito sempre confessava a sua sensacional e incrível mãe, Dona Maria Eugênia, o desejo de reatar com Kika. Em “Coisas do Coração, estão também as cartas trocadas entre a sogra e a nora, retratando as peripécias do Maluco Beleza.