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Resenha da série Dahmer: Um Canibal Americano

Por Amanda Carolina

Resenha da série Dahmer: Um Canibal Americano
Imagem: Divulgação/Netflix

Ela passava 90% do dia falando 'Dahmer: Um canibal americano' ,e nos outros 10% torcia para que alguém falasse com ela sobre isso.



A Netflix já errou muito, com certeza a patroa de streaming deixa muito desejar em alguns quesitos. Ás vezes ela certa, outras erra,e neste caso em especial ela conseguiu acertar em cheio, e quando eu digo isso pode acreditar.

Se tem uma coisa que eu amo depois dos gêneros fantasia e ficção é o true crime. Histórias de crimes real, são tão difíceis de ser produzidas quanto Game of Thornes, afinal existem detalhes, a precisão das informações e a abordagem, que se for mal feita pode simplesmente se tornar um fracasso.


Quando a Netflix trouxe Evan Peters para fazer o Jeff Dahmer, não foi de se esperar de menos. O astro já fez grandes papéis com personagens perturbadores, e querendo ele ou não, são neles que o ator se encaixa perfeitamente - desculpe, mas colocar Peters para ser um personagem bonzinho, carismático é no mínimo um desperdício de talento. Sim Evan, se você precisar de terapia eu pago.

E muita terapia, porque o quanto ele se entregou ao papel foi espetacular. A forma como ele trouxe o Jeff conseguiu mexer bastante comigo. A frieza, ao mesmo tempo a solidão, a psicose, o nojo, o medo, fora a sensação impune das vítimas, conseguiu contrastar em uma sincronia perfeita com o decorrer da história.

Sem contar que, um dos aspectos que eu achei muito interessante na série é que eles não tornaram o roteiro monótono, eles produziram uma linha temporal que mesclava momentos do passado para o presente e o meio termo,trazendo a questão psicológica, uma perspectiva de vários ângulos e ao mesmo tempo dando um viés bem característico em remeter as épocas, com as tonalidades de cor, as  roupa e o comportamento social é ficaram incríveis nesta série, fora o papel do Evan, porque com certeza seu talento é inegável.

A maquiagem é outro aspecto que impactou. Fora a história que para muitos é considerada 'pesada' por ser baseada em um caso real, o que realmente conseguiu mexer com o público foi a estética do nojo, a maquiagem mórbida e a criação dos corpos ficaram bem realista, e sim se você passou mal no primeiro episódio significa que a serie conseguiu chegar, no ponto certo nos detalhes.

Além da atuação, a Netflix trouxe um elemento muito característico de fazer a 'réplica' de cenas do julgamento de Jeff Dahmer e a reação das testemunhas e familiares das vítimas, desde o sentimento de impunidade expresso no rosto das testemunhas como o choque das pessoas que conviviam próximas ao apartamento do assassino.

Depois dessa serie você aprende que: Não aceite ir a casa de um estranho que você conheceu no bar; Não aceite qualquer bebida que ele te ofereçam; Evite andar por ruas e estradas vazias sozinho; obrigada, de nada.

E se você está curioso para assistir essa série, super recomendo. Os episódios fluem muito bem, não é algo taxativo de assistir.

Muitas pessoas comentaram que a série tentou humanizar o personagem e a história por trás, mas achei que a forma como eles trouxeram o caso, foi uma abordagem voltada a cinematografia, em tornar um personagem mais atraente e ao mesmo tempo, tentar mostrar ao público quem foi 'realmente' Jeff e sua história.

Caso você tenha um estômago fraco e queira maratonar, mantenha alimentos distantes da sua visão, ou vá para outro cômodo.

Por sua conta e coração em risco.

Também vamos agradecer as vizinhas 'vida do outros', por ter feito o que sempre fazem de melhor: espreitar na janela e querer saber demais, porque é nessas atividades que se descobre o que fede tanto no apartamento ao lado.


Avaliação: 5 estrelas e uma sessão na terapia.