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Luis Ganem: Finalmente algo de novo no reino da Babilônia?

Por Luis Ganem

Luis Ganem: Finalmente algo de novo no reino da Babilônia?

Sinceramente, até agora não consegui entender se o momento que estamos vivendo na música é bom ou ruim. Sério mesmo. Sob o ponto de vista da melhora ou piora de novidades, quase nada de movimento novo tem acontecido na música – principalmente no ritmo axé –, e olha que tenho conversado com muita gente do meio e a maioria tem essa mesma percepção.

 

Se formos partir do ponto de vista da mesmice, entramos em um ato repetitivo sem precedentes. Engraçado perceber isso, mas a impressão é que a pandemia trouxe para o mercado um retrocesso nunca visto. 

 

Existe no ar – isto é o que eu sinto – um misto quase palpável de falta de inspiração com desânimo. Será que perdemos realmente o bonde da inovação? Óbvio que está acontecendo algo novo no “reino do axé” ou na música baiana, mas é algo bastante pontual e ainda pouco divulgado. Sinto, “penso assim e vejo assim”.

 

Onde está nosso celeiro criativo? E difícil saber. Além do mais, os investimentos das nossas produtoras não contemplam a criação de novos artistas (não todas, obviamente). No nosso mercado, construir algo novo do zero é algo quase impossível – pra não dizer totalmente.

 

E aí, justiça se faça, se tem uma coisa que as produtoras de sertanejo têm de diferente das baianas é o investimento no novo, no desconhecido. Lá no sertanejo, enquanto um artista famoso se torna sócio do novo, por aqui, nada se faz. 

 

Se não, digam-me aí: que artista do nosso estrelato tem levado algo novo a reboque para apresentar ao mercado? Vi uma entrevista de Márcio Vitor falando sobre isso. Da necessidade de ajudarmos no novo. Mas quem está disposto? Quem colocaria sua carreira a serviço da continuidade.

 

Olha, tenho trinta anos nesse negócio, atuando de forma direta e indireta, e vi poucas figuras fizerem algo pelo novo, mas de forma bem superficial. Na pegada da “farinha pouca meu pirão primeiro” todos, eu disse todos, depois de se tornarem sucesso, viraram as costas para as ideologias e discursos de coletividade. 

 

Mas tem algo que aconteceu no evento CarnaSal, festa que ocorreu neste feriadão de Tiradentes no Wet’n Wild e que quero comentar aqui. 

 

Na grade do evento, somente nomes consolidados. De Saulo a Carlinhos Brown estavam todos lá. Lógico, estava lá também muita coisa sem peso ou apenas pra encher grade, mas também os nomes consagrados ou com vasta experiência no mercado. Mas, efetivamente nada de novo. Ou melhor: como bem eu disse no começo desse texto, quase nada de novo.


Pois bem, uma participação chamou a minha atenção. Estou falando do cantor WK (Wilsinho Kraychete), que cantou com Léo Santana sua música de estreia no mercado musical (PT NA FESTA). Vou falar de forma mais aprofundada sobre WK brevemente, mas falando sobre o dueto, pra mim foi o momento mais importante do evento. 

 

Isso mesmo!! Pode parecer estranho, mas poder perceber que o espaço para o novo foi dado já é algo promissor.

 

Espero que, igual ao modo sertanejo, que leva o seu novo artista a reboque do artista consolidado, a produtora do Cantor WK o leve também para os shows de Léo Santana que forem possíveis Brasil afora. Que não fique somente no momento Salvador e que esse apadrinhamento de Léo seja algo maior e não apenas um pequeno pocket de ajuda local.

 

Então amigo empresário do artista WK, se é pra fazer, vamos fazer bem feito, viu? 

 

PS: eu paguei o meu convite! Fui!