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Ildazio Jr.: No estado mais cultural do Brasil, empresários ainda apoiam pouco a Cultura

Por Ildazio Jr.

Ildazio Jr.: No estado mais cultural do Brasil, empresários ainda apoiam pouco a Cultura
Foto: Jotta Fotográfo

Cultura deve ser entendida como o comportamento, tradição e conhecimento de um determinado grupo social, incluindo a língua, a comida típica, a religião, música local, arte, vestimenta, entre outros aspectos. Por isso, a Cultura precisa de uma vez por toda ser retirada dessa quase invisibilidade com que é tratada por quem a deve promover, o Estado e o empresariado, e urgentemente, para o bem da vida e da longevidade do planeta! 

 

Precisamos que um grande debate público traga a compreensão da cultura como componente da qualidade de vida e cenário fundamental em que o próprio desenvolvimento acontece. A Cultura, hoje, é um segmento cada vez mais importante para o desenvolvimento integrado das sociedades e para o crescimento econômico propriamente dito, comparecendo nesse atual cenário tanto como importante elemento produtor e empregador nas áreas de bens e serviços, quanto como setor capaz de qualificar a nova mão de obra requerida nesse mundo novo que adiante vai. Então, hoje, a Cultura está cada vez mais vista como produto ou como mercado em franca expansão, em que surgirão novas formas de comércio e de emprego.

 

A Cultura ainda vai além: é vista como ferramenta para amenizar problemas sociais e econômicos. Assim, ligações entre cultura e cidadania ou desenvolvimento são temas constantes em pautas de entidades civis e acadêmicas. Porém, agora devemos ampliar muito essa discussão e trazer para ela o meio empresarial (participa muito pouco em relação ao que pode) e exigir que o Estado amplie sua área de ação e investimentos (atualmente uma lástima). Posto isto, temos que entender que esses dois agentes principais e vetores de desenvolvimento cultural devem agora, com toda essa mudança mundial, principalmente nesses tempos sombrios, encarar a cultura com muito mais atenção, respeito e cuidado!  

 

Atualmente, os maiores investidores mundiais têm optado por investir os seus recursos financeiros em empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis, já que consideram que este tipo de empresa está mais preparada para enfrentar riscos sociais, ambientais e econômicos e gerar valor para os acionistas a longo prazo. Ou seja, o tão propalado e falado ESG, que significa Environmental, Social and Corporate Governance (ambiente, social e governança empresarial). No mercado financeiro, o ESG sintetiza uma série de critérios de conduta que devem ser adotados pelas empresas para atraírem investidores socialmente conscientes. Começando a falar alto: o sarrafo subiu! 

 

Todos devem entender que o indivíduo rico, o empresário abastado – ou melhor, o shareholder – agora deve proporcionar recursos financeiros, ou patrocinar de modo geral o campo do saber, das artes, das emanações populares. Ou seja, entender que a vez agora é do stakeholder e assim começar uma distribuição de renda mais equânime, traçada na sustentabilidade e bem-estar do todo. Afinal, estamos quase no fim do poço e a pandemia nos provou isso! 

 

Hoje vemos um cenário ainda distante principalmente no Brasil e incrivelmente incompreensível na Bahia, o estado mais cultural de toda nação e onde o caldeirão inicialmente foi mexido e o que nos trouxe até aqui! Por exemplo, o que seria do turismo aqui sem nossa cultura? A Bahia respira e se nutre dela, porém o velho Estado pesado e leniente a cada ano diminui as verbas, trava leis para os planos de incentivo fiscais... Sem contar que temos um empresariado ainda distante de uma postura assertiva e objetiva, que prefere pagar ao Estado a usar de seus impostos e investir muitas vezes 10%, 20% ou até nada de ônus em projetos inclusivos culturais. Eles se recusam a dar atenção e entender que só fazem se beneficiar a baixo custo com uma resposta e suavização da sua marca, produto, serviço ou empresa perante a sociedade e clientes! 

 

Temos que mudar essa visão, pois a pandemia afetou a todos em suas vidas e esse acúmulo de riquezas represadas para a cultura devem ser distribuídas ao bem da nossa existência! 

 

Antes os ricos compravam espaço no céu, hoje a penitência é dar satisfação à sociedade e retribuir aqui embaixo, na Terra!